Bovespa cai em dia de volatilidade e impactada pelo desemprego nos EUA 19/04/2012
- G1 com Reuters
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,62%, a 62.618 pontos nesta quinta-feira (19). As negociações dos papéis brasileiros foram influenciadas negativamente pelo resultado menor que o esperado do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
Na semana a Bovespa acumula alta de 0,85% e no ano sobre 10,33%. Já no mês de abril a bolsa acumula desvalorização de 2,9%.
O pregão teve viradas nas tendências, abriu em queda e virou. Segundo a Reuters, a Bovespa foi influenciada pelo comportamento das ações de siderúrgicas como Gerdau e Usiminas, além das blue chips Vale, Petrobras e OGX.
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Na quarta-feira (18), a Bovespa fechou em alta de 0,5%, aos 63.010 pontos, com investidores atentos ao cenário de cautela no exterior, à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e ao vencimento de opções sobre o índice futuro.
Pelo quinto dia seguido dólar fecha em alta
Depois de quatro altas seguidas, o dólar comercial fechou pelo quinto dia com alta de 1,29% ante o real nesta quinta-feira (19), cotado a R$ 1,8815. Na semana, a moeda subiu 2,25% e no mês, mais de 3%.
A alta desta quinta-feira segue em linha com o movimento da moeda no exterior e vem na esteira do corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros do país, para 9% ao ano. Outro fato que influenciou a cotação foram as expectativas de leilões de compra da moeda por parte do BC como vem sendo comum.
Na quarta-feira, o dólar fechou vendido a R$ 1,8797, alta de 1,19%, após mais um dia de dupla intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Esta foi a maior cotação de fechamento desde o dia 25 de novembro de 2011, quando o dólar terminou vendido a R$ 1,886.
A expectativa de que o Banco Central fizesse dois leilões de compra de dólares ao longo do dia no mercado à vista, como fez nos últimos dias, manteve o dólar em alta ante o real nesta quinta-feira, de acordo com operadores.
Desde a quinta-feira passada, a autoridade monetária vem fazendo dois leilões no mercado à vista por sessão, muitas vezes com a moeda já em alta. Antes o mercado chegou a acreditar que o BC faria leilões apenas quando a moeda estivesse no patamar de R$ 1,80, mas agora os investidores estão em dúvida sobre quanto a cotação deve subir para o BC interromper suas intervenções.
Selic
A redução da taxa Selic para 9%, anunciada na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que desestimula a entrada de capitais no Brasil, também pode estar colaborando para a alta, na avaliação dos profIssionais de mercado. "O mercado vai procurar a taxa que o BC quer, está tentando saber qual a taxa que ele quer, essa alta é por conta da atitude do BC, essa forma agressiva com que ele atuou nos últimos dias, comprando dólar a R$ 1,88", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Na véspera, o Copom decidiu por unanimidade reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9% ao ano. Trata-se do sexto corte seguido desde agosto passado, quando o BC iniciou o processo de afrouxamento da política monetária. No comunicado divulgado após a reunião, o BC ainda deixou a porta aberta para mais reduções, sem indicar se o ciclo de queda dos juros terminou, segundo a opinião de parte dos agentes econômicos.