Bovespa tem queda de 2% com rebaixamento da Itália e Espanha 07/10/2011
- Mariana Sallowicz - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em forte queda nesta sexta-feira, com perspectivas negativas em relação à zona do euro depois que as notas das dívidas soberanas da Itália e da Espanha foram rebaixadas.
Notícias positivas em relação ao mercado de trabalho americano não sustentaram uma alta dos mercados. As Bolsas dos Estados Unidos também apresentam retração.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, teve queda de 2,00% no fechamento, aos 51.243 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,518 bilhões.
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O dólar comercial foi negociado por R$ 1,771, em queda de 0,83%.
As Bolsas europeias encerraram os negócios tendo ganhos de 0,22% (Londres), 0,65% (Paris) e 0,53% (Frankfurt). Esses mercados não foram influenciados pelo rebaixamento da Espanha e Itália porque já tinha fechado os pregões quando foi feita a divulgação.
Nos EUA, a Bolsa de Nova York recuou 0,18%.
"Os mercados europeus devem reagir à notícia do rebaixamento, com retração, na segunda-feira", afirma Mitsuko Kaduoka, analista da Indusval Corretora.
"Além disso, há a perspectiva de mais notícias negativas em relação à Grécia, o que deverá afetar o mercado em geral", explica.
O ministro de Finanças grego, Vangelis Venizelos, reconheceu ontem (06), em reunião com os membros do ministério, que a Grécia está "no fio da navalha".
O ministro confirmou que "agora está sobre a mesa a conversa sobre a ampliação de como tramitar a dívida soberana dos sócios europeus" e acrescentou que "ou o país quebrará ou se levantará".
REBAIXAMENTO
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da dívida da Itália, de AA- para A+, com perspectiva negativa. É a terceira agência que reduz a nota do país -- a Moody's já tinha feito a alteração nesta semana e a Standard and Poor's em 19 de setembro.
O motivo do rebaixamento foi um impacto significativo da crise do euro, que debilitou o perfil do risco soberano do país.
Já a nota da Espanha caiu de AA+ para AA-. A agência informou que deixou a classificação espanhola em perspectiva negativa, o que pode acarretar novos rebaixamentos, por temores relativos à intensificação da crise na zona do euro.
A agência Moody's também advertiu hoje sobre um possível rebaixamento da nota da Bélgica.
EMPREGO NOS EUA
O Departamento de Trabalho do país informou a criação de 103 mil postos no mês, bem acima dos 60 mil projetados pelos economistas. A taxa de desemprego, no entanto, ficou estável em 9,1%.
Além disso, revisões apontam a criação de 99 mil empregos a mais do que o estimado inicialmente para julho e agosto.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que o IPCA (Índice Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, subiu 7,31% em 12 meses, maior índice desde 2005 (8,05%).
Mais uma vez, o índice ficou acima do teto da meta do governo --de 6,5% para 2011. Em setembro, a alta foi de 0,53%, ante os 0,37% de agosto.
A alta de 0,16 ponto percentual eleva o indicador para 4,97% no acumulado do ano -- taxa bem acima da taxa de 3,60% relativa a igual período de 2010.