Após cinco altas seguidas do Ibovespa, cautela marca início do pregão 23/01/2012
- Valor Econômico
Após uma semana positiva nos mercados, com maior procura por ativos de risco, investidores operam mais cautelosos no início dos negócios na bolsa brasileira nesta segunda-feira. Ainda que os índices futuros americanos e as bolsas europeias operem em alta, o Ibovespa mostra pouco fôlego.
Depois de abrir no "vermelho", o Ibovespa avançava apenas 0,11% próximo das 11h20, para 62.382 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro subia 0,09%, aos 62.670 pontos.
Entre os ativos de maior peso, Vale PN subia 0,58%, a R$ 41,23; Petrobras PN avançava 0,33%, a R$ 24,30; OGX Petróleo ON tinha alta de 0,25%, a R$ 15,68; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,45%, a R$ 36,93; e Bradesco PN se depreciava em 0,27%, a R$ 32,19.
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Uma realização de lucros pode ganhar força na bolsa brasileira, já que o Ibovespa avançou nos últimos cinco pregões, garantindo alta de 5,4% na semana. Apenas na sexta-feira, o índice teve valorização de 0,62%, aos 62.312 pontos, o maior patamar desde 6 de julho de 2011 (62.565 pontos). No ano, o Ibovespa já acumula ganho de 9,8% e, em dólar, a alta no período chega a 16,55%.
Sem uma agenda de peso nesta segunda-feira, as atenções do mercado voltam-se mais uma vez à crise grega, em meio ao impasse nas negociações do país com os credores privados para reduzir a dívida pública.
O tema está em pauta em reunião de ministros de Finanças da União Europeia em Bruxelas. Um acordo evitaria um calote grego de cerca de 100 bilhões de euros à medida que os credores trocariam seus bônus gregos por novos títulos de prazo mais longo e taxas de juros mais baixas.
A redução da dívida ainda é uma parte chave para a liberação de um segundo pacote de ajuda à Grécia, acordado em outubro, mas ainda não finalizado. Novas regras orçamentárias e um sistema de proteção financeira para países endividados também deverão ser debatidos no encontro dos ministros da zona do euro.
As palavras da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também estão sendo acompanhadas pelo mercado.
Em discurso na Alemanha, Lagarde disse que é preciso salvar o mundo de uma espiral de declínio econômico e evitar um momento similar àquele de 1930, "em que a combinação da falta de ação, do isolamento e de ideologias rígidas causaram um colapso da demanda global".
De acordo com a principal executiva da entidade, o mundo precisará nos próximos anos de um financiamento potencial de US$ 1 trilhão, sendo que o FMI sozinho pretende levantar US$ 500 bilhões adicionais para a concessão de empréstimos. "No momento, nós estamos explorando opções e consultando membros [para isso]", disse Lagarde em Berlim.
Empresas
Na cena corporativa local, as duas principais empresas brasileiras estão em destaque.
No caso da Petrobras, o presidente, José Sérgio Gabrielli, deve deixar o cargo no próximo dia 12 e, no início de março, assumir uma secretaria no governo do Estado da Bahia. Gabrielli deverá ser substituído no comando da estatal por Maria das Graças Foster, atual diretora da Área de Negócios de Gás e Energia da Petrobras.
Já a Vale suspendeu, a partir de hoje, a declaração de força maior para uma série de contratos de minério de ferro. Diante das fortes chuvas que atingiam os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo desde dezembro, a mineradora declarou força maior no último dia 11 de janeiro.
Dólar opera em queda e vale R$ 1,75
O dólar começa a semana em desvalorização e mantém a trajetória de perda de valor ante o real, observada desde o começo de 2012.
Por volta das 9h20, o dólar comercial operava em queda de 0,39%, cotado a R$ 1,750 na compra e R$ 1,752 na venda, sendo que os contratos futuros com vencimento em fevereiro mostravam queda de 0,22%, a R$ 1,756.
Ao longo da semana passada, a moeda americana perdeu 1,73% de seu valor ante o real, e em 2012 já acumula desvalorização de 5,9%.
No fechamento do pregão de sexta-feira, o dólar chegou ao menor valor desde 11 de novembro do ano passado, de R$ 1,744.
No exterior, o euro era negociado com valorização de 0,46%, cotado a US$ 1,299 na venda, enquanto o Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana ante seis outras, cedia 0,32%, a 79,90 pontos.
Na Europa, credores da Grécia seguem em conversas com autoridades do país para se determinar uma reestruturação da dívida do país.
Paralelamente, ministros das Finanças de da União Europeia se reuniam em Bruxelas para debater regras para uma maior união fiscal entre os países da região -- com exceção do Reino Unido, que se opõe à ideia.