Fã de MMA, Sandy afasta rótulo de menina frágil 02/04/2012
- Amanda Kestelman - globo.com
Mais de 20 anos de carreira, 20 milhões de discos vendidos, 18 álbuns, 53 singles e uma paixão surpreendente: o MMA. Aos 29 anos, Sandy cresceu diante dos olhos do Brasil, que criou em volta da cantora o estereótipo de uma menina frágil e delicada. Uma imagem que se desfaz em uma de suas paixões: a artista é uma das fãs mais notáveis das artes marciais. Praticante de boxe há cinco anos, a filha do cantor Xororó foi chamada para apresentar um quadro no programa Fantástico dentro da casa do reality show do The Ultimate Fighter - Em Busca de Campeões, onde busca mostrar o lado sensível dos lutadores (assista no vídeo ao lado). Para ela, a oportunidade também serve para nocautear o preconceito e mostrar que a menina pequena, de voz suave e jeito meigo também pode de fato estar envolvida no mundo das lutas.
- As pessoas julgam tudo pela aparência. Quem me conhece de verdade sabe que esse preconceito não tem mais nada a ver. O que você aparenta não necessariamente é exatamente o que você é o tempo todo. Desde que comecei a comentar as lutas do UFC no meu Twitter, tenho encontrado muitas pessoas que me dizem que não combino, que só posso dançar balé - afirmou Sandy.
A escolha da cantora para apresentar o quadro do reality show do UFC não foi à toa. Fã de carteirinha de Anderson Silva, Vitor Belfort, Lyoto Machida e Maurício Shogun, a bela é uma defensora ferrenha das artes marciais e faz uma comparação: assim como ela, o esporte ainda sofre um forte preconceito.
PUBLICIDADE
- Eu tenho visto muitas críticas direcionadas a mim por estar envolvida com MMA. A única coisa que penso quando vejo isso é no tamanho do preconceito das pessoas - defendeu.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, a nova musa do mundo das lutas revelou seu lado torcedora, criticou Chael Sonnen, apostou em Belfort na revanche contra Wanderlei Silva, analisou o nível técnico do TUF Brasil e rechaçou um possível convite para ser uma ring girl. Confira:
Como começou a trajetória da Sandy no mundo das lutas?
- Eu estava querendo fazer exercícios diferentes, porque não gosto de esteira, bicicleta e nem corrida. Meu marido, que na época era meu namorado, sempre fez jiu-jítsu e sugeriu de fazer boxe, para ver se eu gostava. Já faço há cinco anos. Na verdade nunca fiz nenhum combate valendo, tenho medo de me machucar. Nem luta amadora, nem profissional. Para mim é um treino, um exercício muito gostoso, variado. A luta não é aquela coisa maçante. Não vejo o tempo passar e fico mais leve.
Você está com um quadro dentro do TUF Brasil. O que achou dos lutadores, já pode apontar um favorito?
- Ainda não tenho um lutador favorito no TUF. Tenho acompanhado eles mais dentro da casa, vi poucas lutas por enquanto. Mas pelo que assisti, nos primeiros episódios, os caras são muito bons mesmo, o nível está muito alto na edição do Brasil. Além disso, me trataram muito bem, é um galera muito talentosa e delicada ao mesmo tempo. São descontraídos e divertidos o tempo todo.
Incomoda ouvir que a Sandy, meiga e delicada, não pode ser uma verdadeira fã das lutas, sobretudo de MMA?
- As pessoas julgam tudo pela aparência. Quem me conhece de verdade sabe que esse preconceito não tem mais nada a ver. O que você aparenta, não necessariamente é exatamente o que você é o tempo todo. Desde que comecei a comentar as lutas do UFC no meu Twitter, tenho encontrado muitas pessoas que me dizem que não combino, que só posso dançar balé. Eu adoro balé, adoro a dança, mas hoje estou mais interessada em luta. Tem sido mais importante para mim.
O MMA também é um esporte que encara preconceito. O que acha disso?
