Bovespa abre perto da estabilidade, sem direção definida 24/08/2011
- Olívia Bulla e Cristina Canas - Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu perto da estabilidade, com investidores divididos diante das incertezas da economia global, principalmente dos Estados Unidos. Assim, a direção da Bolsa para o dia de hoje é indefinida. Às 10h11, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,28%, aos 53.637 mil pontos.
"Os mercados continuarão na "briga" entre os que estão comprando com expectativas de algum anúncio na sexta-feira e os mais céticos, que acreditam que virá nada muito além do que já foi anunciado", resume o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, em relatório.
O possível anúncio de sexta-feira se refere ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, durante simpósio em Jackson Hole. Os mercados esperam que Bernanke dê sinais sobre quais instrumentos poderá usar para estimular a economia dos Estados Unidos, como uma nova rodada de afrouxamento quantitativo.
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O economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, alerta que se nada de novo vier do simpósio em Jackson Hole, será despejado um balde de água fria sobre os investidores, e os mercados, frustrados, tendem a corrigir "os exageros". Contudo, "se vier, um novo estímulo pode não resolver nada", completa, acrescentando que, nesse cenário, as incertezas continuariam.
Dessa forma, um operador sênior de uma corretora paulista argumenta que é complicado falar em uma direção única para a Bolsa ao longo do dia, com a volatilidade reinando nos negócios locais. "O Ibovespa vai oscilar entre o topo aos 55 mil e o piso nos 51 mil pontos", avalia, sem descartar distorções fortes entre esses níveis durante a sessão.
Dólar comercial abre em alta de 0,06%, a R$ 1,601
O dólar comercial abriu com valorização de 0,06%, cotado a R$ 1,601, no mercado interbancário. Às 10h21, a moeda norte-americana subia 0,13%, sendo negociada a R$ 1,602. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista tinha alta de 0,05%, a R$ 1,602.
Medidas de controle de capital e câmbio foram anunciadas hoje no Japão, mas o mercado de moedas parece ignorar isso, pelo menos por enquanto. Também não dá muito importância ao rebaixamento da classificação de risco da dívida do país, que passou de Aa2 para Aa3, com perspectiva estável, pela Moody''s. E o iene continua a subir ante o dólar, embora sem muito fôlego nesta manhã.
O principal fator que sustenta o otimismo do mercado ainda é a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anuncie, na sexta-feira, medidas para incentivar a economia do país. E os investidores seguirão de olho nos indicadores de atividade norte-americana e europeia. Nesse sentido vale registrar que hoje saiu o dado de venda de bens duráveis nos EUA em julho, com alta de 4%, melhor do que os 2% esperados. Às 11 horas, sai o índice de preços de moradias em junho.
Aqui, saem os dados do fluxo cambial, mas os números foram antecipados ontem pelo chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel. Segundo ele, o fluxo cambial em agosto até a última sexta-feira estava positivo em US$ 7,760 bilhões. O fluxo comercial no período teve superávit de US$ 6,660 bilhões, resultado de exportações de US$ 17,719 bilhões e importações de US$ 11,059 bilhões. O fluxo financeiro está positivo em US$ 1,101 bilhões, resultado de ingressos de US$ 19,860 bilhões e saídas de US$ 18,759 bilhões. As compras de dólares do BC elevaram as reservas internacionais em US$ 4,732 bilhões em agosto até ontem.