Brasil Ecodiesel acerta incorporação da Vanguarda e muda nome 08/09/2011
- Eduardo Magossi - O Estado de S.Paulo
Empresa formada com a união das empresas se chamará Vanguarda Agro, e terá foco maior no agronegócio, como grãos
A Brasil Ecodiesel se prepara para passar por uma nova transformação. Com a aprovação ontem da incorporação da Vanguarda Agropecuária - um negócio de R$ 1,1 bilhão, em ações -, a empresa, que já concentrou suas operações na produção de biodiesel, eleva sua diversificação e passa a ter foco no agronegócio, principalmente no mercado de grãos.
Para tirar o peso do biodiesel que o nome da empresa carrega, a Brasil Ecodiesel passará a se chamar, ainda em setembro, Vanguarda Agro. A informação é do presidente do conselho de administração da Brasil Ecodiesel e CEO da Veremonte (empresa que administra os fundos do megainvestidor espanhol Enrique Bañuelos), Marcelo Paracchini.
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Segundo o executivo, com a aprovação da incorporação votada pela assembleia geral extraordinária, a futura Vanguarda Agro passa a ser a maior empresa de agronegócio do Brasil em área plantada - são 330 mil hectares de terras plantadas em quatro Estados. Formada pela Brasil Ecodiesel, Maeda e Vanguarda, a nova empresa estará presente em Goiás, Mato Grosso, Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais. Antes da formação da Vanguarda Agro, a maior empresa do segmento era a SLC, com 220 mil hectares.
Paracchini informa que hoje a Brasil Ecodiesel já vai emitir R$ 1,1 bilhão em ações para pagar a Vanguarda. A Vanguarda tem 60% de seu capital de propriedade do empresário do Otaviano Pivetta e 40% nas mãos da Veremonte.
Com a fusão da Brasil Ecodiesel e da Vanguarda, o principal acionista da nova empresa será Pivetta, com 32% do capital. A Veremonte terá 21,3% do total e o empresário Hélio Seibel ficará com 9,4%. O investidor Silvio Tini ficou com 8,7% da Brasil Ecodiesel e o restante das ações está pulverizado nas mãos de 23 mil acionistas. "A Veremonte tem a opção de comprar mais 10% da Vanguarda de Pivetta nos próximos 18 meses", disse Paracchini. Caso isso aconteça, Pivetta e Veremonte ficarão com exatos 26,6% do capital cada um.
Conselho
Paracchini disse que, este mês, o conselho de administração passará por nova reestruturação para criar um assento para Otaviano Pivetta. A expectativa é de que o faturamento da nova empresa atinja R$ 1,6 bilhão. De acordo com o presidente da Brasil Ecodiesel, José Carlos Aguilera, desse total, cerca de dois terços virão do agronegócio e um terço do biodiesel. Aguilera disse que a incorporação operacional da Vanguarda já começa na próxima segunda, com a criação de grupos de trabalho.
Aguilera explica que a opção pelo agronegócio se deve à atual pouca rentabilidade do biodiesel. "Quando o biodiesel voltar a se tornar rentável, poderemos voltar a investir nesta área", disse ele, que acredita que um novo marco regulatório para o setor poderá incrementar a viabilidade do biocombustível. "Por enquanto, nosso foco será na expansão de terras plantadas", disse. Paracchini afirma também que a empresa já está de olho em novas aquisições que possuam sinergia com a nova Vanguarda Agro. "O setor de cana, por exemplo, não nos interessa porque não traz sinergia", disse.
A incorporação da Vanguarada já havia sido proposta em abril deste ano, mas recusada pelo conselho da Brasil Ecodiesel. O motivo alegado foi o fato de a companhia ainda estar consolidando a incorporação da Maeda Agroindustrial, realizada em dezembro de 2010. Diante do impasse, o conselho de administração da Brasil Ecodiesel foi deposto e um novo conselho foi eleito em julho.