Após sequência de seis altas seguidas, Ibovespa inicia pregão em baixa 24/01/2012
- Beatriz Cutait - Valor e Cristina Canas - Agência Estado
Depois de seis pregões seguidos de valorização, que levaram o Ibovespa a subir 5,5%, o mercado de ações brasileiro abriu os negócios desta terça-feira em baixa. Além de uma realização natural de lucros, investidores operam mais cautelosos, em meio ao impasse nas negociações entre o governo grego e seus credores privados para reduzir a dívida pública do país.
No Brasil, próximo das 11h20, o Ibovespa recuava 0,25%, para 62.232 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro de 2012 perdia 0,43%, aos 62.515 pontos.
Ontem, o Ibovespa teve leve ganho de 0,12%, aos 62.386 pontos – ainda no maior patamar desde 6 de julho de 2011 (62.565 pontos).
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA caía 0,31%, a R$ 40,92; Petrobras PN subia 1,71%, a R$ 25,56; OGX Petróleo ON cedia 0,19%, a R$ 15,62; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,79%, a R$ 36,11; e Bradesco PN se depreciava em 0,83%, a R$ 31,93.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuavam 0,36% e 0,50%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
As discussões sobre o futuro da Grécia devem voltar nesta jornada, em meio à reunião entre os ministros de Finanças da União Europeia, em Bruxelas.
As preocupações com a Grécia contrastam com dados positivos de atividade na região. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) composto da zona do euro subiu de 48,3, em dezembro, para 50,4, em janeiro. A alta foi a terceira consecutiva e, pela primeira vez em cinco meses, o indicador ficou acima da marca de 50, que separa expansão de contração da atividade. O dado, entretanto, ainda é preliminar e está sujeito a revisões.
Apenas na Alemanha o PMI composto preliminar subiu de 51,3,em dezembro, para 54,0, em janeiro, a maior alta em sete meses.
Além disso, a Espanha conseguiu, mais uma vez, reduzir as taxas pagas em um leilão de títulos de curto prazo, no qual levantou 2,507 bilhões de euros e contou com demanda elevada.
Nos Estados Unidos, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), a agenda do dia ainda reserva uma série de balanços corporativos, com destaque para os números trimestrais do McDonald's, da Johnson & Johnson e da Verizon.
Dólar sobe com palavras de Mantega e piora externa
O dólar à vista abriu o dia cotado a R$ 1,762, com valorização de 0,72%. A pressão de alta está associada às declarações do ministro da Fazenda Guido Mantega sobre o câmbio, em entrevista coletiva ontem à noite, e à piora do comportamento dos mercados internacionais.
Segundo Mantega, um dos problemas que o País vai enfrentar neste ano é o de garantir o crescimento no comércio exterior. Por causa disso, garantiu ele, o governo vai continuar com a política de impedir a valorização do real. Ou seja, o mercado entendeu que podemos esperar novas intervenções no câmbio, se o governo achar necessário. Regra da atual equipe econômica que, aliás, o mercado não esqueceu nem por um instante e já tem pesado nos negócios nos últimos pregões, embora a percepção ainda seja de que eventuais atuações não ocorreriam no momento.
Lá fora, o que pesa é o fato de a Grécia ainda não ter fechado acordo com os investidores privados, o que vai deteriorando o otimismo recente. As dúvidas sobre um desfecho favorável para a Grécia começaram ontem em Nova York, onde as bolsas fecharam estáveis e afetam o desempenho dos principais mercados europeus nesta manhã. Inclusive, agora, os investidores resolveram retomar as preocupações também com Portugal e crescem os temores de que esse país venha a precisar de um financiamento adicional.