- Eu tenho visto muitas críticas direcionadas a mim por estar participando disso. A única coisa que penso quando vejo isso é no tamanho do preconceito das pessoas. Há anos que é assim mesmo. Não sabem direito do que se trata e ficam malhando e atacando a pessoa sem motivo. O MMA é um esporte e os atletas que praticam corretamente não vão brigar fora do octógono e nem incitam a violência em momento algum. Eu aprendi que as artes marciais têm toda uma questão ética, de ordem, conduta e ensinamentos que são bem bacanas. É legal até para os pais que querem colocar um filho em um esporte. A arte marcial ajuda na disciplina das pessoas.
Você é uma grande fã de MMA. Qual foi a luta que mais te marcou?
- Sem dúvida foi a do Anderson Silva contra o Chael Sonnen, em 2010. Eu passei mal de tanto nervoso, foi muito difícil de ver. Não acreditava no que eu estava vendo pela televisão. Eu estava achando que o Anderson ia quebrar o Sonnen, bem fácil. Mas teve toda aquela coisa de ele estar machucado e acabou apanhando muito nos cinco rounds. Foi difícil de assistir, eu sofri junto com ele. E o final acabou sendo emocionante com a finalização dele.
Falando em Chael Sonnen, o que você acha da postura dele?
- É difícil falar sobre Chael Sonnen. A gente sabe que muitas vezes o cara veste um personagem e sei que isso também faz parte, vende para caramba e as pessoas gostam. Mas eu acho que ele passa um pouco do ponto. Ninguém pode sair contando vitória, dizer que vai quebrar e acabar com alguém dessa meneira, ainda mais falando do campeão. Até porque em uma luta tudo pode sempre mudar, como ele sabe muito bem. Não devia se exibir dessa forma depois de ter perdido. Eu aposto todas as minhas fichas em uma vitória do Anderson no Rio. Sei que o Sonnen é um cara bom para caramba e não vai ser uma luta tão fácil, mas tenho convicção de que o Spider leva. E quero estar lá assistindo.
Você esteve na arena de Las Vegas para ver Anderson Silva contra Vitor Belfort. Você é fã dos dois, como foi?
- A única luta que vi ao vivo foi a do Anderson contra o Vitor, em fevereiro de 2011. Foi bem complicada de assistir também, fiquei totalmente dividida. Torci muito para os dois, se é que isso é possível. O meu marido é muito amigo do Vitor, amigo mesmo. Acabei ficando amiga por tabela. Mas nesse dia foi diferente, porque sou uma grande fã do Anderson. Fiquei feliz e triste naquele dia. É sempre ruim quando são dois brasileiros lutando.
Sobre a revanche entre os dois treinadores do TUF, Vitor Belfort e Wanderlei Silva: já tem a sua aposta?
- Eu tenho. Mas não é nada pessoal, não é por ser mais próxima do Vitor. Conheci o Wanderlei recentemente e ele é um cara super legal, bacana e me tratou super bem. O Vitor é um cara que tem uma história longa, mas está inteiro, né? Muita potência nos golpes, continua com uma ótima força de nocaute. O Wanderlei também é incrível, mas não está em uma fase tão boa, o Vitor vem melhor, depois de uma vitória incrível no Rio. Acho que o momento dele supera o do Wanderlei. Acho que ganha por isso.
Como cantora, gostaria de participar de um grande evento do Ultimate no Brasil? De repente cantando o hino do país?
- Nunca passou isso pela minha cabeça. Cantar em um evento do UFC, imagina? Sempre que paro em casa para assistir às lutas penso no quanto queria estar ao vivo, acompanhando todos os combates de perto. Agora, cantar em um UFC no Brasil? Eu adoraria. Não pensaria nem duas vezes em aceitar.
E como ring girl, toparia?
- Ring girl não daria, não (risos). Não é muito a minha praia ficar desfilando e mostrando o corpo. Não ia querer.
Como fã, você tem um lutador preferido?
- Que pergunta complicada... Posso dizer que tenho alguns lutadores preferidos hoje. Eu também admiro a postura deles, fora do octógono. Isso é muito importante. Além do Anderson Silva, que é um ídolo indiscutível, gosto muito do Vitor Belfort, do Machida e do Shogun. Posso incluir também o Junior Cigano. Quando tem luta deles eu paro o que estiver fazendo. Fico em casa assistindo, sofrendo, torcendo horrores. Sou uma fã de carteirinha. Esses caras são os meus grandes ídolos. São eles que me emocionam hoje.