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DIA A DIA
Ibovespa fecha pregão com alta de 1,52%, aos 66.809 pontos
01/03/2012
- Beatriz Cutait e Eduardo Campos - Valor

O pregão de abertura de março foi marcado pela valorização coletiva das bolsas europeias, americanas e brasileira. Após dois dias seguidos de tentativas, o Ibovespa finalmente conseguiu romper a linha dos 66 mil pontos e estabeleceu novo recorde para o ano.
Dados preliminares mostram que, após marcar mínima de 65.811 pontos e máxima de 66.930 pontos, o índice fechou com valorização de 1,52%, aos 66.809 pontos – maior nível desde 26 de abril de 2011 (67.144 pontos). O giro financeiro atingiu R$ 6,5 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumula alta de 1,3%.
Entre os ativos de maior peso, Vale PNA subiu hoje 1,05%, a R$ 42,95; Petrobras PN ganhou 2,34%, a R$ 24,88; OGX Petróleo ON avançou 1,05%, a R$ 17,18; Itaú Unibanco PN teve valorização de 2,31%, a R$ 37,20; e Bradesco PN se apreciou em 1,31%, a R$ 31,61.
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No mercado americano, as bolsas também subiram. O índice Dow Jones avançou 0,22%, enquanto o Nasdaq subiu 0,74% e o S&P 500 ganhou 0,62%.
Dólar fecha em baixa mesmo após medida cambial e leilões do BCA história do câmbio tem cara de reprise. O fluxo externo aumenta, o real se valoriza, o governo ameaça, o Banco Central (BC) entra comprando, o governo ameaça novamente e finalmente age. Isso aconteceu no começo do ano passado e se repetiu agora. E como tudo é reprise, a resposta do mercado não poderia ser diferente. O real se valorizou.
O governo anunciou hoje que captações externas com prazo inferior a três anos pagarão Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%. Até então, o prazo era de dois anos. Em 2011, esse prazo foi revisto duas vezes, primeiro para até um ano e depois para dois anos.
O dólar chegou a operar em alta, indo a R$ 1,728, mas logo perdeu força. As vendas foram maioria durante todo o pregão, mesmo com o BC fazendo duas compras no mercado à vista.
No fim do pregão, o dólar comercial fechou em queda de 0,47%, a R$ 1,712 na venda. Na semana, a moeda tem leve alta de 0,30%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto fechou com baixa de 0,17%, a R$ 1,7113, e giro de US$ 85,5 milhões. Também na BM&F, o dólar com vencimento em abril mostrava baixa de 0,37%, a R$ 1,725, antes do ajuste final de posições.
Como se vê pelo comportamento do dólar, a medida não teve impacto imediato. O mercado parece estar no modo “compra no boato e vende no fato”, já que ontem o dólar teve forte alta em meio à crescente expectativa de que o governo tomaria alguma medida no câmbio - instabilidade externa e compras do BC também ajudaram.
Ainda assim, os agentes se mostram preocupados com a possibilidade de mais medidas no câmbio. Mesmo com a negação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, os investidores não descartam a possibilidade de retorno da taxação dos recursos externos para investimentos em renda variável, que recentemente foi zerada.
Mais delicada é a questão do Investimento Estrangeiro Direto (IED). Existe a percepção de que as empresas ingressam com recursos no país com o rótulo de “IED”, mas estão, na verdade, apenas querendo rentabilizar excesso de caixa, utilizando suas subsidiárias brasileiras para isso. A dificuldade seria separar o que é IED de fato desse tipo de operação.
Em relatório enviado a clientes, os analistas do Credit Suisse apontam que essa ampliação do prazo de isenção de IOF para três anos deve ter impacto limitado sobre as captações externas, pois a maioria das operações realizadas recentemente tem um prazo muito superior a três anos. O prazo médio pelas contas da instituição é de 9,7 anos.
Segundo dados compilados pelo Credit Suise, as emissões privadas em janeiro e fevereiro somaram cerca de US$ 18 bilhões. Mas contrastando com isso, os ingressos efetivos referentes a essas operações somaram apenas US$ 300 milhões, sugerindo que as empresas mantém grande parte do dinheiro captado fora do Brasil. Esse quadro pode gerar a expectativa de um aumento de fluxo referente a essas operações.
Para o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, o fato “expectativa” seria o vetor mais relevante no atual movimento de valorização do real, já que dados efetivos do fluxo cambial não mostram essa “chuva de dólares” de que tanto se fala.
O resultado é positivo em US$ 12,5 bilhões até o dia 24 de fevereiro. Em igual período do ano passado, o montante ultrapassava os US$ 20 bilhões.
No câmbio externo, Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, ronda a estabilidade, aos 78,81 pontos. O euro mostrava leve baixa de 0,11%, a US$ 1,33.
Entre as moedas emergentes, destaque para o peso mexicano, que tem forte alta ante o dólar. O dólar canadense, o dólar australiano e o rand sul-africano também ganham da moeda americana.


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