Esperança de resolução na Grécia leva Ibovespa a subir 08/02/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Na continuação dos dois últimos pregões, o mercado financeiro enfrenta novo dia de agenda fraca nos Estados Unidos e atenção redobrada com a Grécia. As dificuldades enfrentadas pelo país para costurar novo acordo com seus credores internacionais para reduzir a dívida e receber mais socorro financeiro voltam a movimentar os negócios e despertam, mais uma vez, um clima esperançoso de solução.
Apesar de ser naturalmente influenciada pela alta das bolsas europeias nesta quarta-feira, a bolsa brasileira segue com tendência natural a um movimento de correção técnica, tendo em vista a forte alta acumulada no ano (16,15%) e a sequência positiva dos últimos seis dias.
A trajetória, contudo, não impediu a Bovespa de contrariar as indicações do próprio Ibovespa futuro e abrir em alta. Próximo das 11h20, o Ibovespa subia 0,49%, para 66.241 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro avançava 0,11%, aos 66.300 pontos.
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Ontem, o Ibovespa teve ganho de 1,06%, aos 65.917 pontos – maior nível desde 29 de abril de 2011 (66.132 pontos).
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subia 0,25%, a R$ 44,08; Petrobras PN avançava 0,46%, a R$ 25,72; OGX Petróleo ON tinha alta de 1,37%, a R$ 17,70; Itaú Unibanco PN tinha valorização de 0,60%, a R$ 36,62; e Bradesco PN se apreciava em 0,65%, a R$ 32,04.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 subiam 0,19% e 0,11%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
Por lá, o dia reserva apenas a divulgação dos dados semanais de variação dos estoques de petróleo e derivados.
Na Europa, o otimismo prevalece nos mercados. A própria Comissão Europeia espera conclusões "concretas" do encontro desta quarta-feira dos líderes políticos da Grécia, conforme afirmou Amadeu Altafaj Tardio, porta-voz do comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia, Olli Rehn.
Ele disse que o foco agora está na Grécia concluir o acordo de reestruturação da dívida com credores privados e aceitar os pedidos de reforma e medidas de austeridade, necessários para um segundo programa de ajuda financeira.
Altafaj Tardio não quis comentar sobre a reportagem do Wall Street Journal (WSJ), que revelou que o Banco Central Europeu (BCE) teria aceitado trocar bônus do governo grego adquiridos no mercado secundário no ano passado a um preço abaixo do valor de face.
O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, e três líderes dos partidos que apoiam o governo de coalizão vão tratar hoje do novo empréstimo para o país. A reunião já foi adiada duas vezes.
Entre os principais indicadores do dia, depois da queda de 2,9% da produção industrial em dezembro, divulgada ontem, os dados da balança comercial da Alemanha, anunciados hoje, representam mais um sinal de que o PIB da maior economia da zona do euro encolheu no quarto trimestre do ano passado.
As exportações alemãs caíram 4,3% em dezembro, para 86,7 bilhões de euros. As importações recuaram menos, 3,9%, para 72,8 bilhões de euros. Assim, o superávit comercial ajustado do país diminuiu de 14,9 bilhões de euros para 13,9 bilhões de euros entre os dois meses.
E a Espanha planeja fazer uma captação externa com a reabertura do bônus com vencimento em janeiro de 2022. A última emissão desse bônus foi feita em 19 de janeiro deste ano, com a venda de 3 bilhões de euros em títulos com rendimento de 5,403%, bem abaixo dos 6,975% de oferta similar em novembro do ano passado.
Empresas
O Itaú Unibanco anunciou seu guidance de 2012. O banco projeta para este ano crescimento de 14% a 17% da carteira de crédito, sem considerar avais e fianças.
Em apresentação sobre o balanço de 2011, o banco também informou que espera melhorar seu índice de eficiência em 2 a 3 pontos percentuais em 2012. No quarto trimestre do ano passado, esse indicador estava em 47,3%.
O Itaú Unibanco espera ainda uma alta das despesas não decorrentes de juros de 4% a 8%.
Dólar começa negócios com cotação praticamente estável
O dólar começa a jornada desta quarta-feira praticamente com cotação estável, em um dia ainda pautado por expectativas quanto às negociações na Grécia para solucionar o problema da dívida.
Por volta das 9h10, o dólar comercial operava em alta de 0,05%, cotado a R$ 1,723 na compra e R$ 1,725 na venda. Os contratos futuros com vencimento em março apontavam desvalorização de 0,17%, a R$ 1,732.
Na última sessão, o dólar fechou com baixa de 0,17%, a R$ 1,724 na venda.
O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda ante seis outras, operava em ligeira desvalorização de 0,03%, a 78,54 pontos, enquanto o euro tinha alta de 0,08%.