DIA A DIA

Bovespa fecha em baixa pelo terceiro dia seguido
11/04/2012 - G1 com Reuters

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não conseguiu manter a alta registrada durante grande parte do pregão desta quarta-feira (11) e encerrou em baixa pelo terceiro dia seguido, puxada por ações ligadas ao mercado interno, que anularam o efeito dos ganhos das blue chips.

O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, caiu 0,72%, aos 61.293 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,14 bilhões.

Menor otimismo


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Os investidores estiveram menos otimistas e à espera de novas notícias vindas do cenário externo, após um aumento nos rendimentos dos títulos da dívida da Itália.

Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,7%, enquanto o S&P 500 avançou 0,74%.

Na Europa, os custos dos empréstimos de um ano da Itália duplicaram em um leilão de títulos de curto prazo nesta quarta-feira, refletindo novas dúvidas sobre os países mais fracos da zona do euro e destacando o nervosismo do mercado antes de um leilão de títulos de três anos na quinta-feira (12). Ao mesmo tempo, um membro do Banco Central Europeu (BCE) disse que a instituição ainda tem o Programa de Mercado de Títulos (SMP, na sigla em inglês) para possibilitar-lhe a compra de dívida dos países da zona do euro, caso surja a necessidade.

"O mercado vem com uma dinâmica ruim, com essa piora recente. Países da zona do euro enfrentam novo aumento nos rendimentos de títulos e o BCE trouxe um pouco mais de calma dizendo que poderia voltar a comprar esses títulos", explicou o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.

"O Ibovespa ficou dividido (nesta sessão), com Petrobras subindo, mas ações voltadas ao mercado interno, que estavam descoladas do índice, pesando. Teve um pouco de ajuste, com os investidores se posicionando em commodities, mas a tendência ainda é do mercado ficar mais cauteloso. Parte da euforia do início do ano acabou e o mercado parece estar mais com os pés no chão, esperando o que vem pela frente."

Papéis

A ação preferencial da Petrobras subiu 0,76%, a R$ 21,35 reais, enquanto Vale teve variação positiva de 0,07%, a R$ 40,35, e OGX teve alta de 0,99%, a R$ 13,29.

Entre os papéis em baixa, PDG Realty recuou 5,27%, a R$ 5,03 reais, e BR Malls perdeu 3,52%, a R$ 23,27 reais. AES Eletropaulo teve queda de 4,37%, a R$ 35,05, dando continuidade às perdas da véspera, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs redução nas tarifas da empresa.

Ações de consumo também pesaram. Lojas Americanas perdeu 2,61%, a R$ 16,80, Hypermarcas recuou 2,12%, a R$ 12,02, e Lojas Renner caiu 1,68%, a R$ 58,45.

A moeda americana iniciou o pregão desta quarta-feira (11) em queda, mas reverteu a tendência durante as negociações e fechou com pequena alta de 0,087%, cotado a R$ 1,8346.

O dólar acompanhou a ligeira piora no cenário externo e depois de o Banco Central voltar a realizar leilão de compra da moeda norte-americana no mercado à vista. A divisa continua no maior patamar desde do dia 9 de janeiro deste ano, quando fechou em R$ 1,8347. Nesta sessão, variou entre a mínima de R$ 1,8250 e a máxima de R$ 1,8375.

Desde o início da semana, o dólar acumula alta de 0,542%, e no mês tem alta de 0,459%.

No ano, a moeda vem se desvalorizando frente ao real com queda de 1,8142%.

Cenário externo

O dólar ampliou um pouco os ganhos perto do fechamento do mercado. Durante a maior parte do dia, com ambiente um pouco melhor e um provável fluxo de entrada de dólares segundo operadores, a moeda havia registrado pequenas quedas ou mantido-se estável ante o real. "Hoje, foi basicamente o cenário externo. Depois da notícia de que o Banco Central Europeu compraria títulos se necessário, as bolsas subiram e o mercado melhorou", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

As declarações do membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE) Benoit Coeure conseguiram amenizar as preocupações dos investidores. Ele afirmou que a pressão do mercado sobre a Espanha, por conta da dívida do país, não é justificada e que o BCE pode voltar a comprar títulos.

Atuação do BC

Antes que a moeda caísse mais por conta de uma melhora no exterior, Battistel acredita que o BC resolveu atuar, realizando um leilão no mercado à vista. "Acredito que o BC atuou em função do fluxo que ele viu, para tirar a liquidez. Ele sabe que a moeda poderia cair no final do dia", afirmou.

Pouco antes das 15h30, a autoridade monetária anunciou um leilão de compra de dólares à vista, cuja nota de corte ficou em R$ 1,8334. O BC não realizava leilões à vista desde a terça-feira da semana passada (3).

Apesar da possibilidade de ter havido um maior fluxo nesta sessão, na semana passada o Brasil perdeu dólares. Segundo dados do BC, o fluxo cambial (entrada e saída de moeda estrangeira no país) ficou negativo em US$ 396 milhões na primeira semana de abril.

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