Ibovespa abre pregão em alta e tenta retomar os 59 mil pontos 09/01/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Com uma semana movimentada pela frente, o mercado financeiro começa o pregão desta segunda-feira de olho no encontro entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Eles reuniram-se em Berlim para prosseguir com as discussões sobre a adoção de regras mais rígidas de política fiscal, à medida que buscam desenhar um plano amplo nos próximos três meses para resgatar o euro. Além disso, volta à pauta a criação de um imposto sobre transações financeiras e ainda são aguardados detalhes da reunião com líderes da União Europeia no próximo dia 30.
As bolsas europeias começaram a inverter o rumo para o campo positivo, em meio às declarações de Merkel e Sarkozy, e os índices futuros de Wall Street adotaram a mesma direção.
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No Brasil, a bolsa iniciou os negócios em alta. Próximo das 11h10, o Ibovespa subia 0,39%, para 58.830 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro de 2012 avançava 0,38%, aos 59.370 pontos.
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subia 0,12%, a R$ 39,51; Petrobras PN avançava 0,31%, a R$ 22,40; OGX Petróleo ON ganhava 0,22%, a R$ 13,58; Itaú Unibanco PN tinha valorização de 0,63%, a R$ 35,14; e Bradesco PN se apreciava em 0,34%, a R$ 31,71.
Na sexta-feira, o Ibovespa havia avançado apenas 0,09%, aos 58.600 pontos. Na primeira semana do ano, o índice garantiu ganho de 3,3%.
Nos EUA, a agenda desta segunda-feira reserva dados sobre o crédito ao consumidor. À noite, a Alcoa dará a largada para a temporada de balanços do quarto trimestre de 2011.
De volta ao front europeu, investidores ainda acompanham a notícia de que o uso da linha de depósitos overnight do Banco Central Europeu (BCE) atingiu novo nível recorde na sexta-feira, refletindo as tensões no mercado interbancário.
O nível de depósitos overnight tem sido elevado desde agosto de 2011, já que os bancos têm preferido usar o BCE como porto seguro para seus recursos em vez de emprestar para outros bancos. Nas últimas semanas, o uso da linha atingiu sucessivos recordes depois que o BCE injetou liquidez no mercado com empréstimos de quase 500 bilhões de euros com prazo de três anos.
Na pauta de indicadores, a produção industrial da Alemanha diminuiu 0,6% em novembro na comparação mensal, depois de ter crescido 0,8% em outubro. O número foi pior que a contração de 0,4% esperada por analistas.
O país ainda apresentou superávit comercial de 15,1 bilhões de euros em novembro do ano passado, maior que o total de 12,6 bilhões de euros de outubro.
Já o superávit na conta de transações correntes do país subiu de 10 bilhões de euros, em outubro, para 14,3 bilhões de euros, em novembro. Os números vieram acima das expectativas.
Dolar inverte sinal e passa a operar em queda
O dólar passou a operar em queda ante o real em dia de volatilidade no mercado financeiro, após ter começado a manhã em alta perante a moeda brasileira.
Por volta das 10h45, o dólar comercial operava em queda de 0,27%, cotado a R$ 1,844 na compra e R$ 1,846 na venda. Os contratos futuros com vencimento em fevereiro mostravam desvalorização de 0,66%, a R$ 1,856.
A divisa americana chegou a se valorizar 0,32% esta manhã, mas acompanhou a recuperação do euro e de outras moedas estrangeiras, e mudou de direção.
Com alta de 0,28% e cotado a US$ 1,275, a moeda comum se recuperava após ter atingido o valor mais baixo em 16 meses ante o dólar e o menor patamar em dez anos em relação ao iene.
O Dollar Index, que mede o desempenho do dólar perante seis outras moedas, cedia 0,22%, a 81,09 pontos.