Rating não alivia, Bolsa cai e volta aos 56 mil pontos 17/11/2011
- Agência Estado
Numa tarde agitada, o Ibovespa renovou sucessivamente as mínimas pontuações da sessão, puxada pela piora do humor em Wall Street. A elevação do rating do Brasil pela S&P melhorou apenas marginalmente o humor dos investidores, sem impedir que o Ibovespa fechasse nos 56 mil pontos. De ontem para hoje, a Bovespa exibiu queda de mais de 1,5 mil pontos.
A Bolsa doméstica terminou a quinta-feira com baixa de 2,68%, aos 56.988,90 pontos, após ter subido 2,16% nos três pregões imediatamente anteriores. Na mínima, registrou 56.663 pontos (-3,24%) e, na máxima, 58.555 pontos (-0,01%). No mês, acumula perda de 2,31% e, no ano, retração de 17,77%. O giro financeiro totalizou R$ 6,915 bilhões. Os dados são preliminares.
O mercado acionário doméstico já abriu em baixa, se ajustando ao fechamento negativo dos EUA, ontem, quando aqui o índice à vista havia subido. E foi o temor de que o chamado "supercomitê" do Congresso dos EUA não cumpra com a missão de apresentar um plano de cortes nos gastos públicos até a próxima quarta-feira que fez com que as bolsas em Wall Street piorassem à tarde e arrastassem ainda mais a Bolsa brasileira. Se isso acontecer, vai resultar na adoção automática de um outro plano para reduzir o déficit orçamentário norte-americano
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Os investidores também foram abalroados pelos leilões de títulos da Espanha e França. O Tesouro espanhol fez leilão de bônus de 10 anos no qual pagou yield máximo de 7,088%, o maior nível desde a introdução do euro. A França também fez leilão com yields maiores - mas não nesses níveis. Outra notícia ruim foi a de que a Moody''s rebaixou ontem os ratings da dívida sênior e de depósito de dez bancos públicos da Alemanha (Landesbanken). Com tudo isso, os indicadores favoráveis dos EUA foram deixados de lado. O Dow Jones operava em queda de 1,69% às 18h18, o S&P recuava 2,07% e o Nasdaq caía 2,20%.
Mas, aqui, a elevação do rating do Brasil pela S&P amenizou um pouco as perdas do Ibovespa, marginalmente. A agência elevou o rating de longo prazo do Brasil para BBB, de BBB-.
O setor bancário foi destaque de baixa no Brasil, sendo que Santander unit liderou as perdas do segmento ao cair 4,56%. O mercado reagiu mal ao anúncio de que o banco entrou com pedido na SEC (a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) na última segunda-feira para que empresas do próprio grupo possam vender papéis do Santander Brasil.
Vale ON, -2,70%, Vale PNA, -2,20%, Petrobras ON, -2,90%, e Petrobras PN, -2,67%. Na Nymex, o contrato do petróleo para dezembro amargou perda de 3,67%, a US$ 98,82 o barril.
Dólar sobe pelo terceiro dia seguido e fecha a R$ 1,780
Compras de dólares hoje por um banco estrangeiro no mercado doméstico pressionaram a moeda, que retomou o sinal positivo ante o real após um recuo momentâneo no começo da tarde. Essa movimentação amparou um aumento de operações casadas de dólar à vista com dólar futuro e um fluxo cambial negativo, confirmado pela abertura da taxa do cupom cambial, de -0,31% no fechamento ontem para -0,06% no último negócio até 16h20, informou o gerente da mesa de derivativos de uma corretora.
A alta da moeda norte-americana se deu paralelamente à queda forte da Bovespa em meio à volta de preocupações com o endividamento dos Estados Unidos e vendas de ações por um banco estrangeiro, o rebaixamento de dez instituições financeiras da Alemanha pela Moody''s e o pagamento pelo governo da Espanha de yields recordes desde a implantação do euro, em um leilão de bônus de dez anos.
No fechamento, o dólar à vista subiu 0,45%, a R$ 1,780 no balcão, ampliando a valorização acumulada em três dias para 2,06%. No mês, o ganho aumentou para 5,08% e, no ano, está em 6,97%. Na BM&F, o dólar à vista avançou 0,59%, para R$ 1,7821.
Nos Estados Unidos, cresce o receio com a possibilidade do chamado "supercomitê" do Congresso, encarregado de apresentar um plano de cortes nos gastos públicos até a próxima quarta-feira, não cumprir essa missão, o que resultaria na adoção automática de um outro plano para reduzir o déficit orçamentário norte-americano.