Bolsa sobe 2,83% e praticamente apaga perdas no mês 20/12/2011
- Cláudia Violante e Silvana Rocha - Agência Estado
Os bons indicadores divulgados nos EUA e na Alemanha e o leilão bem sucedido de títulos pela Espanha fizeram com que as bolsas tivessem um dia de ganhos firmes pelo mundo. Não foi diferente por aqui, onde a Bovespa recuperou o patamar de 56 mil pontos, perdido ontem, impulsionada por alta generalizada entre os papéis.
O Ibovespa encerrou a sessão com ganho de 2,83%, aos 56.864,85 pontos, na máxima pontuação do dia. Na mínima, registrou 55.301 pontos (+0,01%). O resultado de hoje praticamente apagou as perdas acumuladas em dezembro, que agora se limitam a apenas 0,02%. No ano, o índice recua 17,95%.
Os investidores se voltaram, hoje, primeiro para a Europa e, depois, para os EUA. Na Alemanha, o instituto de pesquisa Ifo divulgou que o índice de confiança das empresas avançou para 107,2 pontos em dezembro, da leitura revisada de 106,6 pontos em novembro, e acima da previsão dos analistas, que esperavam 106 pontos. E a Espanha conseguiu vender € 5,64 bilhões em T-bills, mais do que o esperado, pagando yields bem mais baixos do que nos leilões anteriores.
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Esses indicadores puxaram as bolsas da região para cima. Os papéis ainda foram estimulados pelos dados sobre construção de moradias iniciadas nos EUA, que mostraram alta de 9,3% em novembro ante outubro, para 685 mil, o maior nível em 19 meses e bem acima da expectativa de analistas de alta de 0,3%, para 630 mil.
A Petrobras ON fechou com variação positiva de 4,58% e a PN, de 4,64%. Vale ON, +3,65% e PN, +3,64%.
Dólar segue movimento externo e cai
O mercado de câmbio doméstico operou com o dólar em baixa o dia todo nesta terça-feira, em sintonia com o comportamento da divisa dos EUA no exterior. Desde cedo, os agentes financeiros se sentiram estimulados a reduzir posições em dólar por causa de indicadores melhores do que o esperado, como o aumento das construções de moradias nos Estados Unidos em novembro ao maior nível em dois anos e o crescimento da confiança das empresas na Alemanha em dezembro. O leilão de títulos de curto prazo da Espanha também animou os mercados, porque o país vendeu um lote significativo de papéis com custos mais baixos do que na operação anterior.
Além disso, os dados do setor externo brasileiro foram considerados positivos e ajudaram a reforçar o sentimento favorável sobre os fundamentos da economia brasileira. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que os indicadores de dívida externa apresentaram uma melhora significativa. Os destaques foram o ingresso recorde de Investimento Estrangeiro Direto no ano até novembro, de US$ 60,055 bilhões, e que poderá fechar 2011 em US$ 65 bilhões, com ingresso de US$ 5 bilhões neste mês de dezembro; e a reversão do fluxo cambial deste mês, de negativo em US$ 424 milhões até o dia 9 para positivo em US$ 39 milhões no mês até o dia 16. A posição comprada em dólares dos bancos caiu de US$ 1,031 bilhão no fim de novembro para US$ 717 milhões neste mês até o dia 16. "Isso nos dá conforto para enfrentar um cenário econômico mais adverso", afirmou. Tombini disse que o governo brasileiro tem capacidade de refinanciamento. "Este é um problema que está sendo enfrentado com grandes dificuldades no globo."
O dólar à vista fechou com queda de 1,34%, cotado a R$ 1,8430 no balcão. O resultado reduziu o ganho acumulado pela moeda neste mês para 1,88% e, no ano, +10,76%. Na BM&F, o dólar pronto terminou com baixa de 1,29%, para R$ 1,8428.
No mercado futuro, às 16h47, o dólar janeiro de 2012 recuava 1,39%, para R$ 1,8480, com um volume de negócios de US$ 12,396 bilhões.
Embora a queda do dólar no começo do dia tenha sido limitada por fortes compras de moeda por uma empresa do setor de petróleo, possivelmente para pagamento de importações, ao longo da sessão esse fluxo negativo foi diluído, equilibrando as taxas do cupom cambial na sessão.`Por volta das 15h50, a taxa do cupom para janeiro de 2012 estava em +2,10%, ante +2,30% no encerramento ontem.
Em Nova York, às 16h33, o euro subia a US$ 1,3082, ante US$ 1,2998 no fim da tarde de ontem e uma máxima hoje de US$ 1,3133. O dólar recuava a 77,79 ienes, de 78,03 ienes ontem, e cedia para 0,9308 franco suíço, ante 0,9375 franco suíço na véspera. O dólar Index cedia a 79,851, ante 80,373 no fim da tarde ontem.