Ibovespa abre último pregão de janeiro em alta, com foco na Europa 31/01/2012
- Beatriz Cutait e Felipe Pacheco - Valor
A bolsa brasileira abriu os negócios do último pregão de janeiro no campo positivo, após leve recuo visto nos dois últimos dias. O mercado reage bem ao detalhamento feito pela União Europeia de seu novo pacto fiscal.
No Brasil, próximo das 11h20, o Ibovespa subia 0,42%, para 63.035 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro avançava 0,37%, aos 63.255 pontos.
Até ontem, o Ibovespa já acumulava forte alta de 10,6% no ano.
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subia 1,51%, a R$ 42,26; Petrobras PN avançava 1,09%, a R$ 24,84; OGX Petróleo ON tinha alta de 0,18%, a R$ 16,18; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 1,91%, a R$ 34,82; e Bradesco PN se depreciava 2,89%, a R$ 31,48.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 também subiam 0,41% e 0,44%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
Após grande expectativa, os países da União Europeia (UE), com exceção do Reino Unido e da República Tcheca, aprovaram ontem o novo pacto fiscal, bem mais duro e com punição para os que romperem limites da dívida.
Pelo pacto, se um país superar o limite de 3% do PIB de déficit público anual, será submetido a sanções quase automáticas. Se excedê-lo num ciclo econômico, o déficit estrutural não pode superar 0,5% do PIB. Os países terão cinco anos para incorporar a "regra de ouro" em suas constituições.
Os países ainda aprovaram um plano na busca desesperada por crescimento e emprego, que favorecerá trabalho para os jovens e financiamento a pequenas e médias empresas.
Por fim, foi antecipada para julho a criação do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), o fundo permanente de resgate, capitalizado em 500 bilhões de euros. O consenso na região, contudo, é que o valor é insuficiente, e a Alemanha continua sob pressão para dobrá-lo.
Ainda na cena europeia, cresce a expectativa de que um acordo entre Grécia e credores privados seja anunciado até o fim desta semana.
E a taxa de desemprego na zona do euro ainda ficou em 10,4% em dezembro, igual ao percentual de novembro e levemente acima dos 10% registrados em dezembro de 2010. Os números, divulgados pela Eurostat, ficaram em linha com o esperado por economistas.
Nos Estados Unidos, o dia reserva indicadores de confiança do consumidor, atividade na região de Chicago e variação de preço de imóveis.
Brasil
Na cena corporativa brasileira, o dia será movimentado pela reação do mercado aos balanços dos bancos Bradesco e Santander Brasil.
O Bradesco apurou lucro líquido de R$ 2,726 bilhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 8,7% em relação ao mesmo período de 2010 e de 3,2% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
Considerando o lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários, o resultado no quarto trimestre foi de R$ 2,771 bilhões, um aumento de 3,2% sobre o mesmo período de 2010.
O Santander Brasil, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 1,799 bilhão no último trimestre de 2011, queda de 6,2% sobre o mesmo período de 2010, segundo o padrão IFRS reportado no balanço.
Ainda entre as notícias corporativas, a Justiça concedeu à mineradora Vale uma liminar que reverteu os efeitos dos despachos desfavoráveis nos processos ligados à cobrança de Imposto de Renda sobre lucros no exterior. O valor contestado no processo é de R$ 9,8 bilhões, mais juros e multa. Agora, tais processos retornarão ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para julgamento. De acordo com a companhia, não há prazo determinado para o encerramento da discussão no conselho.
Dólar começa sessão com queda de 0,5%, para R$ 1,739
O dólar começa o último dia de janeiro com operações em queda, mesmo ritmo visto ao longo da maior parte do mês, após ter se valorizado no pregão de segunda-feira.
Por volta das 9h15 desta terça-feira, o dólar comercial operava em queda de 0,57%, cotado a R$ 1,737 na compra e R$ 1,739 na venda. Os contratos futuros com vencimento em fevereiro apontam queda de 0,71%, para R$ 1,736.
Na véspera, a moeda americana terminou com alta de 0,57%, a R$ 1,749 na venda, mas no mês de janeiro a queda ainda era de R$ 6,42%.
O euro se valorizava ante a divisa em 0,48% e com cotação de US$ 1,320, enquanto o Dollar Index, que mede o desempenho de seis divisas diferentes perante o dólar, mostrava queda de 0,40%, a 78,82 pontos.
Os mercados operavam com alívio decorrente da decisão de líderes europeus em Bruxelas de medidas adicionais para conter a crise na região e o déficit fiscal de países membros da zona do euro.