Com alta de 2,96%, Bovespa bate maior preço em mais de 1 mês 24/10/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) bateu o seu maior nível de preços em mais de 30 dias, numa rodada de negócios em que o investidor acompanhou a onda de otimismo nas Bolsas europeias e americanas.
As ações da mineradora Vale foram o destaque deste pregão: enquanto as preferenciais tiveram ganhos de 5,94%, as ordinárias dispararam 5,91%. Juntos, esses dois papéis movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhão em negócios, ou mais de 25% do volume financeiro total.
Segundo analistas, indicados econômicos mais favoráveis na China (grande freguesa do minério brasileiro) renovaram o interesse pelo papel.
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O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 2,96% no fechamento, atingindo os 56.891 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,85 bilhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,752, em um decréscimo de 1,57%. A taxa de risco-país marca 222 pontos, número 2,20% abaixo da pontuação anterior.
As principais Bolsas europeias encerraram os negócios com registro de altas moderadas, a exemplo de Londres (1,08%), Paris (1,54%) e Frankfurt (1,41%).
Nos EUA, a Bolsa de Nova York avançou 0,89%.
A sondagem do banco HSBC sobre o nível de atividade no setor manufatureiro chinês ganhou destaque entre as notícias do dia. Esse levantamento apontou um crescimento moderado, após três meses de contração, aliviando um pouco os temores de que o gigante asiático esteja desacelerando rápido demais seu crescimento econômico.
No front doméstico, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, revelou que os economistas do setor financeiro revisaram para baixo suas projeções para a inflação pela primeira vez em semanas.
Para 2012, a taxa prevista para o IPCA recuou de 5,61% para 5,60%. E para este ano, a inflação projetada cedeu de 6,52% para 6,50%.
UNIÃO EUROPEIA
Investidores e analistas aguardam para esta quarta-feira o anúncio de um "plano abrangente" no front europeu para enfrentar a atual crise.
Um novo plano de resgate financeiro para a Grécia e linhas para a recapitalização dos bancos devem estar obrigatoriamente na pauta desse acordo, ainda pendente das negociações entre os integrantes da União Europeia e que as maiores potências econômicas da zona do euro --Alemanha e França -- acertem suas diferenças no tratamento dos pontos chaves sobre o já famoso fundo de estabilidade financeira.
"Nossa visão em relação às perspectivas para alemães e franceses chegarem rapidamente a um consenso a respeito do que fazer, como fazer e quanto recurso mobilizar permanece pessimista", avalia Mauro Schneider, economista -chefe da Banif Investimentos, em comentário sobre as reuniões do final de semana.
"No entanto, é possível que as atuais negociações gerem avanços relevantes, assim como negociações anteriores geraram os fundos de ajuda financeira (...) cabe lembrar que muito do 'salvamento' da zona do euro continuará a depender do esforço de cada um dos governos em crise", acrescenta.