Ibovespa opera estável, à espera de vendas de imóveis nos EUA 23/03/2012
- Aline Cury Zampieri e Daniela Machado - Valor
Sem indicadores econômicos relevantes na manhã desta sexta-feira, o Ibovespa opera com fracas variações, à espera das vendas de imóveis novos nos Estados Unidos. O dia também tem repercussão de balanços que foram divulgados na noite de quinta-feira, como OGX e Brasil Foods.
O principal índice da bolsa brasileira subia 0,02% às 10h20, para 65.842 pontos. Na Europa e nos Estados Unidos, os mercados estão em baixa. Em Nova York, o índice Dow Jones futuro cai 0,15%, Nasdaq sobe 0,02% e S&P500 tem baixa de 0,08%. No Brasil, o volume de vendas no varejo subiu 2,6% em janeiro e faz um contraponto positivo.
As ações de OGX (-3,23%, para R$ 16,44) e BRF Brasil Foods (-3,25%, para R$ 35,36) lideram as baixas do Ibovespa neste começo de manhã.
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Impactada pelos custos com a incorporação da Sadia e pela retração de demanda e preços em importantes mercados, como Japão e Oriente Médio, a Brasil Foods registrou um lucro líquido de R$ 121 milhões no último trimestre do ano passado, queda de 66,4% sobre os R$ 360 milhões do mesmo intervalo de 2010. O lucro ajustado no período, que desconsidera os efeitos com a provisão de custo para a incorporação da Sadia, foi de R$ 336 milhões, redução de 6,7%.
O trimestre da BRF ficou mais fraco que o esperado pelo Itaú BBA. Segundo o banco, a margem Ebitda ficou em 13%, aquém da expectativa de 11%. As principais razões, segundo a instituição, foram a fraca performance nos mercados de exportação, com inabilidade para repassar custos mais altos de grãos e um aumento maior nas despesas com vendas e administrativas.
“Embora algumas fraquezas já tenham sido antecipadas, acreditamos que o mercado ainda pode reagir negativamente, em função da forte contração nas margens operacionais para exportação e da ausência de aumento de margem no mercado doméstico, que ficou relativamente estável em 10,9%.”
A OGX, empresa de exploração de petróleo e gás do empresário Eike Batista, teve prejuízo de R$ 509 milhões em 2011 ante R$ 135 milhões em 2010, uma variação de 277% no período.
De acordo com informações divulgadas pela empresa na noite desta quinta-feira, o aprofundamento do prejuízo se deve a quatro fatores: aumento das despesas com exploração em R$ 328 milhões; redução da receita financeira líquida em R$ 252,4 milhões; compensados parcialmente; diminuição das despesas administrativas em R$ 10,9 milhões; aumento do crédito tributário líquido em R$ 195,1 milhões.
Na agenda de indicadores, as vendas no varejo restrito no Brasil em janeiro ficaram acima das expectativas do mercado e do Banco Fator. A variação no mês foi de 2,6%, contra 0,5% (revisado de 0,3%) no mês de dezembro. A mediana das expectativas apontava para alta de 1,8%.
Nos Estados Unidos, às 11 horas, saem as vendas de novas casas de fevereiro e, às 14h45, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, discursa na abertura de uma conferência sobre bancos centrais. O tema é “Antes, Durante e depois da Crise.”
Dólar acompanha sinal externo e recua em relação ao real
O dólar recuava em relação ao real na manhã desta sexta-feira, interrompendo uma sequência de quatro dias de valorização e em linha com o mercado externo.
Por volta de 9h25, a moeda americana cedia 0,11% e era negociada a 1,820. No exterior, o Dollar Index - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas - recuava 0,15%, para 79,53 pontos.
Ontem, o dólar terminou o dia com discreta alta depois de passar quase todo o pregão com valorização mais acentuada. As compras perderam força no fim da tarde com a ausência do Banco Central. Sem leilões de compra da moeda americana pela autoridade monetária, quem tinha dólares para vender foi ofertá-los no mercado.
Na semana, até quinta-feira, o dólar acumulava alta de 1,05%.