Bovespa abre em queda, abaixo dos 55 mil pontos; dólar marca R$ 1.592 30/08/2011
- Olívia Bulla e Cristina Canas - Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda, perto da resistência do nível dos 55 mil pontos. Se a faixa for rompida, pode desfazer a tendência de baixa dos negócios locais. Mas o desafio é grande e depende não só de um sinal positivo vindo do exterior como também de um apetite maior dos investidores pelas ações brasileiras. Às 10h17, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,21%, aos 54.746 pontos.
Realista, o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, avalia que ainda não é o momento para a Bolsa deslanchar, apesar dos preços convidativos no mercado. "Tem muita coisa para acontecer, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos", diz, acrescentando que "não será somente o cenário doméstico que guiará uma melhora da Bolsa".
Para Galdi, o impulso dado ontem pelo governo brasileiro à renda variável, ao sinalizar maior esforço fiscal para permitir uma redução da taxa básica de juros, ainda precisa ser confirmado. "Mas é claro que juros em queda tem tudo a ver com Bolsa em alta", ressalta.
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A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começa hoje e, embora as 72 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado sejam unânimes em afirmar que a Selic (taxa básica de juros) será mantida nos atuais 12,50%, o mercado futuro de juros chega à véspera do anúncio da decisão dividido entre manutenção e um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic.
Ontem, a Bolsa acelerou os ganhos após o anúncio do aumento da meta do superávit primário, com valorização acima de 3%, beliscando os 55 mil pontos na pontuação máxima do dia. Segundo análises gráficas, neste patamar o Ibovespa pode adquirir forte força compradora, o que abriria espaço para testar "tetos" importantes, ainda antes dos 60 mil pontos.
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Dólar comercial abre estável, a R$ 1,592
O dólar comercial iniciou o pregão de hoje estável, a R$ 1,592, no mercado interbancário de câmbio. Às 10h14, a moeda norte-americana subia 0,19%, a R$ 1,595. Na BM&F, o dólar à vista tinha alta de 0,14%, cotado a R$ 1,594.
O câmbio acompanha o tom de comedimento que predomina nos mercados hoje em que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai divulgar a ata da sua última reunião. Os investidores parecem dispostos a fazer um ajuste nos preços dos ativos de risco, beneficiados desde sexta-feira, quando surgiu a expectativa da criação de novas medidas de incentivo à economia dos EUA, a partir da fala de Ben Bernanke, no encontro de economistas de Jackson Hole. Até porque, depois da noticia positiva de ontem, de que dois grandes bancos devem se unir na Grécia, as novidades europeias não são boas.
O índice de sentimento econômico da zona do euro, da Comissão Europeia, mostrou que os empresariados e consumidores estão menos confiantes sobre suas perspectivas em agosto. O índice caiu de 103,0 em julho para 98,3 este mês e essa foi a leitura mais fraca desde março do ano passado. A previsão dos economistas ouvidos pela Dow Jones, que era de 100,5.
Por sua vez, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções de crescimento para EUA e zona do euro em 2011 e 2012. Para este ano, o FMI espera que os EUA cresçam 1,6%, ante a estimativa anterior de 2,5%. No próximo ano, o crescimento da economia americana será de 2%, contra a projeção anterior de 2,7%. Para a zona do euro, o FMI reduziu o crescimento de 2% para 1,9% neste ano, e de 1,7% para 1,4% em 2012.
Por aqui, vale lembrar que amanhã se forma a ptax que será usada na liquidação dos contratos futuros de setembro e os investidores estão em meio ao processo de rolagem de posições.