Ibovespa abre em baixa, mas logo inverte direção, com foco na Europa 09/02/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Após rês pregões de poucas emoções, investidores devem ter uma quinta-feira movimentada, principalmente na cena europeia. A novela da crise grega será abordada pelos ministros de finanças da zona do euro e reuniões de política monetária no “velho continente” também estarão no foco dos agentes.
No Brasil, a bolsa abriu os negócios no "vermelho", mas logo inverteu a direção. Próximo das 11h20, o Ibovespa subia 0,51%, para 66.170 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em fevereiro de 2012 avançava 0,37%, aos 66.200 pontos.
Na véspera, depois da valorização de 5% apurada em seis pregões, o Ibovespa caiu 0,13%, aos 65.831 pontos.
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subia hoje 0,36%, a R$ 43,81; Petrobras PN avançava 1,06%, a R$ 25,70; OGX Petróleo ON ganhava 1,21%, a R$ 17,52; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,13%, a R$ 37,15; e Bradesco PN se apreciava em 0,44%, a R$ 31,87.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 operavam praticamente estáveis, antes da abertura dos negócios.
Como principal evento desta quinta-feira, os ministros das finanças da zona do euro vão discutir uma proposta para criar uma conta bloqueada para administrar os fundos do programa de ajuda para a Grécia, assim como o envolvimento do Banco Central Europeu (BCE) na reestruturação da dívida grega, segundo informou uma fonte próxima às discussões à "Dow Jones".
A reunião extraordinária do Eurogrupo deve analisar ainda a disposição da Grécia em receber novo socorro financeiro internacional, em meio às exigências de mais medidas de austeridade fiscal.
O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, discutiu ontem com os líderes dos três partidos que formam a coalizão do governo provisório para obter o apoio às medidas adicionais exigidas pelos credores internacionais em troca de uma nova ajuda de 130 bilhões de euros. O impasse das discussões, contudo, parece se voltar à questão dos cortes das aposentadorias.
Ainda nesta jornada, conforme o esperado, o Banco da Inglaterra decidiu manter o juro básico da economia em 0,5% ao ano - mesma taxa desde março de 2009 - e anunciou que vai aumentar em 50 bilhões de libras as compras de títulos do governo britânico em um esforço para sustentar a economia.
O BCE também preservou sua taxa básica de juros em 1% ao ano.
Nos Estados Unidos, a agenda do dia tem como destaque os dados semanais de variação na demanda por pedidos de seguro-desemprego.
Por fim, a China surpreendeu logo cedo, ao mostrar que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 4,5% em base anualizada em janeiro, acima do esperado e do aumento de 4,1% de dezembro.
A aceleração interrompe uma trajetória de cinco meses seguidos de moderação dos preços e eleva as preocupações de que o governo chinês possa não ter tanto espaço para afrouxar agressivamente sua política monetária e estimular o crescimento.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ainda teve alta de 0,7% na abertura do ano.
Na cena corporativa nacional, investidores reagem hoje aos balanços trimestrais de empresas como Lojas Renner, Cielo e Cosan.
Dólar opera em leve alta, mas sustenta patamar de R$ 1,72
O dólar tem movimento de leve alta diante do real nesta quinta-feira, um dia após o Banco Central ter atuado novamente por meio de um leilão a termo de compra da moeda.
A moeda americana continua a operar na faixa de R$ 1,72, que foi respeitada ao longo de todo o dia de ontem.
Por volta de 11h, o dólar comercial operava em alta de 0,46%, cotado a R$ 1,724 na compra e R$ 1,726 na venda. Os contratos futuros da moeda para março apontavam valorização de 0,17%, a R$ 1,733.
Ontem o dólar comercial fechou com queda de 0,34%, a R$ 1,718 na venda.
À medida que a moeda se aproxima do patamar de R$ 1,70 cresce a expectativa de agentes do mercado de que o Banco Central volte a agir. Ontem a autoridade monetária fez o segundo leilão a termo em quato dias úteis (o anterior havia acontecido na sexta-feira passada), sendo que na segunda-feira o BC tinha feito compra de dólares à vista.
Na cena externa, crescem as expectativas de investidores para um desfecho das negociações em relação à dívida grega.
O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, chega a Bruxelas para apresentar o resultado das negociações internas gregas em relação a uma maior austeridade fiscal. Mas não houve consenso sobre questões de previdência.
Ainda no Velho Continente, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa básica de juros para a zona do euro em 1%. O Banco da Inglaterra, por sua vez, manteve a taxa básica no Reino Unido em 0,5%, mas anunciou também que irá ampliar o programa de compra de títulos soberanos de 275 bilhões para 315 bilhões de libras.
O euro operava em ligeira queda perante o dólar, de 0,10% e cotado a US$ 1,324, enquanto a libra esterlina tinha valorização de 0,32%, a US$ 1,586. Já o Dollar Index operava praticamente estável, com levíssima queda de 0,02% e 78,68 pontos.
Entre outras moedas de países emergentes, o peso mexicano tinha queda de 0,23%, o rand sul-africano cedia 1% e o won da Coreia do Sul operava estável.