Bovespa abre perto da estabilidade com dados da China 23/08/2011
- Fabrício de Castro e Cristina Canas - Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu perto da estabilidade, após dados de atividade na China e na zona do euro servirem de impulso inicial para as bolsas da Europa e para os índices futuros nos Estados Unidos. Às 10h13, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,15%, aos 52.519 pontos.
"Saíram dados na China e na Europa que vieram estáveis. Isso faz as bolsas subirem lá fora", afirma Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW. Na noite de ontem, o HSBC informou que o índice de atividade industrial dos gerentes de compras (PMI) da China subiu para 49,8 na leitura preliminar de agosto, ante 49,3 em julho. O componente de produção elevou-se a 49,4, ante 47,2. Abaixo de 50 os números indicam contração, mas, segundo economistas, ao menos sinalizam que o risco de "aterrissagem dura" da economia chinesa é remoto.
"Essa notícia da China pode favorecer as commodities e nossa bolsa é muito baseada em commodities", destaca um operador de renda variável ouvido nesta manhã pela Agência Estado. "Temos que torcer para que isso segure a Bovespa."
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Na Europa, a empresa da informações financeiras Markit informou hoje que a nova leitura do Índice de Produção Composto - um termômetro da atividade econômica baseado nos resultados parciais de uma pesquisa com empresas industriais e de serviços - ficou inalterada em relação à mínima de 22 meses atingida em julho, de 51,1. O dado, porém, ficou acima da estimativa de consenso do mercado, que era de uma queda para 50,3 - mais uma vez, se o número não é tão bom, pelo menos não prejudica o cenário.
Dólar comercial abre em queda de 0,37% a R$ 1,597
O dólar comercial começou o dia em baixa de 0,37% a R$ 1,597, no mercado interbancário de câmbio. Às 10h05, a moeda norte-americana cedia 0,12%, a R$ 1,601. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista valia R$ 1,60, com desvalorização de 0,41%.
Em época de volatilidade e incertezas, os dados não tão ruins quanto o temido na atividade econômica europeia e chinesa e a interpretação de que o gigante asiático não mexerá nos juros, tirada em cima do fato de o Banco do Povo da China ter mantido o yield (rendimento para o investidor) de suas notas de um ano inalterado na operação regular de mercado aberto, servem de alento aos mercados. Assim, hoje é dia de alta na confiança e queda generalizada do dólar. Ganham os ativos de risco, entre eles, o real.
Na França, o crescimento do setor privado acelerou-se em agosto, com um aumento inesperado da atividade no setor de serviços (56,1 em agosto, de 54,2 em julho), que compensou uma contração maior do que a esperada na atividade manufatureira (49,3 em agosto, de 50,5 anterior).
Já na Alemanha, a economia desacelerou-se ainda mais em agosto, com o menor ritmo de crescimento da atividade empresarial em mais de dois anos. A leitura preliminar do PMI caiu para 51,3 em agosto, de 52,5 em julho. Mas o número acima de 50 indica crescimento e o setor industrial apresentou crescimento estável, com leitura de 52,0, desafiando as expectativas de economistas.
No que se refere à China, os investidores avaliam que ao manter o yield em leilão de títulos hoje, o banco central do país diminuiu as possibilidades de que haja uma nova alta de juros no curto prazo por lá.