A eliminação precoce no Campeonato Paulista virou alerta e servirá de lição para o Corinthians não repetir os erros apresentados diante da Ponte Preta na Taça Libertadores, a prioridade do semestre e na qual também encara um adversário de menor tradição e como favorito, o Emelec.

"Na Libertadores a coisa é um pouco diferente porque são dois jogos. Mas é preciso atenção. Hoje (ontem) tivemos muita pressa para criar as jogadas. Não podemos ficar pensando no segundo passe sem fazer o primeiro", alertou o técnico Tite.

O treinador ainda pediu ao time um pouco mais de equilíbrio na parte psicológica. "A Ponte começou melhor e sentimos o lado emocional. A grande lição é que quando se sai atrás em etapas decisivas como essa, o equilíbrio emocional é fundamental para buscar o placar", afirmou o técnico corintiano.


PUBLICIDADE


Tite preferiu não condenar o goleiro Júlio César, que deixou o estádio pela porta dos fundos, chorando muito. "Tem de aprender sofrendo na carne."

Tite já havia defendido o goleiro diante do Santos, ano passado. Mas o alerta que fez se repetiu ontem. Na época, o técnico disse que se podia apressar as reposições de bola, justamente o erro do terceiro gol de ontem e o de Neymar em 2011.

O meia Alex, um dos mais serenos do abalado grupo, também pediu cabeça fria para a Libertadores. "É aprender com isso para não acontecer a mesma coisa na Libertadores", alertou. "Apenas tentarmos num jogo não é suficiente. Até martelamos, buscamos o empate, mas eles (Ponte) foram melhores e mais eficientes hoje (ontem)."

Sobre Júlio César, todos o defenderam, até mesmo o presidente Mário Gobbi. "Somos campeões brasileiros com atuações brilhantes do Júlio César. Se por acaso houve uma falha lá atrás, na frente também se perderam vários gols. Por isso o futebol é coletivo e você nunca pode colocar um resultado nas costas de um jogador só. O Júlio tem crédito, tem uma história fantástica aqui e é um atleta exemplar. Ele tem da nossa parte e da comissão técnica todo respeito para seguir tranquilamente sua carreira."

"Ele é um cara que tem a confiança de todos, é querido da torcida. Isso acontece, não vamos colocar a culpa nele, todo mundo errou, temos de erguer a cabeça", pediu William.

ALEGRIA

Os jogadores da Ponte Preta comemoraram a vaga como se tivessem conquistado um título. No canto direito do Pacaembu, ao lado de sua torcida, fizeram a festa em cima do alambrado, aos gritos, de "Ponte, macaca querida...".

Autor de um gol ao se antecipar ao zagueiro Leandro Castán, o atacante Roger era o mais eufórico. "Uma vitória maravilhosa, um jogo inesquecível. A decisão de quarta-feira (avançar nos pênaltis na Copa do Brasil) nos deu enorme ânimo para vir aqui e eliminar o Corinthians. Agora é só festa com a nossa torcida no Majestoso e temos tudo para ir muito mais longe."

Cérebro do time, Renato Cajá também não conteve a alegria. "Sabíamos da nossa limitação, mas dentro de campo soubemos marcar e até podíamos ter feito mais gols no primeiro tempo. Depois, soubemos administrar o sufoco que o Corinthians nos deu. Estamos chegando na semifinal agora, é bom demais. Agora outra estratégia para chegarmos à decisão", afirmou.

William Magrão, que abriu o caminho da vitória, procurou exaltar sua boa apresentação pela terceira vez na defesa, já que é volante.

"Fui feliz no gol e jogando fora de minha posição. Sou um cara que trabalha muito e nunca deixei de trabalhar, nas três últimas partidas fui coroado, jogando bem. Ganhamos e vamos com tudo buscar a final."

Compartilhe: