Cautela global leva Ibovespa a abrir pregão no campo negativo 30/01/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Após quatro semanas seguidas de ganhos, a bolsa brasileira abriu os negócios desta segunda-feira no campo negativo. A cautela também prevalece na cena externa, onde investidores operam de olho na reunião de líderes da União Europeia (UE), em Bruxelas, e nos acontecimentos envolvendo a Grécia.
No Brasil, próximo das 11h10, o Ibovespa recuava 0,83%, para 62.382 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro de 2012 perdia 1,26%, aos 62.600 pontos.
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA caía 1,08%, a R$ 40,87; Petrobras PN perdia 0,77%, a R$ 24,48; OGX Petróleo ON cedia 0,12%, a R$ 16,03; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 1,71%, a R$ 35,49; e Bradesco PN se depreciava em 1,45%, a R$ 32,48.
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Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 ainda recuavam 0,63% e 0,70%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
Na sexta-feira, o Ibovespa interrompeu, por pouco, uma sequência de oito altas consecutivas. O índice teve leve baixa de 0,08% e marcou 62.904 pontos. Na semana, o Ibovespa teve alta de 0,95% e, no ano, defende valorização de 10,84%.
Destaque desta jornada, os líderes da União Europeia devem finalizar os acordos para criar um mecanismo permanente de resgate e impor uma disciplina fiscal mais rígida entre os seus membros, enquanto buscam enfrentar os problemas de fraco crescimento e elevado desemprego.
Além disso, crescem as pressões para a Grécia travar um acordo com seus credores privados para poder reduzir sua dívida. E as preocupações com Portugal também ganham espaço. O mercado já se prepara para as perdas que precisará assumir, na sequência de um acordo sobre a dívida grega.
Nesta manhã, o preço dos bônus de 10 anos de Portugal caía e levava o rendimento ao maior nível desde a criação do euro, de 16%, enquanto o custo do seguro para se proteger de um default do país atingia patamar recorde.
E ontem à noite, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou o aumento de impostos sobre consumo e uma taxa sobre transações financeiras para financiar o corte de €13 bilhões em encargos sociais sobre as empresas, às vésperas das eleições presidenciais no país.
O governo vai usar a receita arrecadada para financiar um corte nos encargos sociais pagos pelos empregadores que visa aumentar a competitividade.
Ainda na agenda europeia do dia, o índice geral de confiança dos consumidores e do empresariado da zona do euro subiu de 92,8, em dezembro, para 93,4, em janeiro, mas ainda ficou levemente abaixo da previsão de alta para 93,6.
Já na Itália o governo vendeu 7,475 bilhões de euros em títulos do Tesouro (BTPs) com vencimento em quatro, cinco, nove e dez anos, de uma oferta total de até 8 bilhões de euros.
Nos EUA, o dia reserva apenas indicadores sobre a renda e o gasto do americano em dezembro.
Dólar abre semana em alta depois de atingir mínima desde novembro
O dólar começou o primeiro pregão da semana em forte alta, depois de ter atingido, na sexta-feira, a menor cotação desde 1º de novembro do ano passado.
Por volta de 9h15, o dólar comercial subia 0,69%, cotado a R$ 1,749 na compra e a R$ 1,751 na venda. Os contratos futuros da moeda para fevereiro apontavam alta de 1,44%, a R$ 1,750.
A segunda-feira é de busca de dólares também em outras partes do mundo. Na Europa, em meio à tensão das negociações entre credores e autoridades na Grécia e à reunião entre líderes europeus em Bruxelas, o euro se desvalorizava 0,71%, a US$ 1,312.
O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana ante seis outras, se valorizava 0,53%, a 79,25 pontos.