DIA A DIA

Após duas quedas seguidas, Bovespa deve subir
13/03/2012 - Olívia Bulla - Agência Estado e Filipe Pacheco - Valor

Os indicadores econômicos do dia dão a senha para a Bovespa voltar ao terreno positivo, depois de ter fechado em baixa nas últimas duas sessões. Com os números favoráveis sobre as economias dos EUA e da Alemanha, o Ibovespa até tem chances de retomar o nível dos 67 mil pontos hoje, apoiada nos ganhos vindos dos mercados internacionais. Mas os investidores também aguardam o fim da reunião de política monetária do Federal Reserve à tarde. O Ibovespa abriu em alta e, às 10h45, subia 0,87%, aos 66.962,19 pontos.

O índice ZEW de expectativas econômicas na Alemanha novamente superou as previsões em março e avançou pelo quarto mês seguido, para 22,3, de 5,4 em fevereiro. O dado atingiu o seu maior nível desde junho de 2010 e também permaneceu em território positivo pela segunda vez consecutiva, após cair durante nove meses. Analistas previam aumento para modestos 10,0. No horário acima, a Bolsa de Frankfurt crescia 1,01%.

Já nos EUA, as vendas no varejo cresceram dentro do esperado, em +1,1% em fevereiro, no ritmo mais acelerado em cinco meses. O dado de janeiro foi revisado em alta. O analista da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira, lembra, em relatório, que o comércio varejista norte-americano como um todo vem em trajetória ascendente há 16 meses. "Este movimento é consequência do aumento da demanda e da melhora da atividade econômica no país", avalia.


PUBLICIDADE


Diante desses números animadores, o analista gráfico Gilberto Coelho avalia que a Bolsa deve registrar ganhos entre 1% e 2% hoje, voltando a testar um novo patamar, o dos 67 mil pontos, e ainda com objetivo de médio prazo nos 70 mil pontos. O profissional lembra também que enquanto o índice Dow Jones, em Nova York, cravou ontem a quarta sessão consecutiva de alta, o Ibovespa subiu em dois e caiu em outros dois pregões, no mesmo período. "Então, tem uma defasagem a ser corrigida", diz.

Mas a expectativa pela reunião de política monetária do Federal Reserve, que termina às 15h15, quando será anunciada a decisão do colegiado, pode segurar um pouco a alta prevista para o dia nos mercados acionários. No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,47%. E, o comportamento das bolsas depois do encontro vai depender do que for decidido pelo Banco Central dos EUA.

Ainda assim, um operador da mesa de renda variável lembra que parece haver um padrão de negociação em vigor com os ativos de risco, que mantém engrenada a marcha para os negócios e qualquer tentativa de realização de lucros é absorvida - parcialmente ou totalmente.

Ele acredita que a proximidade do vencimento de opções sobre ações, na próxima segunda-feira, vem distorcendo o comportamento da Bolsa. Com o jogo concentrado principalmente nas blue chips, o noticiário envolvendo a Vale não está favorável.

Ontem, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, disse que ainda não houve nenhuma decisão judicial sobre a questão dos tributos cobrados pela Receita Federal. Segundo ele, o que está em discussão agora é onde essa disputa será definida, se em âmbito administrativo ou judicial. Ainda assim, ele disse confiar numa solução favorável à companhia. No âmbito operacional, Ferreira afirmou que a Vale deve se tornar a maior produtora mundial de níquel até o ano que vem.

O dólar acelera a valorização perante o real na manhã desta terça-feira, e passa a operar no patamar de R$ 1,82.

Por volta de 10h25, o dólar comercial operava em alta de 0,88%, cotado a R$ 1,819 na compra e R$ 1,821 na venda, com os contratos futuros apontando valorização ainda maior, de 1,21%, a R$ 1,828. Na máxima da manhã, a moeda americana chegou a subir 1,27%.

Na segunda-feira, a notícia da ampliação do Imposto de Operações Financeiras (IOF) de 6% para empréstimos externos com prazo de até cinco anos fez com que a moeda americana terminasse em alta de R$ 1,12%, cotada a R$ 1,805.

O mercado reconheceu na medida do governo mais um sinal de que não serão medidos esforços para enfraquecer o real. "O governo não vai economizar forças para limitar o ingresso de capital estrangeiro de curto prazo", diz um comunicado a clientes do BES Investment Bank.

O real segue descolado da maioria das moedas estrangeiras que costumam ter desempenho parecido. Ao se considerar a queda do real perante o dólar no dia, a moeda brasileira perdia 1,30% - disparada a divisa que mais se desvalorizava de uma cesta composta por 16 diferentes divisas compiladas pela Bloomberg.

O rand da África do Sul cedia 0,39%, o dólar australiano perdia 0,20% e o peso mexicano recuava 0,11%.

O Dollar Index, que mede o desempenho do dólar ante seis divisas diferentes, subia 0,56%, a 80,28 pontos. Já o euro cedia 0,67%, para US$ 1,305.

O iene, por sua vez, tinha queda próxima de 0,6%, o que fazia com que o dólar fosse negociado no patamar mais alto em 11 meses.

Compartilhe: