Economia brasileira cresce 0,2% no 1º trimestre de 2012, diz IBGE 01/06/2012
- G1 - SP e RJ
A economia brasileira mostrou alta de 0,2% no primeiro trimestre (de janeiro a março) de 2012 sobre os três últimos meses de 2011, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no período alcançou R$ 1,03 trilhão. No quarto trimestre de 2011, o PIB havia mostrado o mesmo ritmo de crescimento sobre os três meses anteriores, de 0,2%.
A previsão do Banco Central era de que o crescimento da economia no primeiro trimestre, em relação ao imediatamente anterior, seria de 0,15%, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br - um indicador criado pela autoridade monetária para tentar antecipar o resultado do PIB.
A formação bruta de capital fixo (que sinaliza os investimentos na economia) recuou 1,8% no 1º trimestre de 2012De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre deste ano, o maior destaque partiu da indústria, que mostrou crescimento de 1,7%, seguida pelo setor de serviços, com alta de 0,6%. O pior desempenho ficou com a agropecuária, que caiu 7,3% nos três primeiros meses de 2012.
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“Com desempenho bom no ano passado, a safra de soja sofreu este ano com a estiagem no Sul e no Nordeste, e a estimativa é de queda de 11,4% na quantidade produzida de soja no ano. Haverá queda na produtividade também, uma vez que a área plantada de soja deve crescer 3,4%”, disse Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE. De acordo com ela, o mesmo aconteceu com as safras de arroz e fumo. A expectativa é de queda de 13,8% na produção de arroz no ano e queda de 15,9% na quantidade produzida de fumo. A estimativa é do levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE.
Na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o quarto de 2011, o crescimento da indústria foi puxado pela indústria de transformação, segundo o IBGE, com expansão de 1,9%. No setor de serviços, os maiores destaques foram vistos nas atividades de administração, saúde e educação pública, comércio e transporte, armazenagem e correio.
Pela análise do gasto, a despesa do consumo da administração pública cresceu 1,5% e o consumo das famílias, 1,0%. Já a formação bruta de capital fixo - que sinaliza os investimentos na economia - recuou 1,8%. As importações de bens e serviços cresceram 1,1% - acima das exportações, que tiveram alta de apenas 0,2%.
Comparação com 2011
Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,8%. O pior resultado foi registrado pela agropecuária, que caiu 8,5%. "Alguns produtos da lavoura, que possuem safra relevante no 1º trimestre, registraram queda nas estimativas de produção anual e produtividade", disse o IBGE, em nota.
A indústria registrou leve alta de 0,1%, número considerado estável pelo IBGE. A indústria de transformação recuou 2,6% - queda puxada, principalmente, pela redução da produção da indústria automotiva, de máquinas e equipamentos, metalurgia, borracha e plástico, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e artigos do vestuário e calçados.
O melhor resultado nesse tipo de comparação ficou com o setor de serviços, que cresceu 1,6%. Todas as atividades desse ramo tiveram alta, mas o destaque ficou com serviços de informação, com alta de 4,1%.
Nesse mesmo tipo de comparação, o consumo das famílias aumentou 2,5%, a 34ª alta. O IBGE atribui o resultado principalmente aos salários dos trabalhadores, que subiram 6,5%.
Já a formação bruta de capital fixo recuou 2,1% nessa análise, puxada pela queda da produção interna de máquinas e equipamentos. No mesmo período, a despesa de consumo da administração pública avançou 3,4%, as exportações cresceram 6,6% e as importações, em um ritmo menor, de 6,3%.
"A desvalorização cambial explica o maior crescimento das exportações. Os bens que mais contribuíram para esse resultado foram têxteis, metalurgia, material elétrico, peças para veículos, produtos químicos e mobiliário. Dentre as importações, destaque para siderurgia, farmacêuticos, perfumaria, aluguel de equipamentos e viagens internacionais", explicou o IBGE.
Investimento
A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, número abaixo dos 19,5% verificados no mesmo período de 2011. O que mais pesou sobre o resultado foi a queda, em volume, da formação bruta de capital fixo no trimestre. A taxa de poupança alcançou 15,7% no primeiro trimestre de 2012 , contra 17% no mesmo trimestre de 2011.
No resultado do 1º trimestre de 2012, a necessidade de financiamento caiu em R$ 2,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. Nessa mesma base de comparação a poupança bruta atingiu R$ 162,6 bilhões contra R$ 163,9 bilhões no mesmo período de 2011.