Ibovespa fecha pregão com alta de 1,06%, aos 65.917 pontos 07/02/2012
- Beatriz Cutait e Eduardo Campos - Valor
A disparada das ações da Petrobras ao fim dos negócios parece ter sido decisiva para a bolsa brasileira firmar sua sexta alta consecutiva, mais uma vez com volume financeiro elevado. O interesse de investidores estrangeiras foi novamente citadas por operadores de mercado.
Dados preliminares mostram que, após marcar mínima de 64.800 pontos e máxima de 65.944 pontos, o Ibovespa fechou com valorização de 1,06%, aos 65.917 pontos – maior nível desde 29 de abril de 2011 (66.132 pontos). O giro financeiro atingiu R$ 7,96 bilhões.
Ontem, o índice havia avançado apenas 0,01%, para 65.223 pontos.
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu hoje 0,11%, a R$ 43,97; Petrobras PN ganhou 2,97%, a R$ 25,60; OGX Petróleo ON teve alta de 1,15%, a R$ 17,46; Itaú Unibanco PN teve valorização de 0,94%, a R$ 36,40; e Bradesco PN se apreciou em 0,25%, a R$ 31,83.
No mercado americano, as bolsas também caminham para um fechamento positivo, porém com valorização mais modesta. Minutos atrás, o índice Dow Jones subia 0,33%, enquanto o Nasdaq avançava 0,08% e o S&P 500 tinha ganho de 0,22%.
De olho nas atuações do BC, dólar tem leve baixa
Apesar da firme desvalorização do dólar no mercado externo, por aqui a venda de moeda americana foi mais tímida. O dólar comercial terminou o dia com baixa de 0,17%, a R$ 1,724 na venda, depois de fazer mínima a R$ 1,720. O giro estimado para o interbancário ficou ao redor de US$ 1,5 bilhão.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto fechou com desvalorização de 0,12%, a R$ 1,7207, e volume de US$ 51,5 milhões. Também na BM&F, o dólar com vencimento em março perdia 0,02%, a R$ 1,735, antes do ajuste final.
O diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros, acredita que ficou claro que o câmbio tem um piso informal de R$ 1,70 depois das recentes atuações do Banco Central (BC).
Na sexta-feira, a autoridade monetária comprou dólar a termo e ontem a intervenção foi no mercado à vista. No leilão de ontem, o BC atuou quando a moeda ameaçou perder a linha de R$ 1,710. Hoje, a autoridade monetária não veio a mercado.
Ainda de acordo com Medeiros, se a entrada de recursos seguir firme tanto na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) quanto via captações externas, o trabalho do BC deve ficar mais difícil.
Nesse caso, não será surpresa ver o mercado conviver com diversas intervenções ao longo do dia. No ano passado, o BC chegou a fazer três compras à vista no mesmo pregão e mais uma oferta de swap cambial reverso (que equivale à compra de moeda no mercado futuro).
Medeiros lembra, ainda, que se o governo quiser “tem a caneta na mão” para elevar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre captações e prazos para emissões.
No câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, perdia 0,63%, a 78,59 pontos. Destaque para o euro, que tinha valorização de 0,84%, a US$ 1,324, maior cotação desde meados de dezembro.
A demanda por euro foi suportada pela expectativa de um acordo entre os líderes gregos sobre as medidas de austeridade necessárias ao recebimento de mais ajuda externa. Nada de efetivo foi anunciado e as negociações devem continuar amanhã, ainda assim, isso não foi motivo para que os investidores saíssem vendendo euros.
O destaque no câmbio internacional está mesmo com as moedas de países desenvolvidos. Além da firme valorização do euro, a coroa norueguesa, a coroa dinamarquesa e a coroa sueca também têm forte alta ante o dólar.
As moedas emergentes, como o real, estão em segundo plano. O rand sul-africano, o dólar canadense e o peso mexicano também tiveram tímida valorização ante o dólar. Destoando apenas o dólar australiano, que ganhou fôlego depois que o Banco Central da Austrália surpreendeu o mercado ao manter o juro básico em 4,25% ao ano.