Bovespa abre em leve alta com cenário nebuloso na Europa 29/11/2011
- Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava com leve alta de 0,30%, aos 56.182,91 pontos, minutos após a abertura, mas continua refém do cenário nebuloso na Europa. A esperança com a reunião de hoje dos ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo), às 14 horas, dá um pouco de fôlego às bolsas europeias, o que também se reflete no Brasil. Dados dos EUA a serem divulgados no fim da manhã e no início da tarde também estão no radar dos investidores.
À tarde, os ministros de finanças da zona do euro tentarão avançar em direção a um aumento no poder de fogo da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Há também expectativa de que no encontro seja tomada uma decisão sobre a próxima parcela da ajuda financeira oferecida à Grécia.
Dólar cai enquanto aguarda reunião do Eurogrupo
Os mercados estão mostrando comportamento positivo, na manhã de hoje, mas com bastante volatilidade, já que o noticiário não é dos mais favoráveis. Isso deve se reproduzir internamente, nos negócios com câmbio, que continuam se pautando quase que exclusivamente pelo exterior. Às 10h31, o dólar comercial era negociado em queda de 0,48%, a R$ 1,847. O pregão desta terça-feira pode ser influenciado, também, pela proximidade do vencimento dos contratos derivativos de dólar de dezembro.
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Aparentemente, do lado positivo estão pesando novamente as boas perspectivas para o resultado da reunião dos ministros de Finanças da zona do euro, o Eurogrupo, que está marcada para começar às 14 horas de Brasília. Ontem, os investidores já compraram ativos de risco acreditando que nesse encontro os líderes europeus chegarão a um acordo para alavancar a Linha de Estabilidade Financeira Europeia.
Também ajuda o resultado do leilão de bônus da Itália. O país captou 7,499 bilhões de euros, de uma quantia pretendida ente 5 e 8 bilhões de euros, em papéis com vencimentos diversos (3, 9 e 10 anos). Mas há uma senão, que é o custo alto. Mais uma vez, as taxas representaram um recorde desde a adoção do euro, todas acima de 7%.
Se do lado positivo os mercados internacionais computam expectativas positivas para o encontro do Eurogrupo, do negativo consideram as últimas novidades. A agência de classificação de risco Moody''s está revisando a classificação de risco das dívidas subordinadas de 87 bancos europeus para possível rebaixamento. A agência argumenta que, com a crise europeia, os governos da região estão tendo dificuldades para dar suporte a essas instituições. Além disso,um jornal francês reacendeu a especulação de que a classificação de risco da França pode ser revista em breve, para pior. Também na Europa, foi divulgado o índice de confiança do consumidor na zona do Euro, que caiu para -20,4 em novembro. Em outubro o resultado foi de -19,9.
Em relação à China, a economista do banco suíço UBS, Wang Tao, rebaixou de 8,3% para 8% sua previsão para o PIB em 2012. Isso relembra a desaceleração da economia do país, que tanto preocupa aos investidores e governantes do mundo todo. Principalmente de países como o Brasil, cada vez mais dependentes de exportações para lá.
A esperança de uma solução - que tem alimentado os mercados há tempos - mais uma vez abre espaço para ganhos moderados lá fora e aqui. Porém, tudo pode mudar. "Se não houver nada de concreto em Bruxelas (na reunião do Eurogrupo), pode haver uma realização de lucros rápida no Brasil, até para digerir a alta de ontem do Ibovespa", afirmou um operador de renda variável.
Dados de vendas de moradias nos Estados Unidos, a serem divulgados às 12 horas (S&P/Case-Shiller) e às 13 horas (FHFA) serão observados com atenção, assim como o índice de confiança do consumidor norte-americano em novembro, a ser divulgado também às 13 horas.
Na Europa, contribui para o clima mais ameno o leilão de bônus da Itália, que captou 7,499 bilhões de euros, de uma quantia pretendida ente 5 e 8 bilhões de euros, em papéis com vencimentos diversos (3, 9 e 10 anos). Porém, o custo foi alto: mais uma vez, as taxas representaram um recorde desde a adoção do euro, todas acima de 7% - o que traz dúvidas sobre se o país conseguirá sair da crise sem a ajuda de seus pares europeus.