DIA A DIA

Bovespa abre em alta e já retoma os 57 mil pontos
18/11/2011 - Olívia Bulla e Cristina Canas - Agência Estado

Depois de devolver tudo e mais um pouco na véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu hoje novamente ajustando-se aos mercados internacionais. A aceleração da queda dos negócios locais durante a tarde de ontem não foi corroborada por um cenário externo mais avesso ao risco. Ao contrário, apesar de a dinâmica na Europa continuar a mesma nesta manhã - com a alta dos juros dos títulos de países soberanos sendo contida pelo Banco Central Europeu (BCE) - o Congresso dos EUA aprovou, na noite de ontem, a lei orçamentária para o ano fiscal de 2012. Resta saber se esse alívio será capaz de trazer os investidores de volta às compras até o fim do dia. Às 11h18, o Ibovespa subia 0,45%, aos 57.228,19 pontos.

"Hoje o ajuste é para cima", afirmou um operador de uma corretora paulista, lembrando que o início da sessão de ontem foi dedicado a uma correção (para baixo) por causa da defasagem no fechamento da Bolsa no dia anterior em relação ao desempenho nos mercados em Nova York. Para o profissional, a queda de quase 2,7% do Ibovespa ontem, já abaixo dos 57 mil pontos, foi "um pouco exagerada".

No exterior, depois de operarem nas primeiras horas do dia no terreno negativo, os índices futuros das Bolsas de Nova York e as principais bolsas europeias, com exceção de Londres, operavam em alta, perto do horário citado acima.


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Nos dois lados do Atlântico, os negócios são sustentados por esperanças de que o BCE esteja planejando aumentar seu arsenal de medidas para conter a crise das dívidas europeias, bem como a aprovação pelo Senado e pela Câmara norte-americanos do projeto de lei que elimina a mais recente ameaça de fechamento do governo Obama, destinando recursos para vários agências governamentais durante o ano fiscal de 2012, iniciado em outubro.

Por aqui, as medidas fiscais rigorosas, as políticas econômicas adotadas pelo governo Dilma e a resposta do Banco Central às pressões inflacionárias levaram a Standard & Poor''s a elevar a nota de risco de crédito (rating) do Brasil em um degrau. O rating brasileiro de longo prazo em moeda estrangeira passou de BBB- para BBB, segundo nível do chamado grau de investimento. A perspectiva do Brasil, ainda segundo a S&P, é estável.

O dólar comercial abriu em baixa de 0,51%, a R$ 1,771, após três fechamentos seguidos em alta nesta semana. Ontem, a moeda norte-americana encerrou o dia em elevação de 0,45%, a R$ 1,780. Hoje, às 10h23, o dólar mantinha o movimento de queda registrado na abertura dos negócios e seguia a R$ 1,771.

A Europa segue em agonia, com o Banco Central Europeu (BCE) tentando estancar a sangria por meio da compra de títulos soberanos que se tornou diária, enquanto apela para que os governos da região coloquem em prática as medidas acertadas em inúmeros encontros feitos há meses, mas que ainda não saíram do papel. "Onde está a implementação dessas decisões de longa data? Não devemos ficar esperando por mais tempo", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, hoje, em um discurso para banqueiros e funcionários do governo da zona do euro.

Sem notícias novas ou fundamentos capazes de explicar a sustentação do euro e as perdas do dólar em relação também às moedas emergentes de maior importância, os analistas do mercado doméstico ouvidos pela Agência Estado avaliam que os investidores estão se arriscando em busca de lucros, depois de vários pregões de cautela.

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