Ibovespa acompanha mercado internacional e opera em alta 26/03/2012
- Aline Cury Zampieri e Filipe Pacheco - Valor
O tom positivo do mercado internacional contamina a bolsa brasileira nesta segunda-feira. O Ibovespa subia 0,72% às 10h45, para 66.288 pontos. Segundo operadores, o índice aproveita os sinais positivos das bolsas internacionais para se recuperar de quatro pregões seguidos de queda. Na Bolsa de Nova York, o Dow Jones subia 0,74%, o Nasdaq tinha ganho de 0,85% e o S&P500 avançava 0,79%.
Alguns fatores contribuem para o tom otimista do dia. Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, disse que as taxas de juros em níveis ultrabaixos devem continuar reduzindo o desemprego, depois de argumentar que a falta de vagas no longo prazo é provavelmente causada mais por fatores cíclicos do que por estruturais.
Bernanke veio com um tom mais positivo sobre o mercado de trabalho, citando indicadores que estariam mostrando uma queda “notável” do desemprego. Mas ele alertou também que as condições estão “longe do normal”, e que persiste a incerteza sobre se a melhora relativamente rápida apresentada no último ano seria sustentável.
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Na Europa, apenas a bolsa de Madri cai, com perspectivas negativas sobre a economia espanhola. Há, segundo operadores, temores de que as medidas de austeridade tenham se tornado autodestrutivas ao país.
Na região, o principal contraponto positivo do dia é o índice de confiança do empresariado alemão, medido pelo Instituto Ifo, que subiu para 109,8 pontos em março e superou as projeções. Foi a quinta alta mensal consecutiva o que, segundo a corretora Newedge, aponta para uma modesta recuperação da atividade.
No Brasil, destaque para o IBC-Br, prévia do desempenho do PIB calculada pelo Banco Central. O indicador recuou 0,13% em janeiro na comparação com o mês anterior, na série dessazonalizada.
Cena corporativa
Como ocorre em dias de correção, as ações que mais sobem no Ibovespa são as que ficaram para trás na semana passada. As principais altas eram de MMX Mineração ON (2,68%, para R$ 9,19), Rossi Residencial ON (2,56%, para R$ 10,41), Marfrig ON (2,15%, para R$ 10,90), Brookfield ON (2,09%, para R$ 6,34) e Jbs ON (1,94%, para R$ 7,88).
Por outro lado, ênfase para Copel (-0,90%, para R$ 43,68), Gol PN (-0,90%, para R$ 13,19), TIM ON (-0,88%, para R$ 11,20) e TAM PN (-0,68%, para R$ 43,70).
Gol e Copel divulgam balanços hoje, após o fechamento do mercado. Nas mesas de operação, investidores comentam notícia divulgada na sexta-feira, dizendo que a Gol prorrogou até o dia 29 de março um programa de licença não remunerada para pilotos e comissários (aeronautas). A companhia abriu esse programa entre os dias 6 e 16 de março, mas não obteve o nível de adesão desejado.
O mercado está de olho no balanço do quarto trimestre da Gol. No terceiro trimestre, a companhia teve prejuízo de R$ 516,5 milhões, revertendo lucro de R$ 109,9 milhões obtido em igual período de 2010. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 93,8%, para R$ 15,6 milhões, e a margem Ebitda despencou de 14% para 0,8%. No quarto trimestre, a companhia ainda enfrentou o desafio de custos mais altos, com preços do petróleo em ascensão.
Dólar perde força ante o euro, mas ganha frente ao real
O dólar opera com valorização diante do real nesta segunda-feira. A moeda americana perdeu valor logo após a abertura dos negócios, quando chegou a se desvalorizar 0,22%, mas inverteu o sinal pouco tempo depois.
Por volta de 11h10, o dólar comercial operava com alta de 0,22%, cotado a R$ 1,812 na compra e R$ 1,814 na venda. Os contratos futuros da moeda com vencimento em abril apontavam ganho de 0,08%, a R$ 1,816.
A moeda americana encerrou a sexta-feira com baixa de 0,66%, a R$ 1,810 na venda, preço mínimo do dia, sendo que o Banco Central fez uma compra à vista de dólares no mercado. Até o fechamento daquela sessão, a valorização do dólar em março era de 5,23%, sendo que no acumulado do ano a divisa ainda perdia 3,16%. Os investidores estrangeiros seguiam com posição vendida em contratos futuros de dólar e de cupom cambial, em US$ 3,792 bilhões.
Nesta manhã o Banco Central divulgou o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que mostrou que o nível de atividade econômica do país caiu 0,13% em janeiro na comparação com o mês anterior, nos dados dessazonalizados. O indicador serve como uma antecipação da tendência do Produto Interno Bruto (PIB).
No exterior, o desempenho da divisa americana sofria impacto direto da fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. Para ele, é necessário ainda maior crescimento econômico para garantir melhora na taxa de desemprego do país.
Até então, a moeda estrangeira operava praticamente estável diante de outras divisas bastante negociadas no exterior. Após o discurso, o Dollar Index, que mede a evolução da moeda ante seis outras divisas, passou a ceder consideravelmente, e operava em queda de 0,25%, a 79,12 pontos.
O euro, por exemplo, acentuou a sua valorização e passou a ganhar diante da moeda americana, mostrando alta de 0,37%, a US$ 1,331. Vale destacar que hoje foi divulgado um dado favorável sobre a confiança do empresário na Alemanha.
Entre outras moedas estrangeiras, o peso mexicano avançava 0,49%, o dólar canadense se apreciava 0,39%, o dólar australiano se valorizava 0,54% e o rand da África do Sul ganhava 1,15%.