Bovespa sobe 2% e diminui perda de agosto a 3,96% 31/08/2011
- Claudia Violante e Silvana Rocha - Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou agosto muito melhor do que começou o mês. Subiu hoje pela quarta sessão consecutiva e terminou o mês com perdas de apenas 3,96%, de volta aos 56 mil pontos. O movimento de "embelezamento" de carteiras de ações visto nos últimos dois dias se repetiu hoje.
O índice Bovespa terminou o dia em alta de 2%, aos 56.495,12 pontos, na máxima pontuação do dia e no maior nível desde 2 de agosto, aos 57.310,78 pontos. Na mínima de hoje, registrou 55.399 pontos (+0,03%). Com o resultado desta quarta-feira, a Bolsa acumulou perda de 3,96% em agosto, ainda o segundo pior desempenho de 2011, atrás de julho (-5,74%). No ano até hoje, a Bovespa registra desvalorização de 18,48%. O giro financeiro totalizou R$ 7,2 bilhões. Os dados são preliminares.
O giro mais forte foi puxado pela atuação de fundações, bancos e fundos para melhorarem o desempenho de suas carteiras. Vale destacar que desde o pior momento do mês, em 8 de agosto (48.668,29 pontos), até hoje, o índice Bovespa conseguiu recuperar 16,08%.
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Essa melhora, no entanto, pode não se sustentar em setembro, que contará na próxima semana com dois feriados - segunda-feira em Nova York (Dia do Trabalho) e Dia da Independência no Brasil, na quarta-feira. Mesmo que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central corte hoje a taxa básica de juros, a Selic, como a curva de juros no mercado futuro chegou a mostrar majoritariamente ontem - hoje, no entanto, essa probabilidade caiu para menos de 50%. "Os investidores aproveitaram os boatos de corte para irem às compras nos últimos pregões. Se houver a redução (da taxa Selic), nada deve acontecer na Bovespa", avaliou um operador.
Hoje, o Ibovespa trabalhou ligeiramente descolado de Wall Street, onde os índices acionários chegaram a flertar com o terreno negativo à tarde, puxados pelos papéis do setor de tecnologia, depois que o Departamento de Justiça dos EUA bloqueou fusão proposta de US$ 39 bilhões da AT&T com a T-Mobile, unidade de telefonia móvel da alemã Deutsche Telekom, segundo o Wall Street Journal.
No final, o Dow Jones terminou o pregão com ganho de 0,46%, aos 11.613,53 pontos, o S&P-500 avançou 0,49%, aos 1.218,89 pontos e o Nasdaq teve elevação de 0,13%, aos 2.579,46 pontos. No mês, Dow Jones caiu 4,36%, o S&P-500, -5,68% e o Nasdaq, -6,42%. No ano, os índices acumulam alta de 0,31% (Dow Jones), queda de 3,08% (S&P-500) e baixa de 2,77% (Nasdaq).
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro do petróleo para outubro recuou 0,10%, a US$ 88,81 o barril.
Na Bolsa brasileira, as ações ordinárias (ON) da Petrobras subiram 1,55% hoje e as preferenciais (PN), 1,22%. Vale ON avançou 1,82% e Vale PNA, 1,52%. No mês, esses papéis acumularam, respectivamente, -11,21%, -10,72%, -8,77%, -8,75%.
Dólar sobe 2,64% em agosto e fecha o mês a R$ 1,594
O dólar comercial subiu 0,38% hoje e fechou cotado a R$ 1,594 no mercado interbancário de câmbio, o que significou uma alta acumulada de 2,64% no mês de agosto. No ano, o dólar registra queda de 4,21%. Nos negócios realizados na BM&F, o dólar à vista avançou 0,34% hoje e encerrou a sessão a R$ 1,591. O euro comercial caiu 0,22% no dia, para R$ 2,29, mas no mês acumulou alta de 2,55%; desde o começo do ano, o euro registra ganho de 3,62%.
A rolagem de contratos futuros de dólar na BM&F e o segundo leilão do Banco Central para tentar rolar o vencimento de amanhã de swap cambial reverso determinaram a pressão de baixa sobre o dólar ante o real hoje pela manhã, período em que a taxa média da divisa norte-americana (Ptax) é formada. Neste leilão, o BC recusou todas as propostas dos dealers participantes, que também visavam o recuo do dólar para maximizar ganhos na liquidação de suas posições nesta quinta-feira. Os interesses desses agentes financeiros "vendidos" em dólar futuro e em swap reverso (o BC está na ponta de compra desses contratos) foram atingidos. Passado o impacto desses fatores técnicos sobre os negócios, o dólar à vista assumiu a trajetória de alta.
No mercado futuro, no entanto, os contratos de dólar sustentaram-se em baixa na sessão vespertina. A aposta dos investidores na queda do dólar ante o real reflete a expectativa de possível enfraquecimento da moeda norte-americana em meio à espera dos investidores globais por novas medidas de estímulo à economia dos EUA em setembro, disse um operador de uma corretora de câmbio à Agência Estado.
Câmbio turismo
Nas operações de câmbio turismo, o dólar subiu 0,78% hoje, cotado a R$ 1,683 na ponta de venda e a R$ 1,533 na compra. No mês, o dólar turismo registrou alta de 2,81% e no acumulado do ano, queda de 6,66%. O euro turismo subiu 1,79% hoje, cotado a R$ 2,443 (venda) e R$ 2,23 (compra), com alta acumulada de 4,27% em agosto e de 3,21% desde o começo do ano.