Ibovespa fecha pregão com alta de 0,09%, aos 58.600 pontos 06/01/2012
- Beatriz Cutait e Eduardo Campos - Valor
O mercado acionário brasileiro teve um pregão instável e de baixo giro financeiro, mas conseguiu sustentar leve alta no fechamento e também na semana.
Dados preliminares mostram que, após mínima de 58.355 pontos e máxima de 59.260 pontos, o Ibovespa encerrou os negócios com leve valorização de 0,09%, aos 58.600 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 4,538 bilhões. Na semana, o índice ganhou 3,3% e teve o melhor desempenho desde o apurado entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro (5,4%).
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA caiu hoje 0,75%, a R$ 39,46; Petrobras PN avançou 0,08%, a R$ 22,33; OGX Petróleo ON cedeu 0,36%, a R$ 13,55; Itaú Unibanco PN teve valorização de 0,75%, a R$ 34,92; e Bradesco PN se apreciou em 1,24%, a R$ 31,60.
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No mercado americano, a jornada também é de volatilidade. Minutos atrás, o índice Dow Jones caía 0,42%, enquanto o Nasdaq subia 0,27% e o S&P 500 perdia 0,14%.
Dólar cai 0,96% na 1ª semana do ano e vale R$ 1,851
Com o dólar em alta e testando preços não vistos em um ano no mercado externo, não tem como o câmbio local escapar do movimento. Hoje, o dólar comercial fechou com alta de 0,54%, a R$ 1,851 na venda. Mas na semana, a moeda acumulou perda de 0,96%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto teve valorização de 0,79%, a R$ 1,8526. O giro do dia foi de US$ 95,25 milhões.
Também na BM&F, o dólar com entrega para fevereiro mostrava alta de 0,29%, a R$ 1,8615, antes do ajuste final de posições.
No mercado externo, o euro marca novo dia de baixa ante o dólar e segue em mínimas não vistas desde setembro de 2010. A moeda caía cerca de 0,50%, a US$ 1,272. Na semana, a moeda comum caiu 1,85%.
Chama atenção esse descolamento entre o comportamento do real e do euro na semana. E, de fato, a moeda brasileira está entre as que mais ganharam do dólar nesta primeira semana de 2012.
Segundo o gerente da mesa de dólar da Icap Brasil, Ítalo dos Santos, esse descolamento do real é explicado pelo firme fluxo de entrada de recursos observada no período.
Foi verificada entrada de dinheiro estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e captações que passaram de US$ 2,5 bilhões feitas pelo Tesouro Nacional, Vale e Bradesco.
Pelas contas do especialista, se o real seguisse lado a lado a depreciação do euro já estaria na casa de R$ 1,90.
A questão, segundo Santos, é que a crise na zona do euro está longe de acabar e qualquer fraquejada nesse fluxo de dólares em direção ao país já colocaria o real em rota de depreciação mais acelerada. Por isso, o gerente não descarta a possibilidade de taxa de câmbio a R$ 2 em um futuro próximo.
Ainda no capítulo fluxo, vale lembrar que há uma série de entraves ao capital externo, como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% sobre empréstimos externos inferiores a dois anos, medida anunciada ano passado, para conter uma enxurrada de mais de US$ 30 bilhões em fluxo financeiro apenas nos três primeiros meses de 2011.
Também está em vigor o IOF sobre a ampliação de posições vendidas de derivativos, ou seja, quem quiser apostar na valorização do real tem de pagar um pedágio.