Bovespa descola do exterior e fecha estável; dólar sobe 24/08/2011
- Folha Online
Em mais um dia de muita volatilidade nos mercados, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) terminou a quarta-feira perto da estabilidade, na contramão das Bolsas nos Estados Unidos.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 0,02%, atingindo os 53.795 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,58 bilhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,611, na venda, em alta de 0,68%. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,710 e comprado por R$ 1,540 nas casas de câmbio paulistas.
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Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve alta de 1,29%. O Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, subiu 0,88%, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 registrou valorização de 1,31%.
A oscilação ainda toma conta dos mercados, na semana em que todos os investidores aguardam o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, na sexta-feira.
A esperança é que a autoridade monetária anuncie novas medidas para lidar com a fraqueza do crescimento econômico no país. Analistas, porém, acreditam que nenhuma grande ação --como uma nova rodada do programa de compra de títulos conhecido como QE-- deva ser divulgada.
Nos EUA, onde os índices viraram mais de uma vez ao longo do dia, os operadores relacionam a forte volatilidade a um efeito sazonal nos mercados.
As Bolsas geralmente têm grandes viradas no fim de agosto, com poucos operadores em suas mesas, disse
Dan Greenhaus, estrategista-chefe da BTIG, à Associated Press. Um volume menor de negócios geralmente deixa o mercado mais volátil.
Na Bovespa, o giro financeiro diário desde o início da semana está abaixo da média do mês.
Um forte aumento na demanda por bens duráveis nos EUA enfraqueceu os temores de que a economia do país ruma para uma nova recessão. As companhias fizeram mais pedidos por aviões, carros e outros bens da categoria em julho. O índice subiu 4%, o maior aumento desde março, segundo o Departamento do Comércio.
Além disso, o gabinete de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos, conhecido como CBO, divulgou previsão de que o país terá crescimento econômico de 2,3% este ano, uma desaceleração em relação ao aumento de 3% registrado em 2010.
A previsão do gabinete é que o deficit orçamentário federal americano deve retroceder para 8,5% do PIB em 2011, e para 6,2% em 2012. O Congresso previa até agora uma deterioração das finanças públicas para este ano.
Os preços de imóveis nos EUA, porém, caíram 5,9% no segundo trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, a maior queda desde 2009.
FRANÇA
Hoje, a França, último país a ser alvo de temores a respeito de seu endividamento, anunciou um um plano de austeridade para fazer ajustes nas contas do país de 1 bilhão de euros este ano e mais 11 bilhões de euros no ano que vem.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, também anunciou a redução da projeção de crescimento econômico da França para 1,75% neste ano e no próximo.
Até então, a projeção do governo de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) era de 2% este ano e 2,25% no ano que vem, o que já vinha sendo considerado muito otimista por economistas.
Fillon declarou que os ajustes fiscais serão feitos para garantir que o governo reduza o deficit público para 4,5% do PIB no ano que vem.
JUROS FUTUROS
No mercado futuro de juros, os contratos de curto prazo fecharam em forte queda, mostrando uma possível queda da taxa Selic no Brasil.
No contrato para outubro de 2011, a taxa passou de 12,35% para 12,32%. No vencimento de janeiro do ano que vem, a taxa projetada foi de 12,14% para 12,09%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa terminou o dia em 11,37%, ante fechamento anterior de 11,44%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.