Mercado aposta em corte de 0,75 ponto no Copom de hoje 07/03/2012
- Eduardo Campos - Valor
O mercado de juros futuros vai para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) projetando um corte maior que meio ponto percentual na taxa Selic. As taxas futuras mostram corte de 0,64 ponto, o que indica a visão de maior probabilidade de uma redução de 0,75 ponto na taxa básica, atualmente fixada em 10,5% ao ano.
A atual configuração dos contratos futuros também mostra a chance de mais reduções de juro. Com isso, a Selic seria de 8,75% no fim do ciclo de afrouxamento monetário.
Ontem, o vetor para o movimento de baixa visto em parte do dia foi a movimentação das pessoas físicas. Hoje, o dado em pauta é a produção industrial de janeiro, que caiu 2,1%, queda acima da projetada. Em 12 meses, o tombo no setor industrial é de 3,4%.
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Segundo o sócio e gestor da Leme Investimento, Paulo Petrassi, se o BC quer mesmo acelerar o passo, esse seria o momento, pois os dados recentes de atividade (PIB de 2011 e produção industrial), o aumento da instabilidade externa e a inflação presente baixa são favoráveis a isso. Para Petrassi, um corte de 1 ponto percentual não surpreenderia muito.
Se o corte for de meio ponto, as taxas futuras de curto prazo devem passar por forte ajuste de alta. Se o corte for de 0,75 ponto, o mercado não muda muito de cara. E se a opção for por um ponto de redução, as taxas curtas derretem, enquanto as longas devem cair de forma menos acentuada.
Ontem os protagonistas do mercado foram as pessoas físicas, agentes famosos pelo bom índice de acerto nas decisões do Copom, que reduziram o tamanho de sua posição vendida em taxa futura. A posição, que estava em 11.770 contratos no fim da segunda-feira, caiu para 2.665 contratos ontem.
Com isso, fica reforçada a hipótese de que esses agentes aproveitaram a forte queda nas taxas que aconteceu ontem para zerar posições e embolsar lucros.
Antes do ajuste final de posições na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2012, que concentra a liquidez, registrava queda de 0,08 ponto percentual, a 9,65%. Maio de 2012 perdia 0,11 ponto, a 9,49%. E julho 2012 marcava 9,19%, também perda de 0,11 ponto.
Entre os contratos com vencimentos mais longos, janeiro de 2013 recuava 0,12 ponto, a 8,90%. Janeiro 2014 caía 0,09 ponto, a 9,52%, após mínima a 9,49%. Janeiro 2015 perdia 0,05 ponto, a 10,10%. Janeiro 2016 recuava 0,05 ponto, a 10,46%. Janeiro 2017 se desvalorizava 0,03 ponto, a 10,66%. Destoando, janeiro de 2021 projetava 11,21%, alta de 0,01 ponto.
Destaque para o volume negociado, maior do ano até o momento. Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 2.583.809 contratos, com giro financeiro de R$ 244,88 bilhões (US$ 138,41 bilhões), alta de 32% sobre o registrado no pregão anterior. O vencimento mais líquido do dia foi o abril de 2012, com 800.270 contratos negociados e giro de R$ 79,50 bilhões (US$ 44,94 bilhões).