Bolsa termina com ganho de 1,78%, na máxima do dia 18/01/2012
- Cláudia Violante e Silvana Rocha - Agência Estado
A alta acumulada de quase 7% no mês até ontem fez a Bolsa titubear um pouco pela manhã, quando oscilou entre altas e baixas. Mas o Ibovespa se firmou na hora do almoço com uma notícia sobre o FMI e galgou mais um patamar, de 61 mil pontos, empurrada por Petrobras e bancos.
A Bolsa doméstica terminou o pregão com ganho de 1,78%, na máxima do dia, aos 61.722,86 pontos. Trata-se do maior nível desde o fechamento de 7 de julho do ano passado (62.207,33 pontos). Na mínima pontuação do dia, registrou 60.610 pontos (-0,06%). No mês e no ano, sobe 8,76%.
O ingresso de dinheiro estrangeiro está puxando o desempenho da Bovespa neste início de ano, destacou o analista sênior da TOV corretora, André Mello, ao lembrar que esse investidor está em busca de rentabilidade e o mercado doméstico está com múltiplos bastante atrativos.
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Hoje, Petrobras foi um dos principais papéis beneficiados por essa compra de estrangeiros, com ganho de 2,56% na ON e de 2,39% na PN. Na Nymex, o contrato do petróleo, ao contrário, recuou 0,12%, a US$ 100,59 o barril. Vale, no entanto, teve um desempenho bem mais comedido do que Petrobras - também por causa da alta acima de 4% na véspera. A ON subiu 0,72% e a PNA avançou 0,54%.
O setor financeiro subiu em meio à expectativa de corte da Selic. A redução da taxa Selic, hoje, pelo Copom, deve se traduzir em mais empréstimos, o que favorece os bancos. Bradesco PN terminou em alta de 2,07%, Itaú Unibanco PN, +2,20%, BB ON, +3,50%, e Santander unit, +1,33%.
Dólar registra a terceira queda seguida e fecha a R$ 1,765
Com a firme melhora do mercado externo hoje, o dólar à vista fechou em queda pelo terceiro dia seguido, após subir até R$ 1,7830 (+0,34%) no começo da sessão em ajuste técnico ao fechamento positivo, ontem, do dólar futuro fevereiro de 2012.
A moeda no balcão renovou as mínimas várias vezes durante a tarde, até tocar no piso de R$ 1,7630 (-0,79%), às 16h15. No mesmo horário, o dólar fevereiro 2012 furou o patamar de R$ 1,770 e encostou na mínima de R$ 1,7690 (-1,48%), reagindo à ampliação dos ganhos das bolsas norte-americanas, e também da Bovespa, e ao impulso adicional do euro, que bateu a máxima da sessão, de US$ 1,2865 - perto do nível de resistência técnico de US$ 1,2880 e quase dois centavos acima da mínima de 16 meses atingida na semana passada, de US$ 1,2624.
Os mercados reagiram à confirmação pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de que pretende elevar em US$ 500 bilhões sua capacidade de empréstimo para enfrentar a crise da dívida na zona do euro. Mais cedo, fontes informaram a agências de notícias internacionais que o fundo anunciaria um aporte hoje, entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão.
No encerramento à vista, a divisa americana recuou 0,68%, a R$ 1,7650 no balcão, e desceu 0,53%, para R$ 1,7670 na mínima da BM&F. Com o desempenho hoje, o dólar balcão acumula perda de 1,56% em três dias, ampliando a desvalorização no mês e ano para 5,56%. Os agentes do mercado já precificaram nessa taxa de câmbio um corte esperado de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic, hoje, para 10,50% ao ano, disseram fontes de bancos e corretoras consultadas pela AE.
Além da pretensão do FMI, contribuíram para a queda do dólar os bons indicadores e balanços de bancos norte-americanos divulgados mais cedo, assim como os bem-sucedidos leilões de títulos da Alemanha e de Portugal.
Aqui, o fluxo comercial continuou positivo e contribui ainda para o recuo das cotações à vista, assim como para uma nova rodada de queda do cupom cambial (taxa de juros em dólar). A taxa do cupom de fevereiro 2012 encerrou em -1,00%, ante fechamento ontem em -0,65%.