Ibovespa fecha com alta de 1,37%, aos 59.956 pontos 16/01/2012
- Beatriz Cutait e Eduardo Campos - Valor
Em alta do início ao fim do pregão, o mercado acionário brasileiro fechou os negócios do início desta semana na mesma direção das bolsas europeias. O volume financeiro só não foi fraco em função do vencimento de opções sobre ações, já que a ausência do referencial americano reduz naturalmente a liquidez local.
Dados preliminares mostram que, após mínima de 59.146 pontos e máxima de 59.981 pontos, o Ibovespa encerrou com valorização de 1,37%, aos 59.956 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 8,8 bilhões, dos quais R$ 4,457 bilhões partiram do exercício de opções.
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu hoje 0,89%, a R$ 39,30; Petrobras PN ganhou 2,60%, a R$ 23,65; OGX Petróleo ON avançou 5,79%, a R$ 14,98; Itaú Unibanco PN teve valorização de 0,67%, a R$ 35,74; e Bradesco PN se apreciou em 0,76%, a R$ 31,45.
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O mercado americano ficou fechado nesta segunda-feira por conta do feriado em homenagem a Martin Luther King.
Rebaixamentos na Europa são assimilados e dólar cai a R$ 1,788
Depois de um breve ajuste de alta na sexta-feira, o dólar abriu a semana apontando para baixo no mercado local.
O rebaixamento de notas soberanas na zona do euro parece ter sido bem assimilado, já que a França vendeu títulos nesta segunda-feira e pagou taxas menores, mesmo tendo perdido sua classificação “AAA”, a maior da escala, pela métrica da Standard & Poor’s.
No câmbio local, o dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,11%, a R$ 1,788 na venda, mas chegou a fazer mínima a R$ 1,781 ao longo da sessão.
O giro estimado para o interbancário ficou ao redor de US$ 2,3 bilhões, volume reduzido em comparação com os outros pregões, mas elevado levando em consideração que o mercado americano não opera em função de feriado.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para entrega em fevereiro perdia 0,05%, a R$ 1,7945 antes do ajuste final de posições.
Na avaliação do economista da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, o assunto fluxo continua dominando o mercado. Os dados oficiais do Banco Central (BC) saem na quarta-feira, mas a percepção é de que ocorreram fortes ingressos na semana passada.
Segundo Barbutti, esse fortalecimento do real está inserido na mudança do mercado gerada pelo Banco Central Europeu (BCE) em dezembro, quando emprestou quase 500 bilhões de euros ao sistema financeiro. Com isso, foi criada uma janela para recuperação de preços dos ativos de risco e também para as captações, inclusive as brasileiras.
“Essa liquidez é que permite a valorização da moeda brasileira”, diz Barbutti, apontando que esse quadro não muda em função das reduções de rating soberanos feitas na sexta-feira pela S&P.
Na visão do economista, o corte de nota veio em um momento menos complicado na zona do euro. Mudanças políticas importantes ocorreram na Itália e na Grécia, além dessa atuação do BCE.
De volta do front local, Barbutti aponta que essa tendência de valorização do real traz consigo a dúvida sobre qual a disposição do governo em tolerar o real mais forte.
O especialista lembra que a Fazenda tem clara postura contra a valorização do real em função dos impactos negativos sobre comércio exterior e indústria nacional.
No ano passado, diversas medidas foram tomadas para conter o fortalecimento da moeda, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos e aumento de alíquotas e prazos para captações externas.
Já o BC está fora do mercado à vista desde o dia 13 de setembro de 2011.