Bovespa abre em alta e deve seguir dinâmica própria 16/09/2011
- Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta. Às 10h08, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,40%, aos 56.609 pontos. A proximidade do vencimento de opções sobre ações vem tumultuando os negócios locais desde quarta-feira, e a briga entre comprados e vendidos deve ficar ainda mais acirrada neste último pregão antes do exercício, na segunda-feira. Por isso, a Bovespa pode assumir uma dinâmica própria hoje, embora o sinal vindo dos mercados internacionais seja capaz de influenciar na decisão dos investidores entre tomar mais ativos de risco ou optar pela segurança.
Assim como aqui, Nova York também vivencia um pregão de caráter mais técnico hoje, dia de "quadruple witching", em que vencem os contratos futuros de índices de ações, de opções de índices de ações, de opções de ações e de futuros de ações individuais. Segundo operadores de renda variável, a melhora recente dos mercados financeiros, passado os momentos de turbulência exacerbada, pode estimular tanto uma zeragem de posições dos investidores quanto uma alavancagem de seus posicionamento, distorcendo o desempenho dos negócios.
As atenções no âmbito externo seguem concentradas na Europa, onde acontecerá uma reunião de ministros de Finanças da União Europeia, que contará com a presença do secretário de Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. No encontro, Geithner deve exortar aos líderes europeus uma alavancagem do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), a fim de fornecer mais poder de fogo no combate à crise das dívidas soberanas na região e evitar um contágio às economias maiores da zona do euro. Seja como for, os investidores seguem à espreita de respostas claras e saídas viáveis para o atual momento europeu.
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Na Europa, também há certo nervosismo pela decisão da agência de classificação de risco Moody''s sobre o rating (nota de risco) soberano da Itália, colocado em revisão há cerca de três meses e cuja prazo para anúncio, provavelmente de rebaixamento, termina neste fim de semana. Atualmente, a Itália tem nota na faixa de grau de investimento. Pela Moody''s, a nota do país (Aa2) está dois degraus acima da avaliação da S&P e é um degrau superior à da Fitch.
Dólar abre em alta, enquanto mercado sonda novo IOF
O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,76%, cotado a R$ 1,721 no mercado interbancário de câmbio. Ontem, a moeda americana havia fechado em baixa de 0,70%, a R$ 1,7080. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), a moeda norte-americana à vista abriu o dia em alta de 0,52%, a R$ 1,72.
Mudanças nas regras cambiais domésticas mais uma vez roubam as atenções do mercado de câmbio brasileiro e ditam o comportamento dos investidores, a despeito do que ocorre no exterior. O mercado de câmbio está sendo fortemente afetado pelo decreto que altera a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos cambiais, com o qual foi surpreendido na manhã desta sexta-feira.
Embora as mesas de operações ainda estejam em conversações com os departamentos jurídicos para entender os detalhes da nova medida, a percepção é de que a abrangência do tributo foi ampliada e os investidores precisarão se ajustar o mais rápido possível a isso. Afinal, quem sair na frente ganha mais, ou perde menos.
"A medida amplia a cobrança de IOF, mas não sabemos exatamente onde e em que magnitude. Estamos avaliando os detalhes e ainda não dá para fazer avaliações mais precisas", disse o gerente de operações do Banco Indusval, Alberto Felix de Oliveira Neto. O mesmo sentimento prevalece em várias mesas de câmbio consultadas nesta manhã pela Agência Estado e o clima é de tensão. "Está difícil entender todos os detalhes, mas, grosso modo, quem vender dólar terá que pagar IOF. Isso é: vender para aumentar a posição vendida ou vender para reduzir a posição comprada", disse o operador da Interbolsa Brasil, Ovídio Pinho Soares.