Ibovespa abre pregão com forte alta e encosta nos 60 mil pontos 10/01/2012
- Beatriz Cutait e Karin Sato - Valor
A expressiva valorização das bolsas europeias e a sinalização positiva dos índices futuros do mercado acionário americano estimularam uma abertura em forte alta do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Próximo das 11h20, o Ibovespa subia 1,49%, para 59.964 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice com vencimento em fevereiro de 2012 avançava 1,41%, aos 60.485 pontos.
Entre os ativos de maior peso, Vale PN subia 1,64%, a R$ 40,15; Petrobras PN avançava 1,06%, a R$ 22,87; OGX Petróleo ON ganhava 2,47%, a R$ 14,08; Itaú Unibanco PN tinha valorização de 1,22%, a R$ 35,57; e Bradesco PN se apreciava em 1,01%, a R$ 32,00.
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Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 avançavam 0,98% e 1,10%, respectivamente, antes da abertura.
Investidores iniciam os negócios de olho em novos dados divulgados pela China, com mais sinais de enfraquecimento do país.
O país teve superávit comercial de US$ 16,52 bilhões em dezembro, 13,7% maior que o total de novembro e superando com folga a previsão de economistas, que era de um saldo positivo de US$ 7,8 bilhões.
As exportações chinesas avançaram 13,4% em dezembro na comparação com igual mês de 2010, abaixo da alta de 13,8% de novembro, porém superior à previsão traçada pelos analistas.
O foco negativo, contudo, se volta às importações do país, cujo avanço arrefeceu drasticamente, de 22,1% em novembro para 11,8% em dezembro, muito aquém das expectativas.
Os dados reforçaram a perspectiva de novas medidas de estímulo à economia a serem adotadas pelo banco central chinês.
Ainda nesta terça-feira, o mercado reage aos números trimestrais da Alcoa, reportados ontem à noite, enquanto aguarda a divulgação americana dos dados de novembro de estoques de empresas no atacado.
Europa
Na Europa, a França contribui para o bom humor dos agentes. A produção industrial do país aumentou 1,1% em novembro na comparação com outubro e surpreendeu os economistas, que previam queda de 0,2%.
A Fitch Ratings ainda avisou que não espera rebaixar a nota da França em 2012, a não ser que a crise da zona do euro piore. Por outro lado, a instituição vê "chance significativa" de que o rating da Itália seja reduzido.
Apesar das boas notícias relativas à França, as preocupações com o sistema financeiro europeu persistem. O uso da linha de depósitos overnight do Banco Central Europeu (BCE) atingiu novo recorde, um reflexo das tensões no mercado interbancário e do excesso de liquidez no sistema financeiro.
Os bancos da zona do euro mantinham 481,935 bilhões de euros na linha de depósitos overnight do BCE na segunda-feira, superando o recorde da sexta-feira, de 463,565 bilhões de euros.
Dólar recua mais de 1% ante o real e já vale R$ 1,812
O dólar opera com desvalorização acentuada ante o real na manhã desta terça-feira. Entre os motivos está a expectativa de entrada de recursos no país nos próximos dias, explica o gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo.
"O mercado já trabalha com a possibilidade de grandes empresas e bancos voltarem a captar mais dinheiro no exterior, com prazos mais longos e custo menor", diz.
Às 9h35, o dólar comercial declinava 1,25%, cotado a R$ 1,810 na compra e a R$ 1,812 na venda.
No mercado futuro, o contrato de fevereiro negociado na BM&FBovespa tinha perda de 1,19%, a R$ 1,822.
Ontem, o dólar comercial recuou 0,86% e fechou cotado a R$ 1,835 na venda, mínima do dia.
No mercado de câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis dividas, registrava ligeira perda de 0,17%, aos 80,84 pontos.
O euro subia 0,23% ante o dólar, a US$ 1,279.
As commodities operam em alta, o que favorece a valorização das chamadas moedas commodities.
Na Europa, o governo da Hungria vendeu hoje a oferta integral de 45 bilhões de florins (US$ 181,7 milhões) em notas do Tesouro de três meses em seu leilão semanal, informou a Agência de Administração da Dívida do Governo.
Os papéis, com vencimento em 18 de abril, saíram a um rendimento médio de 7,98%, acima da taxa paga em leilão semelhante realizado há uma semana, quando ficou em 7,67%. A demanda pelos papéis superou em quase três vezes a oferta.
Na agenda de indicadores americana, o dia reserva os estoques no atacado das empresas. Está prevista alta de 0,6%, após variação positiva de 1,6%. Também são aguardados discursos de dois membros do Federal Reserve (Fed), banco central americano.