Bolsa fecha no vermelho pelo quarto pregão seguido 19/12/2011
- Cláudia Violante e Silvana Rocha - Agência Estado
Hoje pode ter sido o último pregão 'animado' na Bovespa em 2011. O exercício de opções sobre ações engordou o giro financeiro no mercado acionário doméstico, na contramão do que já foi visto no exterior. Mas é o ritmo lento lá de fora que deve ser a regra nas próximas duas semanas. Neste pregão, declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, fizeram as bolsas da região mudarem de sinal e a Bovespa, a acompanhar e cair, pisando nos 55 mil pontos pela primeira vez em dezembro.
O Ibovespa terminou o dia com perda de 1,42%, aos 55.298,33 pontos, na mínima pontuação do dia e no menor nível desde 25 de novembro (54.894,49 pontos). Na máxima do dia, o índice registrou 56.376 pontos (+0,50%). Foi a quarta sessão seguida no vermelho, período em que caiu 3,82%. No mês, acumula perda de 2,77% e, no ano, de 20,21%.
A expectativa dos agentes é de que nas próximas duas semanas o ritmo seja fraco no mercado, já que muitos investidores já estão em recesso ou vão esperar o ano virar para realocar seus recursos. A expectativa é de que um desfecho para a crise europeia não virá agora, então é melhor esperar.
PUBLICIDADE
Sobre o bloco, hoje os 27 ministros de Finanças da União Europeia se reuniram para decidir sobre um empréstimo ao FMI. A expectativa era sobre um montante de 200 bilhões de euros, mas o resultado foi um pouco menor, de 150 bilhões de euros, embora o Reino Unido ainda não tenha dito qual será sua contribuição. Isso só deve ocorrer no início do próximo ano.
Antes do resultado do encontro, o mercado se deixou abalar por declarações do presidente do BCE, Mario Draghi, que afirmou que apenas a austeridade fiscal não é suficiente e de que é preciso mais para sanar os problemas na zona do euro. Ele disse também que a compra de títulos soberanos no mercado secundário pelo BCE não é eterna nem infinita e também não pode ser empregada com mais intensidade.
As ações da Petrobras recuaram 0,44% na ON e 0,85% na PN. Vale ON fechou em baixa de 1,56% e a PNA, de 1,76%.
Dólar sobe com exterior e fluxo negativo
O dólar no mercado doméstico começou a semana em alta, pressionado desde cedo pelas preocupações com o cenário internacional e o fluxo cambial negativo.
A morte do líder norte-coreano Kim Jong-il no fim de semana adicionou incertezas geopolíticas aos negócios em meio a expectativas sobre o processo de transição de governo. Além disso, a Europa segue no radar. A cautela foi redobrada após comentários do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que o panorama econômico na Europa está sujeito a "grande incerteza" e que se mantém um risco substancial de baixa. Também há expectativas sobre o desfecho da teleconferência entre os 27 ministros de Finanças da União Europeia. Neste evento, os ministros debatem sobre o empréstimo de 200 bilhões de euros ao FMI para financiar países europeus em dificuldade e a implementação da consolidação fiscal na zona do euro.
O dólar à vista fechou com alta de 0,65%, a R$ 1,8680 no balcão. O ganho intraday elevou a valorização registrada no mês para 3,26% e, no ano, para 12,26%. Na BM&F, o dólar à vista encerrou com valorização de 0,34%, a R$ 1,8669. Até 16h29, o giro financeiro total registrado na clearing de câmbio somava US$ 1,560 bilhão, dos quais US$ 1,333 bilhão em D+2.
No mercado futuro, às 16h30, o dólar janeiro de 2012 subia 0,75%, a R$ 1,8720, com giro financeiro de US$ 10,498 bilhões.
As cotações à vista também ganharam impulso de saídas de recursos do mercado, que pressionaram o cupom cambial. A taxa do cupom para janeiro de 2012 estava em +2,30% às 16h30, ante +1,50% no fechamento na sexta-feira.