Ibovespa abre pregão em baixa, com mercado de olho na China 05/03/2012
- Beatriz Cutait e Filipe Pacheco - Valor
Passados dois pregões de forte alta que levaram o Ibovespa a romper os 67 mil pontos e estabelecer nova máxima para o ano, o mercado de ações brasileiro inicia os negócios desta semana no campo negativo. A indicação de que a China crescerá menos neste ano e dados de atividade da zona do euro abalam o humor dos investidores e estimulam a cautela nas bolsas mundiais.
No Brasil, próximo das 11h10 desta segunda-feira, o Ibovespa recuava 0,34%, para 67.552 pontos. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o índice futuro com vencimento em abril de 2012 cedia 0,43%, aos 68.250 pontos.
Na sexta-feira, o Ibovespa havia avançado 1,45%, para 67.781 pontos - maior nível desde 11 de abril de 2011 (68.164 pontos). Na semana passada, o índice subiu 2,8% e, em 2012, já acumula alta de 19,43%, superando as perdas vistas em 2011.
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Entre os ativos de maior peso, Vale PNA caía hoje 1,15%, a R$ 42,80; Petrobras PN perdia 0,67%, a R$ 25,13; OGX Petróleo ON cedia 0,57%, a R$ 17,33; Itaú Unibanco PN tinha desvalorização de 0,82%, a R$ 37,39; e Bradesco PN se depreciava em 0,84%, a R$ 31,80.
Em Wall Street, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 recuavam 0,15% e 0,20%, respectivamente, antes da abertura dos negócios.
A China chama atenção no início dos negócios. O governo reduziu a meta de expansão do país para 7,5% em 2012, após mantê-la ao redor de 8% por sete anos consecutivos.
Já no “velho continente”, a Markit Economics mostrou que o Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, uma medida da atividade da indústria e de serviços da região, recuou de 50,4 em janeiro para 49,3 ao fim de fevereiro.
O resultado ficou abaixo do número preliminar para o mês, de 49,7, e da marca de 50, o que indica que a atividade como um todo se contraiu no período. O PMI apenas de serviços ainda recuou de 50,4 em janeiro para 48,8, em fevereiro.
Na direção oposta, as vendas no varejo da zona do euro surpreenderam positivamente, ao crescerem 0,3% em janeiro na comparação com dezembro, a primeira alta desde agosto, segundo a agência de estatísticas Eurostat.
A agenda americana ainda reserva para esta sessão a divulgação de indicadores do setor de serviços e de encomendas à indústria.
No Brasil, as discussões sobre a trajetória da taxa básica de juros, em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ainda podem voltar a afetar o mercado acionário.
Ainda que o Boletim Focus aponte para uma nova redução de meio ponto percentual, levando a Selic para 10% ao ano, o mercado de juros discute a possibilidade de cortes mais agressivos. Isso pode favorecer o desempenho da bolsa, diante de sua maior atratividade ante a renda fixa.
Dólar inverte sinal e passa a perder valor perante o real
O dólar inverteu o sinal pouco após a abertura da sessão desta segunda-feira e passou a operar em território negativo, mas ainda sustentando a faixa de R$ 1,72.
Por volta de 10h05, a moeda americana operava em queda de 0,23%, cotada a R$ 1,726 na compra e R$ 1,728 na venda. Os contratos futuros mostravam baixa de 0,22%, a R$ 1,738.
A moeda perde parte de seu valor perante o real após ter se valorizado consideravelmente no último pregão da semana passada, quando subiu 1,17% no dia.
Os mercados repercutiam a notícia de que a China reduziu a sua meta de crescimento para 7,5% neste ano. É a primeira vez que o governo chinês corta a meta de expansão econômica após mantê-la ao redor de 8% por sete anos consecutivos, destacou a agência de notícias Xinhua.
O real acompanha o desempenho de outras moedas estrangeiras, que também alternavam altas e baixas perante o dólar. O euro, que tinha chegado a registrar o patamar mais baixo em duas semanas e meia frente à divisa dos Estados Unidos, também inverteu sinal e passou a ganhar cerca de 0,06%, para US$ 1,320.
O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda ante seis outras divisas globais, tinha ligeira desvalorização de 0,09%, a 79,38 pontos.