Bovespa opera em alta, no rastro do exterior 22/11/2011
- Olívia Bulla e Cristina Canas - Agência Estado
Depois de conseguir amenizar boa parte das perdas registradas na sessão de ontem e fechar com queda inferior a 1%, a Bovespa operava em alta pela manhã, no rastro de uma tentativa de melhora no exterior. Mas os crescentes impasses políticos nos dois lados do Atlântico Norte inibem uma recuperação mais contundente, e a definição dos negócios deve ficar a cargo da agenda econômica do dia. Às 11h16, o Ibovespa subia 0,33%, aos 56.470 pontos.
"Os investidores seguem na defensiva com o cenário macroeconômico mundial", afirma, em relatório, o analista da Um Investimentos Eduardo Oliveira. Segundo ele, os mercados internacionais tentam respirar aliviados nesta manhã após as agências de classificação de risco Moody''s e Standard & Poor''s afirmarem que a falta de acordo sobre o déficit nos EUA não afeta o rating soberano do país, em Aaa e AA+, respectivamente.
Ontem à noite, o Comitê Bipartidário do Congresso dos EUA admitiu o fracasso na busca por um acordo sobre os cortes de US$ 1,2 trilhão, no prazo de dez anos, nas contas do governo. A falta de consenso entre republicados e democratas no tema abre espaço para a ativação de cortes automáticos nos gastos públicos em 2013 - apenas dois meses após a próxima eleição presidencial. Mas, o presidente norte-americano, Barack Obama, foi pronto em afirmar que o déficit do país será reduzido "de uma maneira ou de outra" e prometeu qualquer tentativa de barrar esse objetivo.
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À luz dos trabalhos do Supercomitê, a Fitch havia colocado, em agosto, o rating AAA e a perspectiva estável dos EUA em revisão. Agora, diante do malogro entre os legisladores, pode haver uma ação negativa por parte da agência de classificação - possivelmente com uma rebaixamento da perspectiva, e não de um degrau. A Fitch espera concluir os trabalhos até o fim deste mês.
Já na Europa, o custo para assegurar dívidas de grandes bancos da Europa contra calotes continua atingindo níveis recordes hoje, com o aumento dos temores de que França e Alemanha possam ser contagiadas pela crise das dívidas soberana na região.
Dólar recua um pouco, após cinco altas seguidas
O dólar comercial era negociado em queda de 0,22%, a R$ 1,802, por volta das 10h15. Ontem, a moeda norte-americana fechou em alta pela quinta vez consecutiva e ultrapassou a marca de R$ 1,80.
Um dos grandes temores que os mercados demonstravam ontem concretizou-se: os políticos norte-americanos não conseguiram consenso nas medidas para cortar o déficit do país em US$ 1,2 bilhão pelos próximos 10 anos. Mas o presidente dos EUA, Barack Obama, veio a público para afirmar que o déficit do país será reduzido "de uma maneira ou de outra" e prometeu vetar qualquer tentativa de barrar esse objetivo.
Além disso, as agências de classificação de risco Moody''s e Standard & Poor''s apressaram-se em afirmar que a falta de acordo entre republicanos e democratas não afeta o rating dos EUA. Já a Fitch, que havia atrelado a decisão sobre a revisão do rating norte-americano às medidas sobre o déficit, declarou que um eventual rebaixamento será na perspectiva, que ficaria negativa, e não no grau de investimento. E pronto, os mercados arrumaram as desculpas que precisavam para realizar os lucros obtidos com as fortes movimentações de ontem. A Europa também colabora com o rumo, mantendo os riscos de crédito em queda, na manhã desta terça-feira.