Bovespa sobe pelo quarto pregão seguido 19/01/2012
- Cláudia Violante - Agência Estado com José de Castro - Reuters
A esperada realização de lucros na Bovespa foi mais uma vez adiada. O principal índice à vista até pisou no vermelho no início dos negócios, mas as compras ganharam força e o índice fechou pela quarta sessão seguida no azul. No finalzinho do dia, no entanto, o fôlego diminuiu e o nível de 62 mil pontos em que a bolsa operou praticamente toda a sessão virou pó.
O Ibovespa subiu 0,33%, aos 61.926,69 pontos, maior nível desde 7 de julho de 2011 (62.207,33 pontos). Com o resultado de hoje, acumula ganho de 4,7% em quatro sessões, desempenho que vai a +9,11% no acumulado do mês e do ano. Na mínima de hoje, a Bolsa registrou 61.566 pontos (-0,25%) e, na máxima, os 62.181 pontos (+0,74%). O giro totalizou R$ 7,001 bilhões. Os dados são preliminares.
"A Bovespa está com alguns preços bastante descontados. Como os dados dos Estados Unidos estão mostrando melhora naquela economia, os investidores aproveitam esse momento do mercado doméstico", comentou o analista José Góes, da Stock Asset. Ele destacou, no entanto, que à medida que o índice se aproxima dos 65 mil pontos os ganhos vão ficando mais comedidos.
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Hypermarcas ON liderou os ganhos do Ibovespa ao subir 6,70%, seguida por B2W ON (+5,72%) e MRV ON (+4,76%). Petrobras ON encerrou com baixa de 0,19% e a PN, de 0,66%, enquanto Vale ON ficou 0,28% mais barata e a PNA caiu 0,19%.
O que ajudou a Bovespa a subir foi o sinal positivo exibido pelas bolsas no exterior. Nos EUA, as ações receberam suporte da forte queda nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, de 50 mil, na maior baixa semanal desde o fim de setembro de 2005. A previsão era de baixa de 19 mil vagas.
Volátil, dólar tem 4ª queda seguida com alívio na Europa
Numa sessão volátil, o dólar marcou a quarta baixa seguida ante o real nesta quinta-feira, atento a mais uma rodada de desvalorização da moeda no exterior em meio à trégua nas preocupações com a crise na Europa.
A taxa de câmbio caiu 0,20 por cento, para 1,7631 real na venda. O vaivém, contudo, deu o tom da sessão. Após ser cotado a 1,7590 real na mínima da sessão, o dólar engatou um movimento de alta, batendo 1,7741 real na máxima, mas perdeu força no final e acabou fechando em queda.
Segundo o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, a queda do dólar mais uma vez esteve ligada à melhora no sentimento externo, ditada por novos leilões de dívida bem sucedidos na Europa e por balanços positivos de empresas nos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, a Espanha passou por seu maior teste nos mercados de dívida neste ano, vendendo mais papéis de longo prazo do que o esperado. A França também obteve sucesso num leilão de títulos, o primeiro após perder seu rating máximo "AAA" pela agência de classificação de risco Standard and Poor's.
Esperanças em torno de um acordo para a dívida da Grécia também favoreceram a melhora no humor, com investidores acreditando que o país possa evitar um calote de sua dívida apesar do pouco progresso nas negociações com credores internacionais.
O agravamento da crise de dívida na zona do euro foi o responsável pela disparada de 12,15 por cento da moeda norte-americana no ano passado.
A safra de balanços nos Estados Unidos também deu suporte ao apetite por risco, após a surpresa positiva com os balanços trimestrais de Bank of America e do Morgan Stanley, dois dos principais bancos de Wall Street, que aliviaram temores quanto ao impacto dos problemas na Europa sobre as empresas.
Operadores também atribuíram a volatilidade nos negócios a notícias de que o governo estaria estudando medidas para conter a recente queda do dólar. Na semana, a moeda acumula depreciação de 1,51 por cento, aumentando a desvalorização no ano a 5,64 por cento.
Ante uma cesta de divisas, o dólar recuava cerca de 0,5 por cento no final da tarde, ao mesmo tempo em que o euro seguia em alta, alcançando a máxima em duas semanas, perto de 1,30 dólar.