A melhora das Bolsas americanas já bem próximo do encerramento das operações ajudou a conter a queda livre da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) nesta terça-feira.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 0,21%, para os 50.686 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,75 bilhões.
O dólar comercial foi trocado por R$ 1,867, em um decréscimo de 1,32%, após quatro dias consecutivos de alta. A taxa de risco-país marca 286 pontos, número 0,69% abaixo da pontuação anterior.
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As principais Bolsas europeias encerraram os negócios com desvalorizações de 2,58% (Londres), 2,60% (Paris) e 2,97% (Frankfurt).
Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que chegou a cair cerca de 1% ao longo pregão, inverteu a tendência e avançou 1,44% no fechamento.
A rodada de negócios de hoje foi marcada por mais notícias frustrantes do front europeu, e um discurso de efeitos modestos de Ben Bernanke, presidente do banco central americano.
No Velho Continente, especialistas destacam o cancelamento de uma importante reunião dos ministros das Finanças da zona do euro, marcada para o próximo dia 13, quando poderia haver o anúncio de um novo pacote de socorro financeiro à Grécia.
Uma nova reunião foi remarcada para novembro, e o novo pacote foi postergado para uma data indefinida. A chamada 'troika' (BCE, UE e FMI) disse que precisa de mais tempo para formular sua decisão.
Nos EUA, o presidente do banco central, Ben Bernanke, advertiu ao Congresso que não promovesse cortes drásticos nos gastos públicos num momento em que a economia está enfraquecida. Ele admitiu que o nível de atividade está mais vagaroso do que o próprio Federal Reserve esperava.
E entre os indicadores mais importantes do dia, o Departamento de Comércio dos EUA revelou que as novas encomendas ao setor manufatureiro sofreram uma contração de 0,2% em agosto, após uma forte alta de 2,1% em julho. Economistas do setor financeiro projetavam um incremento ainda que modesto de 0,2%.
No front doméstico, o IBGE apontou uma queda de 0,2% para a produção industrial brasileira em agosto, ante um crescimento de 0,3% registrado em julho. Alguns analistas estimavam uma parada ainda mais brusca: um recuo de 0,4%.
"As quedas do mercado de ações mostram uma preocupação crescente a respeito da recessão [nos EUA], embora nós ainda estejamos vendo sinais de que a economia está crescendo e não contraindo", disse Gary Thayer, estrategista-chefe da Wells Fargo Advisors, em Saint Louis (EUA), à agência Reuters.
Profissionais do mercado brasileiro ainda se questionam "se" e "quando" a Bolsa, com possui forte participação do capital estrangeiro, vai refletir a situação econômica mais favorável do país. A fuga de investimento estrangeiro é apontada como um dos motivos para a queda de 27% acumulada neste ano.
"Continuamos apostando nos fundamentos macroeconômicos brasileiros, o que nos leva a crer que os mecanismos de transmissão da crise externa para o Brasil são limitados. Por outro lado, a situação econômica internacional está delicada e pode se refletir no mercado", comentaram Eduardo Dias e Nastássia Romanó, da área de análise da Omar Camargo Investimentos, em relatório sobre as perspectivas para outubro.