Cautela pontua abertura dos negócios na bolsa brasileira 27/02/2012
- Beatriz Cutait e Felipe Pacheco - Valor
Um clima de frustração pontua os mercados no início dos negócios desta segunda-feira. A reunião dos ministros de Finanças do G-20 terminou sem um acordo para injetar mais recursos no Fundo Monetário Internacional (FMI), com os países pressionando a Europa a aumentar antes o poder de fogo de seu próprio fundo de resgate.
Atrelada à cena externa, a bolsa brasileira abriu as operações no campo negativo, ainda que com variação modesta. Próximo das 11h10, o Ibovespa recuava 0,06%, para 65.903 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em abril cedia 0,25%, aos 66.620 pontos.
A cautela prevalece sobre os mercados, que já operam de olho na nova rodada de injeção de liquidez a ser promovida pelo Banco Central Europeu (BCE) na quarta-feira e que poderá garantir um ambiente mais propício a tomada de risco nos próximos dias, conforme analisa a SulAmérica Investimentos.
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Na primeira operação, realizada no fim de dezembro, os bancos tomaram quase 500 bilhões de euros em uma operação com prazo de três anos e taxa de 1%.
Na Bovespa, entre os ativos de maior peso, Vale PNA caía 0,23%, a R$ 42,87; Petrobras PN subia 1,51%, a R$ 24,85; OGX Petróleo ON avançava 0,11%, a R$ 18,20; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,22%, a R$ 35,92; e Bradesco PN se depreciava em 0,26%, a R$ 30,29.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuavam 0,35% e 0,46%, respectivamente, antes da abertura dos negócios. Com o fim do horário de verão no Brasil, as operações das bolsas americanas passam a vigorar entre 11h30 e 18h (horário de Brasília).
Por lá, o dia reserva uma agenda enxuta, com destaque apenas para os dados de vendas de imóveis pendentes.
Já na Europa, investidores reagem a novos leilões de títulos da dívida. A Itália vendeu a oferta integral de 12,25 bilhões de euros em títulos do Tesouro com vencimento em seis meses e notas com prazo flexível (BOTs).
O governo da Alemanha, por sua vez, vendeu 2,545 bilhões de euros de uma oferta total de até 3 bilhões de euros em notas do Tesouro de 12 meses, segundo o Bundesbank, o banco central alemão.
Os papéis, com vencimento em 27 de fevereiro de 2013, saíram a um rendimento médio de 0,0768%, acima do juro pago em oferta semelhante anterior (em 23 de janeiro), quando ficou em 0,0700%.
Ainda na Alemanha, os parlamentares se preparam para votar nesta segunda-feira o novo pacote de ajuda financeira aos gregos. A expectativa é de que a proposta tenha respaldo da maioria.
Empresas
Na cena corporativa brasileira, destaque para a movimentação dos papéis do grupo Oi. Os acionistas da Telemar Norte Leste (TMAR) aprovaram a cisão parcial da companhia e a incorporação da parte cindida e de suas ações pela Coari, empresa que controla a Brasil Telecom. Eles aprovaram também os laudos que deram suporte para a votação.
Segundo a companhia, terão direito de recesso apenas os investidores dissidentes que possuíam as ações ininterruptamente de 23 de maio até a data de hoje. O preço por ação é de R$ 74,39.
Dólar começa semana com tendência de leve alta
O dólar opera com leve valorização no começo das operações desta segunda-feira, e continua mantendo o patamar de R$ 1,71.
Por volta de 9h10, o dólar comercial registrava alta de 0,35%, cotado a R$ 1,711 e R$ 1,713. Os contratos futuros com vencimento em março apontavam alta de 0,17%, a R$ 1,714.
Neste fim de semana, o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, disse em evento na Cidade do México que a autoridade monetária continuará intervindo no mercado de câmbio.
“O BC continua com sua estratégia de acumulação de reservas”, afirmou Tombini, que participava do encontro do G-20.
Na semana passada, a entidade atuou no mercado de câmbio em cinco circunstâncias diferentes: foram quatro compras à vista e um leilão de swap cambial reverso (equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro). Desde que o BC voltou a intervir, em 3 de fevereiro, são oito leilões.