Ibovespa fecha em queda, sob impacto de siderurgia e mineração 29/11/2011
- Reuters com Agência Estado
A bolsa brasileira encerrou o pregão desta terça-feira em baixa, na contramão dos mercados externos e influenciada pelo comportamento negativo das ações dos setores de siderurgia e mineração.
O Ibovespa caiu 1,28 por cento, a 55.299 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,8 bilhões de reais.
Em Nova York, o índice Dow Jones subia 0,72 por cento, às 18h23, enquanto o S&P tinha alta de 0,6 por cento.
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"Houve mais um impacto setorial do que do ambiente macroeconômico (no Ibovespa)", explicou o economista-sênior da CM Capital Markets, Maurício Nakahodo.
A ordinária da Usiminas registrou queda de 5,26 por cento, a 18,00 reais, ainda sob influência da notícia de que a entrada da Techint no capital da empresa não implica em tag-along para os acionistas minoriotários.
As preferenciais da empresa também caíram, em 6,33 por cento, a 10,21 reais, assim como as ações da Gerdau, com queda de 4,07 por cento, a 12,95 reais, e da CSN, com recuo de 4,06 por cento, a 14,17 reais.
Em mineração, MMX caiu 5,83 por cento, a 6,14 reais, enquanto a preferencial da Vale recuou 1,65 por cento, a 38,85 reais. Algumas instituições como Barclays e Société Générale reduziram seus preços-alvos para os recibos de ações (ADRs) da última empresa, seguindo a queda no guidance de investimentos para 2012 da mineradora.
Nos mercados externos, Nakahodo lembrou que expectativas por anúncios na zona do euro influenciaram as bolsas. "Na Europa, os mercados fecharam em leve alta com investidores otimistas por um acordo na reunião de ministros de Finanças".
O economista, porém, ressaltou que decisões importantes sobre a crise da dívida na zona do euro devem ocorrer apenas na reunião de líderes, prevista para dezembro. No encontro desta terça, os ministros concordaram em liberar uma parcela de 8 bilhões de euros para a Grécia.
Na Bovespa, a preferencial da Petrobras teve leve queda, de 0,42 por cento, a 21,41 reais. Entre as altas, os destaques ficaram com MRV, que subiu 3,98 por cento, e Cyrela, com alta de 2,25 por cento.
Fora do índice, o destaque positivo ficou com Lupatech, que subiu 16,81 por cento, estendendo a alta dos últimos dois pregões, após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) demonstrar apoio à empresa que enfrenta dificuldades de capital.
Na outra ponta ficou Anhanguera Educacional, com recuo de 4,28 por cento.
Dólar fecha em R$ 1,8460, com terceira queda seguida
Notícias mais animadoras sobre a Europa e os Estados Unidos hoje voltaram a sustentar as apostas em moedas consideradas mais arriscadas, como o real e o euro, em detrimento do dólar, que recuou no mercado doméstico pela terceira sessão seguida.
Novos dados positivos dos EUA e a esperança de que os 17 ministros de finanças da zona do euro (Eurogrupo) e o BCE apresentem soluções para a crise europeia deram suporte a essas expectativas. Por isso, os investidores ampliaram suas fichas na queda do dólar na rolagem de contratos de derivativos cambiais, que foi reforçada hoje, véspera da formação da taxa Ptax de fim de mês. Além disso, o fluxo positivo para o País, supostamente direcionado para a renda fixa antes do esperado corte de 0,50 pp da Selic pelo Copom amanhã, favoreceu ainda o recuo das cotações, com aumento dos negócios.
O dólar à vista fechou em queda de 0,54%, para R$ 1,8460 no balcão, e recuou 0,59%, para R$ 1,8480 na BM&F. En três dias, o dólar balcão recuou 2,3%, mas em novembro acumula alta de 8,97% e, no ano, de +10,94%.
Em Nova York, às 16h44, o euro valia US$ 1,3326, ante US$ 1,3320 no fim da tarde de ontem. O dólar caía a 77,8445 ienes, de 78,00 ienes ontem, e cedia para 0,9206 franco suíço, de 0,9225 franco suíço na véspera. O dólar Index caía para 79,030, ante 79,176 ontem.