Ibovespa sobe 0,48%, para 63.072 pontos, e avança 11,1% no mês 31/01/2012
- Beatriz Cutait e Eduardo Campos - Valor
A bolsa brasileira defendeu nessa terça-feira a 16ª alta do ano e consolidou ganho de 11,1% em janeiro, o maior desde outubro de 2011, quando o Ibovespa subiu 11,49%. O desempenho foi o melhor para os meses de janeiro desde 2006 (14,73%).
Dados preliminares mostram que, após oscilar hoje entre 62.663 e 63.393 pontos, o Ibovespa fechou com aumento de 0,48%, aos 63.072 pontos, maior nível desde julho de 2011. O giro financeiro atingiu expressivos R$ 8,773 bilhões.
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu hoje 2,54%, a R$ 42,69; Petrobras PN fechou estável, a R$ 24,57; OGX Petróleo ON avançou 2,47%, a R$ 16,55; Itaú Unibanco PN teve desvalorização de 1,07%, a R$ 35,12; e Bradesco PN se depreciou em 3,14%, a R$ 31,40.
PUBLICIDADE
No mercado americano, o pregão é de instabilidade. Minutos atrás, o índice Dow Jones caía 0,23%, enquanto o Nasdaq subia 0,10% e o S&P 500 perdia 0,09%.
Dólar cai 6,5% em janeiro e fecha a R$ 1,747
O último pregão de janeiro foi de grande instabilidade no câmbio local, mas os vendedores acabaram falando mais alto, como foi regra ao longo de todo o mês.
Dos 21 pregões de janeiro, o dólar teve alta em apenas seis deles. Com isso, a moeda fecha o mês acumulando queda de 6,53%, maior queda mensal desde outubro do ano passado, quando a queda foi de 9,46%.
Na relação inversa, o real fica entre as moedas com maior valorização ante o dólar no mundo neste começo de ano. A moeda brasileira divide o topo do ranking com o peso mexicano.
De fato, todas as principais moedas emergentes e mesmo desenvolvidas ganharam do dólar em janeiro, conforme a menor preocupação com a zona do euro abriu espaço para uma retomada das posições em ativos de risco, que tinham sido abandonadas no fim de 2011.
No caso do real, os operadores chamam atenção ao elevado fluxo de recursos externos. Até a sexta-feira, dia 20 de janeiro, a sobra de dólares no mercado local passava dos US$ 6,654 bilhões. Amanhã, o Banco Central (BC) apresenta nova parcial do fluxo de câmbio e a previsão é de que esse número tenha aumentado.
Para uma parte do mercado, o ingresso de recursos deve continuar firme. Conforme a situação na Europa se acalma, a liquidez liberada pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano, pode ir em busca de oportunidades em outros mercados.
Por aqui, mesmo com a queda da Selic, a taxa de juros segue elevada para padrões internacionais, o que funciona como atrativo para investimentos. Fora isso, o mercado assiste a um aumento nas captações externas e também se espera a retoma das ofertas de ações (IPOs, na sigla em inglês).
Outra fatia do mercado, no entanto, enxerga esse movimento como pontual. A crise externa não foi resolvida e qualquer sinal de problema pode resultar em firme reversão desse fluxo de dólares. Outros pontos negativos seriam a expectativa de menor crescimento das exportações, em função do fraco crescimento global, bem como de preços de commodities estáveis ou com viés de baixa, algo que prejudica os termos de troca do país.
O dólar comercial terminou esta terça-feira com queda de 0,11%, a R$ 1,747 na venda. À tarde, o dólar subiu a R$ 1,755 (+0,34), mas pela manhã fez mínima a R$ 1,735 (-0,80%).
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto teve queda de 0,23%, a R$ 1,7455, com giro de US$ 118,25 milhões.
Também na BM&F, o dólar para fevereiro tinha baixa de 0,57%, a R$ 1,739. Esse contrato expira hoje e praticamente já deixou de ser negociado. A referência já está com o contrato para março, que mostrava queda de 0,02%, a R$ 1,7615, depois de subir a R$ 1,767, e cair a R$ 1,747.
No câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subia 0,24% a 79,33 pontos, depois de cair a 78,74 pontos. O euro perdia 0,52%, a US$ 1,307, mas chegou a fazer máxima a R$ 1,321.
O dia começou com viés positivo lá fora depois do acordo fechado ontem entre os líderes da zona do euro, que além de acertar metas para o campo fiscal anunciaram medidas para estimular o crescimento e o emprego.
A tendência mudou depois que indicadores americanos ficaram aquém do previsto. O Conference Board mostrou uma queda inesperada no índice de confiança do consumidor. Antes disso, foi divulgada uma queda nos preços dos imóveis em novembro e uma leitura abaixo do previsto para o índice de atividade na região de Chicago.