Vale e Petrobrás garantem alta da Bovespa 19/03/2012
- Alessandra Taraborelli e Silvana Rocha - Agência Estado
A Bovespa encerrou a segunda-feira em leve alta, amparada, principalmente, pelas ações da Vale e da Petrobrás, que subiram puxadas pelo vencimento de opções sobre ações. O Ibovespa registrou ganho de 0,07%, aos 67.730,31 pontos. Os papéis da mineradora subiram 0,70% o ON e 0,12% o PNA. Já as ações da petroleira avançaram 0,20% a ON e 0,66% a PN.
O vencimento de opções sobre ações movimentou R$ 6,409 bilhões, dominado por opções de compra de R$ 6,047 bilhões. A opção de compra de Vale PNA a R$ 40,00, liderou o movimento, com giro de R$ 528,8 milhões, seguida de Petrobras PN a R$ 23,83 por ação que movimentou R$ 523,8 milhões em opções de compra.
Segundo um operador, hoje foi um dia típico de vencimento de opções: volatilidade pela manhã, e depois, passado o vencimento, a Bolsa acompanhando a performance das ações que mais realizaram opções. "(Os negócios seguiram) dentro da normalidade de um dia de exercício. A Bolsa ficou travada em cima do exercício", disse, ressaltando ainda que, como não houve nada expressivo no exterior, a Bolsa ficou totalmente atrelada ao evento interno.
PUBLICIDADE
A menos de uma hora do fechamento, no entanto, as ações da Vale passaram para o vermelho e arrastaram o Ibovespa junto, mas, na sequência, os papéis voltaram a subir e também trouxeram o índice para o azul.
Segundo uma outra fonte, a mudança de direção da Vale ocorreu porque alguns investidores preferiram embolsar os lucros do dia (day trade). "Muitos investidores compraram opção de ação da Vale e após o encerramento do exercício venderam os papéis. Isso, geralmente, ocorre quando os investidores tentam puxar o papel e não conseguem, então vendem", disse a fonte.
Na mínima, o Ibovespa atingiu 67.547 pontos (-0,20%) e na máxima, 68.159 pontos (+0,70%). O giro financeiro ficou em R$ 12,448 bilhões, sendo R$ 6,409 referentes ao exercício.
Nos EUA, após o rali da semana passada, hoje os mercados acionários norte-americanos ficaram mais contidos, mas conseguiram encerrar no azul. Os indicadores da economia do país divulgados logo cedo não foram dos melhores. O dado mais relevante hoje foi a confiança das construtoras de moradias, que ficou estável em março, após cinco meses consecutivos de ganhos, permanecendo no nível mais alto em quase cinco anos, à medida que a indústria recupera lentamente sua posição, após uma crise devastadora.
Dólar volta a fechar em alta e vale R$ 1,8060
Além de respeitar o piso informal de R$ 1,80 durante todo o dia, o dólar à vista retomou a alta hoje, interrompendo duas quedas acumuladas em 0,39%. O avanço de preço ante o real destoou do recuo do dólar no mercado externo e foi amparado pelo sentimento de que o Banco Central e o governo brasileiro vão retomar os leilões de compra e anunciar novas medidas cambiais, caso a moeda norte-americana ameace furar o novo suporte psicológico de preço. Nesse sentido, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse à Agência Estado que antecipará pagamentos de dívida externa a fim de ajudar o governo no combate à valorização do real.
De acordo com Augustin, o governo já negocia o pagamento antecipado em breve de US$ 2,9 bilhões de dívida externa junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mas o potencial de quitação antecipada de dívida externa é superior a US$ 15 bilhões. Segundo ele, várias medidas cambiais estão sendo discutidas no governo para evitar a continuidade do processo de valorização do real. "Elas vão continuar", afirmou, num recado direto ao mercado.
A informação exclusiva à AE provocou reação no mercado futuro de dólar, porque os negócios à vista já estavam praticamente encerrados. O dólar abril 2012 ampliou levemente a alta para 0,44%, a R$ 1,8170 por volta das 16h55, ante R$ 1,8130 (+0,22%) antes das declarações de Augustin. Às 17h05, este vencimento estava na máxima, R$ 1,822 (+0,72%) e respondia por um giro de US$ 7,890 bilhões, de um total movimentado com três vencimentos, de US$ 7,979 bilhões, possivelmente o menor volume registrado este mês. No fechamento, o dólar à vista subiu 0,22%, a R$ 1,8060 no balcão, e ganhou 0,32%, a R$ 1,8062 na BM&F.
Nesta segunda-feira, o fluxo cambial foi levemente negativo, com as compras de moeda superando as ofertas, mas o volume de negócios foi pequeno, ajudando a dar suporte à alta. Com o fluxo negativo, a taxa do cupom cambial para abril 2012 encolheu para -0,64% ante -0,83% na sexta-feira.