Dólar amplia alta e vai a R$ 1,89; Bolsa inverte sinal e cai 30/04/2012
- João Sorima Neto - G1 com agências internacionais
Nesta segunda-feira, véspera do feriado do Dia do Trabalho, o dólar comercial opera em alta e às 11h01m, subia 0,26% cotado a R$ 1,8920 na venda e R$ 1,8900 na compra. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inverteu a tendência e, no mesmo horário, operava com desvalorização de 0,53% aos 61.365 pontos.
Desde a semana passada, os investidores iniciaram a rolagem de contratos futuros de dólar, o que trouxe volatilidade à formação de preço da moeda. Nesta terça, acontece o vencimento do contrato de dólar maio, que será liquidado no próximo dia 2, com base na Ptax desta segunda-feira. Na sexta-feira, o Banco Central voltou a intervir no mercado de câmbio e a moeda fechou no patamar de R$ 1,88. A divisa encerrou a sessão cotada a R$ 1,8870 na venda e R$ 1,8850 na compra. Na semana passada, o dólar subiu 0,92%.
Na sexta-feira, a Petrobras aprovou uma nova parcela de distribuição antecipada de remuneração aos acionistas, sob a forma de juros sobre o capital próprio, no valor de R$ 2,6 bilhões. O valor corresponde a um valor bruto de R$ 0,20 por ação ordinária (PETR3) ou preferencial (PETR4) e deverá ser pago até o dia 30 de junho de 2012, com base na posição acionária de 11 de maio deste ano. A companhia informa que esse provento deverá ser descontado da remuneração que vier a ser distribuída no encerramento do exercício de 2012. O valor será atualizado monetariamente, de acordo com a variação da taxa Selic, desde a data do efetivo pagamento até o final do exercício.
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O mercado financeiro manteve a previsão de que a Selic permanecerá em 9% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio, mesmo depois de o Banco Central indicar que pode continuar reduzindo a taxa básica de juros do país. O boletim Focus do BC, publicado nesta segunda-feira, mostrou ainda que os analistas preveem que a Selic terminará o ano nesse mesmo nível.
Na Europa, as Bolsas operam em queda com mais notícias negativas sobre a Espanha. Na Bolsa de Madri, o índice Ibex cai 0,71%. Na Alemanha, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, se desvaloriza 0,06%; em Paris, o índice CAC perde 0,82% e em Londres, o FTSE se desvaloriza 0,45%. O Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha se contraiu 0,3% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística do país (INE). O mercado esperava uma contração de 0,4%. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a contração foi de 0,4%.
Também a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta segunda-feira a nota de 16 bancos espanhóis, dentre eles o Santander e o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA). Na semana passada, a S&P já havia rebaixado a dívida soberana do país.
- Ainda que melhor do que as expectativas médias dos analistas, a recessão espanhola faz parte de um cenário em que boa parte dos países da zona do euro estará inserido este ano 2012. E não há absolutamente nada no horizonte próximo que possa reverter tal situação, ao considerarmos as políticas restritivas adotadas como solução para a crise - avalia o estrategista Jason Vieira, da América do Sul corretora.
Os índices acionários dos Estados Unidos abriram o pregão desta segunda-feira em campo negativo. Há pouco, o Dow Jones caía 0,04%, o S&P 500 perdia 0,12% e o Nasdaq Composto recuava 0,23%.
Além da Espanha, influencia as Bolsas americanas a leitura abaixo da esperada para os gastos pessoais dos americanos em março também preocupa os investidores. O Departamento do Comércio anunciou que os gastos pessoais dos americanos subiram 0,3% em março, com aumento de US$ 29,6 bilhões, depois de uma alta revisada de 0,9% no mês anterior. Analistas previam alta de 0,5% para os gastos em março. A renda avançou 0,4% na comparação com o mês anterior, ou em US$ 50,3 bilhões. O mercado esperava alta de 0,2%.
Outro dado mais negativo nos EUA é o índice dos gerentes de compras de atividade industrial de Chicago (PMI, na sigla em inglês), que recuou para 56,2 pontos em abril, em comparação com a leitura de 62,2 pontos registrada em março, informou o Instituto de Gerência e Oferta de Chicago. Na previsão de economistas, o indicador registraria uma leitura de 60 pontos neste mês. Números acima de 50 representam expansão e abaixo, contração da atividade.
A inflação na zona do euro teve um leve alívio em abril na comparação com março, mas ainda ficou acima das expectativas. A inflação aos consumidores nos 17 países que usam o euro atingiu 2,6% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, ante 2,7% em março, informou o escritório de estatísticas Eurostat nesta segunda-feira. Isso dá pouco espaço ao Banco Central Europeu (BCE) pouco espaço para baixar as taxas de juros visando a retomar o crescimento econômico.
Na Ásia, as Bolsas que abriram encerraram a segunda-feira em alta, refletindo os ganhos em Wall Street na sexta-feira. Não houve negociações em Tóquio e na China por ser feriado. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,7%, e fechou no maior nível em seis meses. Na Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0,34%.