Após três altas seguidas, Bovespa abre jornada no campo negativo 11/01/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Após três altas seguidas, quando a bolsa brasileira atingiu o maior patamar em mais de cinco meses, o Ibovespa abriu a jornada desta quarta-feira em baixa.
Próximo das 11h20, o índice cedia 0,31%, para 59.621 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro recuava 0,27%, aos 60.115 pontos. Na véspera, o Ibovespa havia avançado 1,22%, aos 59.805 pontos, maior nível desde 25 de julho (59.970 pontos).
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA caía hoje 0,75%, a R$ 39,21; Petrobras PN perdia 0,65%, a R$ 22,75; OGX Petróleo ON subia 0,42%, a R$ 14,04; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,11%, a R$ 35,56; e Bradesco PN se depreciava em 0,22%, a R$ 31,68.
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Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuavam 0,20% e 0,29%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
Por lá, investidores lidam com uma agenda fraca e aguardam apenas a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que faz uma compilação da atividade econômica nos últimos 45 dias sob a ótica das unidades regionais da instituição.
Ainda que o começo de ano esteja positivo para as bolsas, investidores seguem demonstrando que a cautela com a Europa persiste e, neste cenário, a Alemanha permanece como grande porto seguro.
O governo alemão vendeu hoje 3,153 bilhões de euros em papéis de cinco anos de uma oferta total de até 4 bilhões de euros, a uma taxa média de 0,90% e cupom de juros de 0,75%. Pela primeira vez, o país pagou rendimento inferior a 1% em um leilão de dívida com este tipo de vencimento.
Amanhã, será a vez de a Espanha ofertar até 5 bilhões de euros em papéis com vencimento em 2015 e 2016. Na sexta-feira, a Itália irá ao mercado de dívida com oferta de até 4,75 bilhões de euros em papéis de dois, três e seis anos.
Nesta jornada, a Alemanha ainda revelou que seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,0% em 2011, depois de avançar 3,7% em 2010 e contrair-se 5,1% em 2009. O resultado ficou em linha com a previsão de analistas.
BCE
E, na véspera de sua reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) avisou que vai emprestar US$ 5,7 bilhões a bancos da zona do euro em uma operação de sete dias, para aliviar as tensões no mercado.
E o premiê italiano, Mario Monti, ainda cobrou um apoio mais concreto da União Europeia ao país, após a adoção de duras medidas de austeridade.
Monti, que se encontra com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, disse em entrevista publicada pelo jornal diário alemão Die Welt que as reformas econômicas do país não recebem o reconhecimento que merecem.
Mesmo com a cobrança, a expectativa segue de manutenção dos juros básicos da Europa e analistas também não acreditam em um sinal de postura mais agressiva na política do BCE de compras de bônus.
Ainda na agenda europeia, após encontro com Merkel, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, reúne-se hoje com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Dólar sobe e recupera levemente perdas acumuladas no ano
O dólar operava em ritmo de recuperação de parte de seu valor diante de diferentes divisas do mundo nesta quarta-feira, após ter perdido terreno fortemente neste início de 2012.
Por volta das 11h05, o dólar comercial operava em alta de 0,22%, a R$ 1,803 na compra e R$ 1,805 na venda. Os contratos futuros com vencimento em fevereiro apontavam um ganho também de 0,22%, a R$ 1,815.
Na véspera, a divisa teve desvalorização de 1,85%, a R$ 1,801 na venda. O recuo da moeda americana em relação ao real já marcava 3,64% em 2012.
Ao se considerar a análise contrária (a valorização do real ante o dólar), a moeda brasileira é a que teve maior ganho entre várias outras internacionais na véspera.
O real avançou 1,89% nesta análise na última sessão, sendo que o dólar australiano e o dólar do Canadá (duas moedas também bastante vinculadas ao desempenho do mercado de commodities) ganharam 0,69% e 0,68%, respectivamente. A valorização do rand da África do Sul foi de 0,50% e do peso mexicano foi de 0,33%. Hoje essas mesmas moedas tinham desvalorização entre 0,06% e 0,25%.
Os mercados continuavam a acompanhar notícias que vinham da Europa, e operavam também em meio às expectativas da divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed), banco central americano, nos Estados Unidos, que faz uma compilação da atividade econômica nos últimos 45 dias sob a ótica das unidades regionais da instituição.
Na Espanha, a produção industrial caiu 7% em novembro na comparação com igual mês do mês do ano anterior, o pior resultado em mais de dois anos.
Já na Alemanha, economia mais forte da zona do euro, o Produto Interno Bruto cresceu (PIB) 3,0% em 2011, de acordo com o departamento federal de estatísticas, Destatis.
Em um leilão de títulos públicos realizados hoje, o governo alemão vendeu 3,153 bilhões de euros em papéis de cinco anos de uma oferta total de até 4 bilhões de euros nesta quarta-feira, a uma taxa média de 0,90% e cupom de juros de 0,75%. Pela primeira vez, a Alemanha pagou rendimento inferior a 1% em um leilão de dívida de cinco anos.
Ainda na Europa, o chefe da unidade de dívida soberana agência de classificação de risco Fitch Ratings disse que o Banco Central Europeu deveria aumentar a compra de títulos soberanos da região para evitar uma piora da crise.
Em meio a essas notícias, o euro chegou a cair para o patamar mais baixo em 16 meses ante o dólar, e operava em queda de 0,59%, cotado a US$ 1,270. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda ante seis outras, mostrava valorização de 0,44%, a 81,24 pontos.