Bovespa opera em baixa, seguindo mercados externos 20/03/2012
- G1 com Reuters e Filipe Pacheco - Valor
A Bovespa operava em baixa nesta terça-feira (20), seguindo o movimento das bolsas europeias e índices futuros dos Estados Unidos, com a construção de moradias norte-americanas recuando e uma desaceleração na China voltando a pesar nos negócios.
Dólar opera em alta por maior aversão a risco no exteriorPressionadas por balanços de empresas, bolsas asiáticas recuam Às 11h11, o Ibovespa caía 1,11%, a 66.980 pontos.
Descolado da Bovespa, o dólar operava em forte alta ante o real nesta segunda-feira (20). Perto do mesmo horário, o dólar tinha alta de 0,92%, cotado a R$ 1,8274.
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A Bovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (19) em leve alta, após operar durante todo o dia com volatilidade, com a ausência de indicadores de peso, em dia de vencimento de opções sobre ações.
O principal índice da bolsa, o Ibovespa, subiu 0,07%, a 67.730 pontos. O volume financeiro do pregão foi de R$ 12,45 bilhões.
Exterior
As bolsas de valores asiáticas recuaram nesta terça-feira, com as maiores perdas registradas em Hong Kong e em Xangai, pressionadas por balanços corporativos, enquanto o euro permaneceu perto do maior nível em uma semana, com redução dos temores quanto a maiores danos ao sistema financeiro decorrentes da crise de dívida grega.
As perdas no ambiente corporativo foram lideradas pela China, com o índice de Xangai caindo 1,38% e o de Hong Kong em queda de 1,08%, em meio a uma fraca temporada de resultados financeiros, o que conteve o apetite dos investidores.
Quase metade das empresas chinesas já divulgaram balanços referentes a 2011, segundo dados da Thomson Reuters StarMine, sendo que cerca de 70% delas não atingiram as expectativas.
Em Taiwan, o mercado cedeu 0,89%, enquanto em Seul houve queda de 0,24%. Sydney fechou em baixa de 0,37% e Cingapura contrariou a tendência com alta de 0,42%.
Dólar tem valorização acima de 1% e vale R$ 1,83
O dólar opera em forte ritmo de apreciação nesta terça-feira, impulsionado pelo noticiário na cena doméstica e no exterior.
Por volta de 10h45, o dólar comercial operava em alta de 1,10% frente ao real, cotado a R$ 1,829 na compra e R$ 1,831 na venda - no começo das operações, a moeda chegou a valer R$ 1,84 na venda. Os contratos futuros para abril mostravam elevação de 0,46%, a R$ 1,835.
Na noite de segunda-feira, repercutiu a notícia de que o Tesouro Nacional pode antecipar o pagamento de parcela da dívida externa, o que fará com que o Tesouro acelere a compra de dólares. Mais um reforço para impedir a valorização excessiva do real.
A repercussão da notícia aconteceu após o fechamento do mercado de câmbio na véspera, o que fez com que a pressão sobre a cotação da moeda fosse mais forte na manhã desta terça-feira. Ontem, o dólar terminou em alta de 0,44%, a R$ 1,811, na contramão da maioria de divisas negociadas nos mercados externos, que ganharam perante o dólar.
Pelas normas de atuação no mercado de câmbio, o Tesouro Nacional pode realizar a compra antecipada de moeda estrangeira para pagar dívida externa com vencimento de até 1.500 dias ou o equivalente a quatro anos. Por enquanto, o Tesouro já fez compras equivalentes a US$ 7,4 bilhões, o que seria suficiente para pagar 49% da dívida externa a vencer até 2015.
No início do mês, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, já havia deixado claro que "não haveria limite" para antecipar a compra de dólares para pagamento da dívida externa.
"Se o Tesouro entrar comprando pesadamente, é mais um sinal claro do intervencionismo por parte do governo, e isso pode ter repercussão cada vez mais negativa no mercado", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. Para ele, o empenho do governo em conter a valorização do real é comparável à briga de Don Quixote com moinhos de vento, "uma luta perdida."
Nos mercados estrangeiros, o dia era de aversão a riscos de forma generalizada, o que também contribui para o avanço do dólar por aqui. Expectativas negativas quanto ao crescimento chinês pesavam sobre as bolsas de valores.
O euro perdia 0,36%, e era cotado a US$ 1,318. O Dollar Index, que mede o desempenho do dólar ante seis outras moedas, tinha valorização de 0,38%, a 79,76 pontos.
Entre outras moedas que costumam ter desempenho semelhante ao do real, o dólar australiano perdia 1,35%, o peso mexicano caía 0,61% e o dólar do Canadá se desvalorizava 0,90%.