Ibovespa recua 0,10% antes de exercício de opções na 2ª 16/03/2012
- Roberta Vilas Boas - Reuters e Silvana Rocha - Agência Estado
A Bovespa fechou esta sexta-feira em leve baixa, após operar em torno do zero durante todo o dia, já sob impacto da disputa pelo vencimento dos contratos de opções, na segunda-feira.
O Ibovespa caiu 0,1 por cento, a 67.684 pontos. Na semana, o índice subiu 1,47 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 6,97 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 0,15 por cento, enquanto o S&P 500 subiu 0,11 por cento.
PUBLICIDADE
"Uma das razões (da queda do Ibovespa) é que já se prepara para segunda-feira, com o vencimento de opções", afirmou o economista-chefe da Sul América, Newton Rosa.
"As bolsas lá fora também não ficaram firmes. Os indicadores vieram um pouco abaixo mas não tiveram muita influência porque não reverteram o quadro de recuperação da economia norte-americana", emendou Rosa.
A confiança do consumidor dos EUA caiu em março, com a leitura preliminar do índice Thomson Reuters e Universidade de Michigan caindo para 74,3, ante 75,3 em fevereiro, abaixo das expectativas dos economistas, de 76,0.
Entre as blue chips domésticas, a preferencial da Vale ganhou 1,09 por cento, a 41,90 reais, e a da Petrobras cresceu 0,54 por cento, a 24,35 reais.
Além de Vale, o setor de siderurgia também teve um dia positivo. A ação ordinária da Usiminas subiu 3,64 por cento, a 18,77 reais, enquanto a preferencial ganhou 0,59 por cento, a 13,61 reais.
Na outra ponta, Gol teve queda de 3,83 por cento, a 14,57 reais, após a companhia ter informado que seu tráfego aéreo teve queda de 2,3 por cento no mercado doméstico em fevereiro ante o mesmo período do ano passado.
O setor de construção foi o que mais pesou no índice. Brookfield em baixa de 3,85 por cento, a 6,50 reais. Cyrela caiu 2,96 por cento, a 17,71 reais. Rossi perdeu 2,94 por cento, a 10,58 reais. PDG Realty recuou 2,73 por cento, a 7,12 reais.
Medida cambial limita perda do dólar
Mais uma medida cambial voltada ao exportador anunciada hoje ajudou a limitar a queda do dólar, que resgatou o patamar de R$ 1,80 no começo da tarde em meio à expectativa de que o Banco Central pudesse atuar na sessão vespertina, o que se confirmou perto do fechamento do mercado à vista. Embora essas intervenções tenham sustentado a moeda acima deste piso informal pela quinta sessão consecutiva, não impediram o recuo de preço à vista pela segunda sessão seguida.
Além da desvalorização externa do dólar, pesou na formação de preço da moeda hoje a percepção de que o fluxo cambial seguirá favorável ao País, uma vez que, ainda que a Selic caia a um piso de 9% ao ano, sugerido pela ata da última reunião do Copom ontem, este nível de taxa ainda garante ao investidor estrangeiro e local um diferencial de juros bastante rentável ante as taxas internacionais.
Num dia marcado pela fraca volatilidade e o baixo volume de negócios, o dólar à vista fechou em queda de 0,11%, a R$ 1,8020 no balcão, após oscilar 0,45% entre R$ 1,7970 (-0,39%) e R$ 1,8050 (+0,06%). Na semana, a moeda acumulou ganho de 1,01%, que elevou a valorização no mês para 5,01%. No ano, porém, o dólar no balcão ainda embute perda de 3,58%. Na BM&F, a moeda spot encerrou com recuo de 0,28%, a R$ 1,8004.
No mercado futuro, somente três vencimentos de dólar foram negociados até 16h32 e mostravam sinais mistos. Enquanto o vencimento abril de 2012 subia levemente 0,06%, a R$ 1,8085, o dólar para maio 2012 estava na mínima, a R$ 1,8190, com queda de 0,16%.
O Ministério da Fazenda isentou hoje os exportadores brasileiros de pagar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as posições vendidas em dólar futuro, desde que as vendas sejam feitas em 12 meses. A isenção é para operações até o limite de 1,2 vez do valor exportado. Desde 16 de setembro de 2011, as operações de derivativos estão taxadas em 1%. Por isso, pela medida atual, o IOF apurado nas operações realizadas por exportadores até ontem terá que ser compensado no pagamento de outros tributos à Receita Federal.
Na última segunda-feira, o governo já havia elevado para até 1.800 dias (cinco anos) o prazo mínimo para a isenção da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir daquele dia. Toda operação com menos de 1.800 dias passou a ser tributada em 6%. O objetivo dessa medida também é o de conter a valorização do real. Esta foi a quarta vez que o governo ampliou esse prazo, sendo que a última foi em 1º de março, quando o prazo mínimo aumentou de 720 dias para três anos.
A semana também foi marcada pelo anúncio do governo de que o País passou a ter um câmbio administrado e que uma margem de oscilação aceitável para o dólar seria dentro de uma banda entre R$ 1,70 e R$ 1,90. Ainda assim, os leilões de compra de dólar realizados ontem e hoje confirmaram que o piso informal desejado seria o patamar de R$ 1,80, tendo em vista que o Banco Central fixou taxas de corte sempre acima desse nível de preço, mesmo com o preço à vista abaixo desse valor. Hoje, a taxa de corte no leilão foi de R$ 1,8025.