Ibovespa fecha pregão com alta de 0,19%, aos 65.942 pontos 24/02/2012
- Valor e Bianca Pinto Lima - Agência Estado
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou a alta das bolsas americanas e europeias e fechou com leve alta nesta sexta-feira. Dados positivos de confiança nos Estados Unidos e lucro de empresas europeias incentivaram as compras.
Dados preliminares mostram que, após mínima de 65.819 pontos e máxima de 66.335 pontos, o Ibovespa fechou com valorização de 0,19%, aos 65.942 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 6,2 bilhões.
Na semana o índice registrou queda de 0,39%, mas no acumulado do mês a alta é de 4,55% e no ano de 16,19%.
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu hoje 0,39%, a R$ 42,97; Petrobras PN avançou 2,34%, a R$24,48; OGX Petróleo ON perdeu 0,16%, a R$ 18,18; Itaú Unibanco PN teve desvalorização de 0,27%, a R$ 36,00; e Bradesco PN se valorizou em 0,16%, a R$ 30,37.
No mercado americano, as bolsas apontam para um fechamento misto. Minutos atrás, o índice Dow Jones caia 0,06%, enquanto o Nasdaq avançava 0,24% e o S&P 500 se apreciava em 0,24%.
BC volta a fazer intervenção dupla, mas dólar cai 0,27%
O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, influenciado por ingressos de recursos e pela forte desvalorização da moeda norte-americana no exterior, mesmo após o Banco Central voltar a comprar moeda duas vezes no mercado.
A divisa norte-americana caiu 0,27%, para R$ 1,7064 na venda. No mesmo período, o dólar recuava cerca de 0,60% frente a uma cesta de moedas.
Durante a manhã, a taxa de câmbio oscilou perto da estabilidade, mas engatou um movimento de queda conforme o dólar ampliava as perdas no mercado internacional, em meio a um ambiente de maior apetite por risco.
A desvalorização da moeda norte-americana, que na mínima chegou a R$ 1,7007 na venda nesta sexta-feira, chamou o BC ao mercado. A autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista praticamente seguidos um do outro, que ajudaram a afastar a cotação do nível de R$ 1,70, considerado pelo BC como um “piso informal”, segundo o mercado. As taxas de corte definidas foram R$ 1,7059 e R$ 1,7057.
”A linha da ‘guerra cambial’ parece estar traçada no nível de R$ 1,70 no mercado à vista. Não vemos nenhuma clara operação de curto prazo nesses níveis, mas o mercado pode continuar testando o Banco Central e buscaremos uma chance de ficarmos comprados em dólar se isso acontecer”, afirmou a equipe de estrategistas do Nomura Securities em email a clientes.
Na véspera, a autoridade monetária também havia feito uma intervenção dupla no mercado, comprando dólares nos mercados futuro e à vista. O BC voltou a atuar no mercado no início deste mês, lançando mão ainda de operações no segmento a termo.
Apesar da ofensiva da autoridade monetária, alguns especialistas entendem que o BC está apenas enxugando uma sobra de recursos no mercado. “Nada demais. Até porque se ele tivesse atuado forte, o dólar teria passado a subir”, afirmou o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato.
Para o gerente de câmbio de um banco nacional, o BC tem comprado dólares para conter o aumento da volatilidade do mercado e considera a manutenção dessa estratégia enquanto os fluxos de recursos continuarem mirando o Brasil.
“Tem todo um cenário favorável a essas entradas no Brasil. O BC vai continuar comprando, embora eu ache que essas operações apenas limitem uma apreciação do real”, afirmou, também pedindo anonimato.
Segundo ele, caso o dólar mantenha a atual trajetória de queda, crescem as chances de o governo adotar medidas no âmbito tributário, como o fez no ano passado com os derivativos cambiais.
O Brasil tem recebido fortes fluxos de dólares por causa das boas perspectivas econômicas. Só em fevereiro, até o dia 17, o fluxo cambial estava positivo em US$ 6,520 bilhões, segundo dados do próprio BC.