Bovespa recua 0,56% e termina na contramão do exterior 15/12/2011
- Claudia Violante e Silvana Rocha - Agência Estado
O vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira gerou volatilidade hoje e acabou empurrando o Ibovespa para baixo na reta final da sessão. Isso ocorreu em meio à briga entre comprados e vendidos, que fez com que as blue chips mudassem de sinal e caíssem. O fôlego para compras também rareou com a ausência de notícias sobre a Europa e a despeito de as bolsas norte-americanas continuarem sua trajetória com sinal positivo.
O Ibovespa terminou o dia com perda de 0,56%, aos 56.331,15. Na mínima, registrou 56.232 pontos (-0,73%) e, na máxima, os 57.332 pontos (+1,21%). No mês, acumula queda de 0,95% e, no ano, de 18,72%.
Segundo Pedro Galdi, da SLW, o fôlego já vinha diminuindo desde a máxima da sessão, uma vez que não saiu nada de novo sobre a situação europeia. E o vencimento acabou por jogar o índice para baixo. Assim, os investidores acabaram deixando de lado a safra de bons indicadores divulgada no exterior.
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A leitura preliminar do índice PMI chinês, medido pelo HSBC, subiu para 49,0 em dezembro, ante uma leitura final de 47,7 em novembro. Na Europa, a atividade do setor privado entre os 17 países europeus que compartilham o euro avançou para o nível mais alto em três meses, a 47,9 neste mês, de 47,0 no mês passado.
Nos EUA, o principal destaque foi o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego. Houve queda de 19 mil, para 366 mil, o menor nível desde maio de 2008. Os economistas esperavam alta de 9 mil solicitações. Outros destaques foram os índices de atividade industrial do Federal Reserve da Filadélfia (10,3 em dezembro); e do distrito de Nova York medida pelo índice Empire State (9,53). A Petrobras ON recuou 1,03%, Petrobras PN, -1,42%, Vale ON teve baixa de 1,61% e a PNA, de 1,18%.
Com sinal do BC, dólar recua mesmo com fluxo negativo
Após a sacudida no mercado de câmbio pela manhã com o leilão de linha com compromisso de recompra realizado pelo Banco Central, o dólar à vista manteve-se em queda moderada durante à tarde, mesmo com fluxo cambial negativo. A acomodação das cotações em baixa mostra que os agentes financeiros passaram a ter convicção de que a autoridade monetária está atenta a eventual demanda pontual e poderá agir se perceber necessidade de liquidez adicional, disse o operador José Carlos Amado, da Renascença Corretora.
De outro lado, a taxa do cupom cambial de janeiro de 2012 teve um esticão à tarde, reagindo ao aumento de operações casadas de dólar à vista com futuro por causa de saídas de recursos do mercado local. Depois de testar a mínima intradia, de +0,12%, logo após o anúncio do leilão de linha de dólar, a taxa desse cupom cambial ampliou a alta e subiu a +0,90%, reagindo à decisão do BC de rejeitar todas as propostas dos dealers participantes. Durante a sessão vespertina, o cupom abriu mais e encerrou em +1,70%, confirmando o fluxo cambial negativo, afirmou um operador de tesouraria de um banco. Ontem, este vencimento de cupom cambial encerrou em +1,13%.
No final da sessão, o dólar à vista teve baixa de 0,69%, cotado a R$ 1,8610 no balcão, após recuar até a mínima de R$ 1,8540 (-1,07%) logo depois do anúncio do leilão do BC. A máxima, registrada após a abertura dos negócios, foi de R$ 1,8740 (estável). Na BM&F, o dólar à vista encerrou com perda de 0,82%, para R$ 1,8598, sendo que a mínima mais cedo foi de R$ 1,8531 (-1,17%) e a máxima, de R$ 1,8745 (-0,03%).
O mercado externo um pouco mais calmo até o meio da tarde colaborou também para o dólar sustentar a baixa por aqui. Alguns dados norte-americanos reafirmaram o sentimento recente dos investidores de que a economia está reagindo gradativamente, ao contrário da situação europeia. Os destaques foram a queda dos pedidos de auxílio-desemprego para o menor nível desde maio de 2008 e o forte avanço, de 10,3% em dezembro, da atividade industrial na região do Fed de Filadélfia, o dobro das previsões dos economistas. Esses indicadores induziram discreta recuperação de perdas recentes nas bolsas em Nova York, enquanto o dólar exibiu leves ganhos.